7 de dezembro de 2021

Dezembro e Eu

É bom lembrar que sendo um texto baseado em minhas memórias relacionadas a algumas datas do rock, então os lançamentos e acontecimentos do mês são radicalmente editados e essas memórias giram em torno das décadas de 1980 e 90. Ou seja, não cito tudo o que foi lançado:

A década de 1980 foi uma década de novelas memoráveis. O nível continuou igual ao da década anterior. Autores de primeira, textos de primeira e elenco de primeira. As novelas eram diferentes, mais cadenciadas por ter menos núcleos e menos personagens do que hoje em dia (quando tudo parece um videoclipe).

1982 foi ano de novelas como Brilhante, Jogo da Vida, Sétimo Sentido, Sol de Verão e Final Feliz. Essa última começou no final de novembro, mês seguinte A Cor do Som lançou o clássico ‘Magia Tropical’. O grupo fez parte da trilha sonora dessa novela com a música “Menino Deus”, do Caetano, e marcou bastante já que o personagem Rafael (de Irving São Paulo) fez mega sucesso.

Nesse início dos 80, ainda sem uma cena rock definida, A Cor do Som fazia parte do casting de rock de Warner que começava a apostar nesse gênero. O grupo fez enorme sucesso nesses primeiros anos, vendeu muito, tocou muito e fez parte de diversas outras trilhas da Globo. Fato é que “Menino Deus” marcou. Não há uma única pessoa da minha geração que não escute essa música e faça ligação com o personagem Rafael.

Ainda em 1982 estava eu assistindo ao Fantástico quando passou o clipe de “Cena de Cinema” do Lobão. Já o conhecia por causa das revistas da época (Som Três e Pipoca Moderna), por causa da Blitz e do Vímana, mas nunca havia escutado o trabalho solo. Mesmo assim lembro bem do impacto que tive ao ver o clipe, até porque a postura era muito mais alternativa do que o lance pop da Blitz. Dava pra perceber que as coisas começavam a mudar. Isso deve ter sido novembro ou dezembro de 1982, porque foi em dezembro que Lobão fez show de lançamento no Circo Voador.

Nessa época não tinha muita alternativa de entretenimento (em Brasília então, nem se fale!), todo mundo, o Brasil inteiro, pessoas de todas as idades e classes sociais, assistiam as novelas da Globo, assistiam ao Fantástico e antes dele o Silvio Santos. O domingo à tarde na televisão era do SS, que começava logo cedo com Domingo no Parque (acho que era isso) e terminava com o maravilhoso Show de Calouros, já no começo da noite, estrategicamente antes do Fantástico que começava as 20h.

Em 1982 já tinham rolado alguns lançamentos tímidos de rock com Barão Vermelho, Blitz, Herva Doce, Rádio Taxi e o próprio Lobão. Daí a tendência era só aumentar. Pelo comportamento da época dava pra perceber que a tendência era o rock e o pop, até porque isso já estava acontecendo na Europa e Estados Unidos. Bom lembrar que a MTV surgiu em 1983 e mudou tudo!

Em novembro de 1983 Capital Inicial gravou sua primeira demo visando rádios e, com sorte, gravadoras. A músicas escolhidas foram “Descendo o Rio Nilo” e “Leve Desespero”. Confesso que “Leve Desespero” não conhecia e pirei quando escutei a demo. Era o retrato do que eu vivia em Brasília na época com 14 pra 15 anos, hiperativo, cabeça a mil, já querendo formar um grupo e ser baterista ou guitarrista ou vocalista ou tocador de buzina ou qualquer outra coisa. 

Com vontade de fazer milhões de coisas, mas de mãos atadas, entediado, querendo ter 18 anos... essas coisas que a letra da música diz. Escutei muito essa demo e até hoje, volta e meia, ouço essa versão que é, sem sombra de dúvidas, melhor versão que no compacto e no disco.

No texto de novembro falei sobre a estratégia das gravadoras guardarem alguns lançamentos para o fim de ano para aproveitar as vendagens de Natal. Legião Urbana é um ótimo exemplo disso. Foram vários lançamentos entre novembro e dezembro. O 1º solo do Renato também é de dezembro.

Legião lançou ‘Que Pais é Este?’ (1987), ‘V’ (1991) e ‘Músicas Para Acampamentos’ (1992).

‘Que País é Este?’ marcou bastante e eu lembro bem disso em um texto sobre esse verão 1987-88, o verão “da lata”. Foi quando fumei pela 1ª vez (hoje já não fumo mais), e quando o Raimundos fez seu 1º show, que aconteceu em uma festa de réveillon na casa de Gabriel Thomaz, que hoje comanda o Autoramas. Entre os hits da estação tinha “Uma Noite de Meia” da Marina (‘vem chegando o  verão...”). Essa temporada foi marcante!

Por falar em Raimundos, dezembro é o mês de aniversário do Canisso, cumpadre velho de Brasília. Acredito que nos conhecemos desde 1981-82 porque ele estudava com minhas irmãs. Muita, mas muuuita água rolou antes de Raimundos.

Ainda nos 80 rolou o lançamento do disco ‘Fanzine’, o segundo do Hanoi Hanoi que não fez sucesso algum apesar de ser um discaço. Entre as músicas tem o mega hit “O Tempo Não Para”, composição de Arnaldo e Cazuza, numa excelente versão obscura. Eu fui nas duas noites de lançamento no Aeroanta. Em uma eu paguei pra entrar e na outra eu ganhei ingressos da rádio Brasil 2000. Em um dos shows o Arnaldo Brandão (que também faz aniversário em dezembro) arrebentou a corda mi do baixo de tanta porrada que dava no instrumento. Já era sabido que essas coisas aconteciam com ele e foi legal ter visto ao vivo. Os shows foram ótimos.

Hanoi Hanoi não fez sucesso, mas a música “Totalmente Demais” virou eterno mega ultra hit. Eu sempre fui fã desses dois primeiros discos do Hanoi e, principalmente, do trabalho do Arnaldo e de toda história dele. Sempre que o cito lembro que ele sim merecia uma senhora biografia! Tem história pra ao menos 2 volumes!

Pra fechar, esse mês tem o lançamento de ‘Monstro’, segundo disco do Okotô, grupo alternativo independente de SP que nessa época fez sucesso com “Give Me Your Money”. Isso foi em 1992, quando na cena underground ainda reinavam grupos que cantavam em inglês. É um clássico do underground dos anos 90 e eu tenho em VHS esse show de lançamento que rolou no Aeroanta. Era Okotô e RDP. Foi um período efervescente em SP que relatei em uma série bem detalhada sobre o underground paulistano dessa década.

Feliz ano novo com saúde, amor e boas energias pra você, seus familiares e amigos!

19 de novembro de 2021

A Moda, a Inclusão e a Forçação de Barra

Vivi por uma década nos bastidores da moda de São Paulo, desde os tempos de Mercado Mundo Mix, quando surgiram nomes como Alexandre Herchcovitch, Marcelo Sommer e outros.

Desde então, vi o Fashion Week surgir, crescer e murchar. Fui a vários desfiles, fiz documentário, andei pelos corredores e camarins, vi muita modelo famosa nua trocando de roupa, convivi com modelos, estilistas, DJs, cenógrafos, produtores de moda e jornalistas.

No início ninguém falava nada, todo mundo achava lindo o Brasil ter desfiles iguais aos que acontecem na Europa. No auge do FW houve discussões em relação a modelos magras, bulimia, anorexia, mas os estilistas não fizeram nada. As magrelas continuam sendo protagonistas das passarelas até hoje!

Não só a magreza foi questionada, mas também a falta de “representatividade” relacionada a outras etnias. Por que só mulheres brancas e magras desfilam? Mais uma vez nada foi feito pelos estilistas e organizadores. Até hoje o protagonismo das passarelas é de modelos magras e brancas.

Em um caso ou outro em um ou outro ano, um ou outro estilista fazia algo diferente como colocar idosos ou pessoas obesas para desfilar, mas isso era um ou outro que surgia na passarela e em um desfile aqui e outro acolá. Isso também não era pensado por causa da inclusão, mas sim pra fazer algo diferente geralmente ligado ao conceito da coleção.

Inclusão mesmo nunca foi pensada. Isso acontecia também com as equipes que trabalhavam nos bastidores como maquiadores, cabelereiros, cenógrafos, produtores, stylists, etc.

Daí chegou o PT no poder em 2003 com o ladrão assassino do Lula e essa quadrilha comunista passou a dividir a população porque assim é mais fácil de se manipular as pessoas.

Os ignorantes e burros compraram esse discurso preconceituoso que faz questão de dividir o ser humano. Até então os estilistas estavam cagando e andando para esse papo de minorias e inclusão. A preocupação deles não passava nem de longe por essas questões.

Inclusive pautas como meio ambiente, sustentabilidade, preservação da natureza, nada disso era preocupação entre os profissionais da moda.

Hoje, por causa dessa divisão de ódio estimulada pelo PT e por todos os partidos e pessoas que abraçam o cruel regime de esquerda, esse universo da moda no Brasil resolveu abraçar a inclusão.

Assim como esse bando de artistas imbecis – seja da música, artes plásticas, artes cênicas e outras – que também abraçam a esquerda, esses estilistas, stylists e produtores resolveram também que são de esquerda, mesmo que a história mostre desprezo do comunismo por moda, estilista, grupos GLS e todo esse universo. Gente tonta!

Por conta dessa polarização idiota e tardia hoje em dia essa turma da moda resolveu aderir ao discurso inclusivo, mas fica bastante óbvio que é uma forçação de barra absolutamente ridícula. Por mais que esse pessoal faça parte e sempre tenha convivido com minorias e a turma GLS, como escrevi, eles nunca deram espaço pra essas pessoas.

Porém agora que essa pauta está na moda (moda? Opa!), pega bem e ajuda a vender, então esse povo resolveu abraçar os obesos, os trans, os pretos...

Lamentável. Mais que isso, chega a ser feio e a dar nojo. Povinho escroto.

O comunismo nunca abraçou essas causas. É sabido que gays, artistas e minorias de todos os tipos eram exterminadas pelo regime. Em Cuba iam para campos de concentração de trabalho forçado ou eram fuzilados; a mesma coisa acontecia na URSS, Alemanha Oriental, China, Coreia do Norte e outras nações com ditadura comunista.

A moda sempre foi algo supérfluo e sempre será. Os profissionais desse universo perderam a chance de fazer algo significativo para a sociedade quando estavam no auge. Hoje que esse mercado está absolutamente insignificante, esses profissionais resolveram fazer algo certo, mas da forma errada e com um atraso de mais de 20 anos. Azar de quem compra esse discurso raso e falso.

Coisa mais feia.

31 de outubro de 2021

Novembro e Eu

Já fiz tantas publicações em que usei minha pesquisa das datas do rock brasileiro, mas nunca puxando pela minha memória, da minha vivência em relação a alguns acontecimentos. Pela vontade de escrever algo leve, resolvi fazer esses relatos e, já que estamos pra entrar em novembro, então será o mês inicial dessa série. Como nasci em 1970, então evidente que esses textos que vão abordar acontecimentos das décadas de 1980 e 90, porque foram as que eu vivi mais intensamente e, por sorte, foram décadas intensas para a cultura pop.

O texto vai contra o que se faz hoje em dia, já que é longo, porém é uma boa e divertida viagem no tempo:

Novembro vem de nove porque no antigo calendário romano novembro era o 9º mês, já que o ano começava em março. Novembro e dezembro são meses amados e odiados, porque há quem goste do clima de fim de ano e há quem não goste.

O comércio ama e muitas gravadoras aproveitavam pra lançar seus artistas. Contei aqui 20 lançamentos, mas como cortei alguns, então são bem mais que 20 discos lançados. Isso porque são 20 lançamentos editados (!) e só de rock! Imagine a inundação de lançamentos que acontecia (e ainda acontece) nesses dois meses se for contar todos os gêneros musicais! Haja grana pra comprar tudo o que se queria!

Chutando uma média, para o contexto econômico de hoje, um lançamento girava em torno de 50 e 80 reais, então se pra comprar um disco já havia um certo planejamento, imagine então dois ou três! Só em datas especiais mesmo!

Desse mês, a data mais distante é o lançamento do disco Refestança, de Gil e Rita Lee, que é de 1977. É uma data indireta porque esse disco me fez lembrar do show do Gilberto Gil que assisti no Guarujá que era da turnê do Realce. Era fim dos anos 70 e, apesar de ter uns 7 ou 8 anos, lembro bem do show, e lembro que gostei bastante, mesmo sem saber do que se tratava. Refestança é disco com dois tropicalistas originais!

Vou seguir de forma cronológica.

Em novembro de 1982 aconteceu o festival O Começo do Fim do Mundo, um marco para o movimento punk brasileiro e para a cultura pop. Eu estava louco pra ir, mesmo sabendo que não ia rolar por alguns motivos: era em São Paulo, não era férias e eu tinha apenas 12 anos. Mas ficamos todos na expectativa. Assim que foi lançada eu comprei a coletânea do festival.

Na MTV, no miolo dos anos 1990, recebi uma fita de vídeo com imagens do festival, do público, da confusão. Um amigo de São Paulo subiu no telhado do SESC para assistir aos shows, assim como outras pessoas, e quando começou a confusão com a polícia, tiraram a escada que todos usavam pra subir e descer. Só foram descer quando tudo terminou. A coletânea eu ouvia sem parar. Conhecia de cabo a rabo e cantava até mesmo em mandarim. Comprei-a na Punk Rock Discos (do Fábio), quando ela ficava na galeria da Rua Augusta. Gravava pra todo mundo. Tinha fila de fitas. Na verdade, eu comprei mais de uma cópia do disco, porque eu sempre ia pra SP com dinheiro e encomenda de discos, bottons, camisetas, acessórios.

Os Paralamas do Sucesso é um grupo que faz parte da minha vida desde que existe. Acompanhei todos os passos desde o início e lembro das fitinhas que rolavam com “Reis do 49”, “Solidariedade Não”, “Ainda é Cedo”. Bi e Herbert eram muito ligados a Turma da Colina em Brasília e a influência dela no som inicial do Paralamas era tão importante quanto Clash, Police, Madness, Talking Heads e outras. Sempre torci para o grupo gravar essas músicas antigas...

Tem 3 fatos que envolvem Paralamas em novembro: foi o mês em que o grupo começou a ensaiar na Vovó Ondina (homenageada no 1º disco); também foi o mês em que o grupo estreou como Os Paralamas do Sucesso definitivamente com a formação clássica: Herbert, Bi e Barone. A 3ª data é indireta, porque trata-se do aniversário de Lui, um artista plástico de Brasília, que andava com a Turma e está na capa do 2º disco do Paralamas, justamente ‘O Passo do Lui’. Lui também foi vocalista do Arte no Escuro bem no início do grupo (em 1987 lançou disco pela EMI, gravadora do Paralamas).

Em Brasília ficávamos agitados com as coisas que aconteciam com o Paralamas, sabíamos de tudo porque, além da forte amizade com várias pessoas, e contato constante, o Pedro Ribeiro (irmão de Bi) ainda morava na capital (em algum momento de 1984 pegou um ônibus e foi para o Rio trabalhar com Paralamas). Lembro quando o contrato com a EMI foi fechado. Todo mundo da Turma ficou em êxtase. Era um sinal positivo. Lembro que o comportamento dos grupos da Colina mudou bastante, positivamente falando. Demos e shows já tinham um certo cuidado quanto a qualidade, e PdS com gravadora e disco só fez as coisas ficarem mais aquecidas. As idas ao eixo Rio-SP se tornaram assíduas.

Essas viagens rendiam muito assunto na volta a Brasília. Histórias que não acabavam mais. Contavam como era o Rio de Janeiro e São Paulo, os personagens locais, o que tinha pra fazer. Também traziam fitas dos grupos de lá. Ao mesmo tempo tudo isso começava a sair nas revistas que haviam na época: Som Três, Pipoca Moderna, Roll e Bizz.

Por falar em Brasília, em 1983 rolou um show com Herva Doce, Rádio Taxi e outro grupo que não lembro. Também não sei qual foi a data, mas em novembro que Herva Doce lançou o 2º disco chamado ‘Bip Bip’ e tinha feito a abertura do show do Kiss no Maracanã. Era fora do meu contexto na época, mas fui nesse show com amigos da escola, porque naquela época jamais faria isso! Aconteceu no ginásio esportivo de algum clube. Fui como um punk rocker característico e na plateia tinha basicamente hippies estudantes da UnB. Acho que Mel da Terra ou Liga Tripa também tocaria, não sei... Herva Doce tem músicas legais.

Eu morava na 203 Norte. Tinham alguns clubes que eram relativamente perto e, por vezes, eu ia ou voltava a pé desses shows em clubes. Era uma boa caminhada, mas nada do outro mundo. Geralmente eu ia a pé, porque a volta nem sempre era pra casa. Depois de shows geralmente fazíamos alguma coisa, nem que fosse um ‘Brutus’ ou ‘Galo de Briga’ no Giraffa’s.

Acabou que foi um showzaço! Herva Doce e Rádio Taxi, só músico de 1ª qualidade.

Tem mais assuntos relacionados a Brasília, como o nascimento de Seabra, o Philippe. Ele nasceu em Washington nos Estados Unidos. Seabra é desses amigos que nem lembro como conheci. Eu era ainda muito garoto. Daí que em 1984 fomos estudar no mesmo colégio, o Sigma, que tinha acabado de abrir. Ele fazendo cursinho e eu a 7ª série (Hoje 8º ano. Eu era repetente!). Foi nessa época que Plebe Rude fez músicas como “Proteção”, “Até Quando Esperar” e “Minha Renda”. Eu tinha fitas de ensaios com esses primeiros registros. Isso era 1984 e já fiz um texto aqui contando como foi esse ano em Brasília.

Havia sim uma expectativa em relação ao que seriam os novos discos de Cazuza solo e Barão Vermelho. Em 1985, Cazuza lançou ‘Exagerado’ com o repertório que seria o novo do Barão. Na verdade, essa expectativa era mais da gravadora e da imprensa. Para o público, muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo. Era uma novidade por dia.

1985 não foi o ano do Cazuza, mesmo sendo novidade. Foi o ano do Ultraje a Rigor, de Legião Urbana, Ira!, Paralamas e Titãs – mesmo não vendendo bem, várias músicas do ‘Televisão’ tocaram em rádio.

Mas lembro disso, da gravadora investindo na divulgação, clipe no Fantástico, propaganda e entrevistas nas revistas. O Titãs ia em todos os programas de TV! A vendagem foi boa, mas a gravadora esperava mais.

1987 foi um ano marcante pra mim porque foi quando eu me mudei – a contragosto – para São Paulo. Cheguei em um tempo em que a cena alternativa aqui estava aquecida, muita coisa acontecendo.

Separei lançamento de Titãs (Jesus Não Tem Dentes...), Gang 90 (Pedra 90) e Fellini (3 Lugares Diferentes) porque me fazem lembrar bastante desse tempo. Como eu não conhecia praticamente ninguém em SP, então nesses primeiros tempos na cidade saía muito com o pessoal de Piracicaba, minha terra natal. Tinha uma galera de Pira que gostava muito de Fellini, e quando havia show, íamos.

A Gang 90 acompanhei bastante nesse período, enquanto estava na ativa. Vi não só os shows de lançamento do Pedra, mas outros de antes, do Rosas & Tigres. Apesar de não ter mais Júlio Barroso, era um timaço de músicos. Foi o ano que abriu o Aeroanta e muita coisa acontecia lá.

O Titãs lembro do público e imprensa especulando sobre o que viria depois de ‘Cabeça Dinossauro’. Já relatei aqui que vi um ensaio para a gravação o Jesus... e eles brigando, gritando, saindo do estúdio aos berros!

Discaço que deixou todo mundo de queixo caído. Todo mundo queria ir ao show. Todo mundo ficou assustado (no bom sentido) com a qualidade da produção e do repertório. Lembro da estreia do clipe de “Lugar Nenhum” no Fantástico.

Nessa época, todos esses grupos do primeiro time do rock brasileiro, estavam em um momento de mudanças, todo mundo já no 3º e 4º discos. O país entrando em uma crise que durou um bocado e, juntando tudo isso, restaria apenas os fortes e ‘Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas’ tinha força de sobra! É disco que mudou os rumos de produção e composição. Influenciou inclusive grupos da mesma geração.  

Pra fechar os anos 80 tem o lançamento da coletânea ‘Sanguinho Novo’, que é um tributo ao Arnaldo Baptista gravado por diversos grupos do underground. Não vou listar aqui os grupos que são muitos, mas registro esse lançamento porque foi bem quando conheci Miranda, o Carlos Eduardo. Nessa época ele dividia casa com o Skowa numa rua atrás do Aeroanta. Foi lá que ele me mostrou a coletânea, nem tinha capa (ao menos a cópia que ele me mostrou). Nesse mesmo dia ele me apresentou ao Pixies (Surfer Rosa). Nessa época Miranda ainda escrevia para a Bizz (e acho que pra outras revistas e jornais também).

Chegamos em SP no mesmo ano e desde que nos conhecemos sempre mantivemos contato (depois veio anos 90, Banguela, MTV...). Nos víamos na noite, nos shows, nas festas, nos bares, no trabalho. Ele também morava na Pompeia. Fica aqui a homenagem a esse bom amigo.

Isso era 1989 e, para o lado da cultura pop, cena rock / pop brasileira, as coisas iam de mal a pior. País afundado em crise em ano de eleição.

Depois de um disco meio sombrio que foi o V em 1991, Legião Urbana lançou ‘O Descobrimento do Brasil’ em 1993. Eu já estava na MTV e pessoas lá dentro tiravam sarro da minha cara quando pegava esse disco pra escutar ou pra usar em algum programa. Contei sobre isso em um texto em que falo desse outro lado da MTV. Acho um dos melhores da discografia do grupo, tem músicas e letras perfeitas e maduras. Disco pesado, profundo e bem produzido. Legião era um dos artistas que usavam bem esse período de fim de ano.

1993 já era o período Grunge. Era uma transição entre Madchester e Grunge. Aqui para os nossos lados, era a chegada do Banguela e o início de um novo mercado independente brasileiro. Em 1994 saiu 'Con El Mundo A Mis Pies' do Kleiderman. Discão punk, pesado. Vi alguns shows e tenho um gravado em VHS.

O estúdio Be Bop, onde também ficava o Banguela, se tornou um QG. Ficava em Pinheiros, colado na Pedroso de Morais. Eu mesmo vivia lá. Além de ter muitos amigos gravando como artistas, também havia muitos amigos que trabalhavam no selo e nos estúdios. A tarde e à noite, estúdio A ou B, as gravações não paravam. Tinha grupo que saía do estúdio e ia direto pra show (em SP ou não) e tinha grupo que chegava da estrada e ia direto pro estúdio. Tempos intensos

Por falar em Banguela, em 1995 e 96, o Raimundos usou novembro pra lançar, respectivamente, ‘Lavô Tá Novo’ e ‘Cesta Básica'. São discos já lançados pela Warner e não mais pelo Banguela. No caso do ‘Cesta Básica’ o legal foi que o grupo gravou “Infeliz Natal” do Filhos de Mengele. Vou contar um bastidor: Teve certa confusão com a MTV porque alguém pegou o show do Raimundos no Hollywood Rock para usá-lo no pacote, mas sem autorização da emissora ao menos não em um primeiro momento. Essa história não acabou bem para a pessoa que pegou o show.

Dois fatos ruins aconteceram em novembro de 1997 em dias seguidos: o fatídico show do Raimundos em Santos, quando morreram algumas pessoas durante um tumulto que abalou de forma definitiva os integrantes. Um velho amigo de Brasília, o Barney, que neste ano voltava a trabalhar como assistente de palco e tinha passado pelo também tumultuado show do Legião no Mané Guarrincha, depois disso desistiu de vez dessa área. Lembro de Canisso, Digão, Rodolfo e Fred bastante depressivos por conta desse fato, além dos amigos da equipe. Demorou um bocado pra recuperação de todos eles.

No dia seguinte a este fato ocorrido em Santos, o Planet Hemp foi preso em Brasília depois de um show. Isso mobilizou a MTV e toda imprensa. Claro que tínhamos preferência em relação a cobertura já que a MTV sempre foi parceira do Planet e de toda essa geração. Sendo em Brasília, o grupo teve ajuda de amigos meus. Bafafá na imprensa e esse fato me lembrou da prisão de Tony Bellotto e Arnaldo Antunes em 1985 por porte de heroína. Pela época e pela droga, foi algo bem pior, claro, e foi um grande acontecimento entre a imprensa e colegas artistas. Mobilização total. Nos dois casos!

Fecho o longuíssimo texto com dois lançamentos significativos de 1998 quando eu já estava com 28 anos, há 5 na MTV, e havia trancado a faculdade de jornalismo por causa do trabalho, pensando em retomar em 6 meses (o que não aconteceu porque veio casamento, filha...).

1998 tinha um contexto bastante diferente do início e do miolo dos 90, e foi quando Otto e Capital Inicial lançaram discos. ‘Samba Pra Burro’ é um clássico da década apesar de ser 98. Depois do Banguela, Miranda foi revolucionar na então nova gravadora independente Trama. Dois velhos amigos do bairro e da MTV tocavam nessa primeira banda de apoio do Otto. Era uma bandaça e lá estavam Guilherme Sapotone na bateria e Daniel Pompeu no baixo. Discão. Fui a alguns shows desse período. Inclusive tocamos juntos no Porão do Rock de 2000. Eu no palco B com Filhos de Mengele e Otto no A. Ficamos no mesmo hotel. Dias bem doidos!

Recheado de nomes de Brasília, fecho esse texto com Capital Inicial que lançou ‘Atrás dos Olhos’ pela então nova gravadora Abril. Acompanhei de perto todo o processo de reaproximação de Fê, Flávio e Dinho, a volta dos ensaios, as negociações de repertório e com gente interessada em gravar e lançar. É o melhor disco dessa volta do Capital. Das 12 gravadas, gosto de 7 ou 8. Nessa época Dinho morava ao lado da MTV e nos encontrávamos bastante. Foi também quando comecei a fazer O Diário da Turma.

Mas tudo já estava diferente, inclusive na MTV. Em 98 eu já me questionava se eu queria mesmo trabalhar com televisão ou então procurar outras áreas, outras oportunidades. Era hora de buscar outras emissoras, produtoras e oportunidades. A cena rock estava já ruim, a internet começava a chegar nas empresas, em São Paulo os lugares legais pra frequentar estavam mudando ou acabando, então a cidade também estava sem graça. Era um período em que minha geração estava se estabelecendo profissionalmente, casando, definindo carreira. Para o lado dos grupos dessa geração a mesma coisa acontecia porque já estavam entre o 3º e 4º disco. Quem iria ter força pra atravessar a década?

22 de agosto de 2021

Filhos de Mengele ao Vivo na Amsterdam em Brasília

Resumo do contexto: Em 1996 Filhos de Mengele se reuniu pra fazer um show no Aeroanta em SP, e Digão deu ideia de gravarmos nosso repertório. Em 2000 nos reunimos para gravá-lo oficialmente, mas não deu certo por causa da agenda do Raimundos. Em 2009 o grupo voltou a se reunir e daí sim gravou o repertório completo.

Na época em que ficou em atividade, o grupo fez poucos registros oficiais: Três comigo no vocal e uma com Telo. Comigo “O Entediado”, “Anti-Social” e “TV”, com o Telo “Religião” (acredito que duas demos dela).

Pra comemorar esse lançamento marcamos show na Amsterdã, do amigo Sérgio Pedrosa (O Debulha). Nesse dia tocamos com DFC e Galinha Preta. Nosso erro foi ter fechado a noite, por isso, tocamos às duas da manhã. Tentei evitar isso, mas não deu. Bom é que na pequena plateia havia muitos amigos e os "doidos" que cantam todas as músicas e fazem roda em frente ao palco. Então nos divertimos bastante.

Cleon Homar gravou o show. Cleon é velho amigo de Brasília, inclusive trabalhamos juntos na Apoio Comunicação. Excelente profissional do audiovisual (colega!), liguei pra ele pra dizer que tocaríamos em Brasília em uma só noite, e ele se ofereceu pra gravar. Gravou com uma GoPro fixa e uma outra câmera na mão. Desse material sobrou poucas músicas gravadas pela câmera que ficou na mão do Cleon. 5 anos se passaram e agora em 2021 ele revirou seu baú e achou 5 músicas.

Tanto nesse show, quanto no show do Porão do Rock, Telo estava lá, porém essa gravação é do início da apresentação e ele só entrava na segunda metade. Nos dois shows fizemos bis com nós dois cantando “Infeliz Natal”.

Uma coisa que quero registrar aqui é o momento que eu vivia nessa época: Eu sai direto do hospital São Rafael em Salvador e fui pra Brasília. Eu estava acompanhando minha irmã Mila desde o dia 28 de dezembro de 2015, pois teve um grave problema no intestino que quase a levou à morte. Foram mais de 40 dias de hospital e só fui ao show porque Mila já estava bem, apesar da recuperação lenta. Minha irmã Fernanda foi me substituir, mas Mila saiu dias depois (acho que no dia 16/2).

Então viajei preocupado, mas chegando em Brasília consegui me divertir um pouco com os velhos amigos que apareceram.  

Pra mim, documentarista, qualquer registro vale. A sorte é que neste, tanto o vídeo, quanto áudio estão bons.

Essa foi, ao menos por enquanto, a última vez que nos reunimos.

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Você pode escutar o repertório completo do Filhos de Mengele através do Spotify, Deezer, ITunes, Apple Music, Amazon, Ràdio UOL, My Play entre tantas outras plataformas digitais (via Deckdisk).


Ao Vivo na Amsterdam (2016)



Ao Vivo no Aeroanta (1996)

4 de julho de 2021

O Que o Punk Rock Me Mostrou

 

Já contei aqui em algum lugar que deixei de lado meu time de botão e meus shorts curtos da adidas para seguir o movimento punk e mergulhei intensamente no punk rock. Pra mim foi natural já que desde pequeno eu via e gostava daqueles caras “doidões” em Brasília que faziam um rock sujo e tinham cabelos coloridos e roupas rasgadas.

Daí em 1982 minha irmã Fernanda voltou de um intercambio na Itália e trouxe muitos discos, entre eles alguns clássicos do punk rock como London Calling, Combat Rock, Never Mind the Bolocks, Rattus Norvegicus, La Folie, entre outros que não me lembro já que há décadas não tenho mais meus discos.


Depois deles vieram outros tantos, mas entre os primeiros que comprei estavam End of The Century, Pleasant Dreams, The Gift, In The City, Marquee Moon, e muitos outros clássicos do punk rock clássico dos anos 1970.


Nunca deixei de lado as influencias que vinham dos maus pais como a boa MPB também dos anos 70, o soft rock, a música francesa e italiana. Evidente que essas coisas eu não comprava. Minhas urgências eram outras. E quando não comprava, eu gravava.

O punk rock inglês abriu meus ouvidos pra outros gêneros. O trio Sex Pistols, Clash e Stranglers me trouxe o Pub Rock. O Sex Pistols me mostrou o The Who e, por consequência, Kinks, Faces, Animals e outros grupos do chamado Sixties. Entre tantos grupos do Pub Rock – que não é um estilo definido, mas sim um estilo de vida – nesse primeiro momento abracei forte o Dr. Feelgood e Ian Dury and The Blockheads.


O The Jam me mostrou um gênero que é um baita universo gigante: a Soul Music. Curtis Mayfield, Isaac Hayes, Marvin Gaye, The Temptations e dezenas de outros artistas.


O The Clash, além do Pub Rock que já citei (Joe Strummer era líder do The 101’rs, um dos principais grupos desse estilo) também me iniciou na cultura hip hop. Aquele lance de andar na rua com rádio gravador na mão, o break dance e Kurtis Blow (que influenciou alguns elementos presentes no Combat Rock). Disso aí conheci Afrika Bambaataa e seu Planet Rock. Inclusive pouco tempo depois disso John Lydon, que estava imerso no PIL, gravou com Bambaataa “World Destruction”.


Essa cultura de rua que surgiu forte no início dos anos 1980 como um braço da Soul Music foi algo tão intenso quanto o punk rock quando surgiu na segunda metade dos anos 1970.

Graças ao Ramones conheci Phil Spector, Beach Boys, Martha Reeves and The Vandellas (que Joey tanto gostava), entre outros nomes ingleses e americanos.


O chato pra mim naquela época de anos 80 é que eu tinha outras prioridades, que era exatamente o punk rock e como discos e fitas eram caros, então eu não conseguia comprar todos esses outros artistas. Quando eu achava alguém que tinha discos do The Who ou outros artistas, então eu conseguia fazer uma fita coletânea ou então gravava uma meia dúzia de músicas.


Nem mesmo a MTV tinha em seus arquivos todos os clipes que eu gostaria de ver. Trabalhei lá por 7 anos e pouco pude ver dessas outras influências.


Minha alegria mesmo veio quando surgiu o Napster, o Soulseek e outros programas de compartilhamento de músicas. Depois, quando surgiu o YouTube em 2006, aos poucos pude babar em vídeos ao vivo, shows, clipes, documentários, apresentações em programas de TV, Soul Train e tantos outros conteúdos maravilhosos!

Ainda hoje continuo com a mania de parar tudo pra assistir a vídeos de Ian Dury, Dr. Feelgood, Ace, Brinsley Schwarz, todos os clipes do Run D.M.C. , material do Kurtis Blow, Marvin Gaye, Curtis Mayfied, The Supremes, The Who e mais uma penca de coisas incríveis!


Viva o punk rock e suas influencias!


3 de abril de 2021

O Jornalismo Independente

Esse texto é pra reforçar e complementar o que escrevi no texto anterior.

Entre 1993 e 1998 estudei jornalismo na PUC. Lembro de uma discussão que tive com um professor logo no 1º semestre, ele trabalhava na Folha. Eu mal conhecia minha turma.

Não sei o que gerou o diálogo, mas disse a ele que eu era de Brasília e que os jornais nunca retratavam a verdade do que acontecia na política. Ele ficou indignado, porém sem argumentos. Citei alguns exemplos de acontecimentos importantes que não haviam saído em imprensa nenhuma e ele não sabia o que dizer. Não lembro como acabou a discussão, mas lembro que pra ele, óbvio, foi um tanto humilhante perder esse “embate” pra um estudante de 23 anos e de 1º semestre.

A mídia mainstream sempre lambeu as botas de todo e qualquer Governo, até a chegada desse novo Governo que assumiu em 2019.

A promiscuidade entre essa grande mídia e a política só foi aumentando a cada Governo desde Sarney, o Demônio do Maranhão.

É difícil para a população que não está na distante Brasília, saber minuciosamente o que acontece por lá. Até mesmo a Jovem Pan, que hoje faz o melhor jornalismo – apesar das inúmeras falhas – e até ela não fala tudo.

Já escrevi em outras publicações sobre política que há muita sujeira fora do Congresso e fora do expediente dos Deputados, Senadores, Secretários, Ministros, assessores, etc. E dessa sujeira muito jornalista faz parte. São festinhas, almoços e jantares, churrascos, encontros, conversas estranhas, acordos do mal, amizades por interesse, tapinha nas costas. Tudo em nome do interesse de poucos, e se inclui nesses poucos, os grandes grupos de comunicação: Globo, Folha, Estadão, Bandeirantes, entre outros.

De 1993 – quando discuti com meu professor – pra cá, o mundo mudou e mudou muito. A tecnologia e as redes sociais desnudaram tudo! Entre diversas áreas, muitas empresas que detinham o monopólio do que faziam, perderam esse monopólio. Pra ficar nos dois exemplos que dei no texto passado, das gravadoras e da imprensa, elas se deram mal. Isso aconteceu porque o que elas faziam, muita gente hoje pode fazer.

E a grande imprensa, desolada com a perda do monopólio da notícia, ao invés de se adaptar aos novos tempos, preferiu – assim como as gravadoras fizeram no início dos anos 2000 – atacar seus inimigos: sites, blogs, Instagram, Twitter, Facebook, canais do YouTube, entre outras redes.

Indignadas em não ter mais o poder que tinham, estão mais perdidas do que o urso do pica-pau. 

Ficaram tanto tempo acomodadas nesse monopólio e sentadas na grana fácil e acordos malignos que agora, nesse momento de mudança de comportamento, não sabem o que fazer. Pior! Não conseguem aceitar o novo.

Pra falar o que quero dizer a seguir, é preciso lembrar que o mundo é dominado por meia dúzia de milionários que são donos de grandes conglomerados que incluem empresas de internet; donos da própria internet e de suas redes sociais; grupos de comunicação que tem canais de televisão, empresas cinematográficas, gravadoras; além de empresas de alimento, de importação e exportação; e tantas outras que a gente sequer conhece, mas que impactam diretamente em nossas vidas.

É evidente que esses milionários não querem que o mundo tenha mais milionários, então eles fazem de tudo pra que o mundo continue como está. Eles não querem mais ninguém, além deles, mandando em tudo. Que o diga o demônio George Soros, talvez o mais famoso deles.

E tendo esse pensamento de manter a bolha como ela é, obviamente a cruel ideologia de esquerda é a que lhes cabe como uma luva.

Isso a gente vê claramente nas redes que já citei, principalmente as mais conhecidas e usadas como Facebook, Instagram e Twitter. Nelas a censura só funciona para quem tem um viés conversador. Publicações que são de esquerda podem tudo: xingar, matar, criar Fake News e gerar discórdia, entre outros absurdos.

A nossa imprensa que sempre teve esse viés de esquerda, também faz o que quer: mente, cria Fake News, pede a morte de políticos e continua firme e forte em conluio com os velhos lobos da política, mesmo que esses políticos sejam corruptos e que essa corrupção tenha matado milhares de cidadãos. É só ver o quanto puxam o saco do Lula, por exemplo. Um cara que roubou dinheiro da saúde, da educação e até mesmo de aposentados! Um Governo demoníaco que "emprestou" nosso dinheiro para países ditadores que jamais pagarão esses empréstimos. Mas isso não importa, porque ele pagava muito bem para que essas mídias aceitassem sua manipulação.

Globo, Folha, Estadão, Bandeirantes e outros fortes grupos adoram manipular a notícia, então fica claro que todas essas pessoas fazem parte de um seleto grupo do mal: grupos de comunicação, investidores e todos os seus funcionários que são sustentados por eles.

O engraçado é que todos eles, amantes da ideologia da esquerda, se existissem dentro de países comunistas, não teriam voz, não teriam esse trabalho e até possivelmente iriam estar presos em campos de concentração. Como é sabido, o comunismo odeia a verdade e ama manipular qualquer coisa.

Enaltecem o comunismo, mas seriam mortos pelo comunismo. Tem que ser muito burro e ignorante pra ter esse viés.

Todos eles juntos tentam a todo custo minar o jornalismo independente exatamente porque o jornalismo independente faz com louvor o que eles deveriam fazer: reportar a verdade.

O que reclamei com meu professor em 1993 - a manipulação, mentira e omissão de notícias - hoje está mais do que escancarado.

Porém esse monopólio da omissão e da mentira aos poucos está sendo minado. A batalha é dura e longa, mas claramente será vencida por quem faz o jornalismo independente.

Está cada vez mais nítido que esse jornalismo mainstream da omissão e da Fake News é cruel, é vil e age como um assassino frio que mata sua vítima e dá risada enquanto esquarteja o corpo.

É só ver a reação dessa grande mídia diante do que foi feito com Oswaldo Eustáquio, com o Terça Livre, com Caio Copolla e outros jornalistas independentes que volta a meia têm suas contas bloqueadas, suas redes canceladas.

É só ver a forma como ela cobre grandes manifestações que vão contra seus interesses. Não precisa ser muito inteligente pra perceber as omissões e Fake News que são produzidas pela Globo em seus produtos e seus telejornais. É só ver os textos e reportagens que a Folha e Estadão publicam.

Pior! Pra tentar manter a mamata do dinheiro público que recebiam disfarçado de verba de publicidade, e continuar a puxar o saco de quem fazia esse pagamento ilícito disfarçado de lícito, essa grande imprensa defende corruptos, defende um STF aparelhado e, muito pior ainda, tenta desqualificar jornalistas que falam a verdade! Perceba bem o absurdo!!! Vou repetir: essa mídia mainstream defende corruptos, pede a volta da velha política do caixa 2 e do mensalão, e joga contra jornalistas que fazem com maestria o jornalismo que ela se nega a fazer em nome da barganha que ganhava com essa sujeira toda!

É uma vergonha, uma falta de caráter, e ela está indo para o buraco por conta disso, e mesmo assim não larga o osso. Azar o dela e sorte de quem faz um jornalismo verdadeiro, transparente e isento que está cada vez mais robusto graças a independência que tem. Com essa independência acabou pra sempre o monopólio da notícia omissa e falsa.

São gigantes que estão perdendo seu tamanho e poder. São mídias que agora são obrigadas a dividir a atenção com quem faz o jornalismo correto e mais, são constantemente desmentidas pelo jornalismo independente que mostra, sem medo, a verdade.

A cada mês, a cada ano, esses grandes grupos perdem público, assinantes, anunciantes, lucro e, por consequência, o poder que um dia tiveram.

Que continuem negando a realidade e não aceitando a verdade, porque o fim de todos esses prepotentes grupos mainstream a cada dia fica mais aparente. Quanto mais perdem força, mais forte fica o jornalismo independente!

Um dia Soros e seus pares não estarão mais aqui pra ajudá-los e daí... puf, babau!

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Quem mente, omite e distorce a informação na cara dura: Grupo Globo (TVs, rádios, revistas, sites e jornais), Folha de São Paulo, UOL, Grupo Bandeirantes (TVs e rádios), Estado de São Paulo, Veja, Isto É, Exame, Correio Braziliense, Jornal Zero Hora, CNN, O Antagonista, Mídia Ninja e todas as mídias independentes de esquerda (até porque ganhavam dinheiro de origem esquisita e deixaram de ganhá-lo após a saída do PT do Governo).

Quem diz a verdade: Gazeta do Povo, Gazeta Brasil, Jovem Pan (apesar de omitir algumas notícias), Opinião no Ar, Terça Livre, Brasil Sem Medo, Brasil Paralelo, Jornal da Cidade OnLine, Conexão Política, Jornal Parcial, e outros tantos canais independentes no YouTube, no Instagram e no Twitter - e pra conhecê-los é só ir na lista tanto de seguidores quanto de seguidos por essas mídias.

22 de março de 2021

O Jornalismo e Os Novos Tempos

De 2000 a 2013

Nesses últimos tempos houve um número alto de demissões em massa em algumas redações de jornais impressos e seus sites. Claro que demissão é algo agressivo, mas a vida é assim e isso não acontece só com jornalista. Vi muitos deles choramingando (desculpe o termo) a respeito desses ocorridos, dizendo injustiça, quase a ponto de dizer que sem o jornalista o mundo não anda. Está certo, claro, óbvio que não é nada agradável ser mandado embora, mas todos estão sujeitos a isso, seja um auxiliar de obra ou um alto executivo de multinacional.

O mercado está mudando mais uma vez, assim como mudou no boom da internet. Outras ferramentas estão se adequando ao dia a dia do público. A tecnologia facilita a vida de todo mundo a ponto de ninguém mais conseguir imaginar o mundo sem telefone móvel e internet, mesmo que essas criações estejam há poucos anos em nosso cotidiano. Vivemos a Era Jetsons. Logo os carros estarão voando!

A televisão há tempos sofreu essa mudança, que agora acontece de novo no jornalismo. Assim que foram lançadas câmeras como a PD150, que chegou ao mercado brasileiro por volta de 2002, o jeito de fazer televisão mudou.

Antigamente eram as betacam que pesavam entre 8 e 13 quilos, operava-se essa câmera apoiando-a no ombro. Hoje, com essas câmeras pequenas, tudo ficou mais ágil, apesar de infelizmente terem se perdido os recursos que se faziam com a câmera no ombro. Se ganha por um lado e perde-se por outro.

Todos os operadores de câmeras tiveram que se adequar a essa nova linguagem. TODOS! Assim como a forma de editar e finalizar um projeto. As ilhas hoje são digitais, e já não há mais ilhas de edição analógicas. Em 1998 editei todo o Monsters of Rock em uma Avid e saí da edição falando que nunca mais iria usar uma ilha digital. Achei a experiência horrível. Hoje vejo que era questão de costume e aprendizado.

Mais uma vez a forma de se noticiar os fatos está mudando. Anos atrás conheci um dos sócios do site Omelete e ficamos conversando por horas. Hoje a pessoa não quer mais perder muito tempo na internet. Na verdade nunca quis, mas agora menos ainda. Em 2001 já era sabido que os textos de sites deveriam ser menores e hoje diminuíram mais e, mais ainda (ou pior), atualmente se dá preferência para o vídeo, porque o consumidor não quer mais ler a notícia.

Em 2012 passei quase três meses dentro do antigo prédio do Grupo Abril, contratado para fazer alguns vídeos internos. Fiquei boquiaberto de ver o quanto a empresa estava perdida em meio a tantas ferramentas. Naquela época já não sabia para onde correr. Ao mesmo tempo em que se perdia leitores, também não conseguia entender o funcionamento das ferramentas atuais. Percebo que há pessoas que querem que a nova ferramenta se adeque a elas e não o contrário. Há muita briga entre essas empresas de tecnologia. Quem inventa o quê? Quem é dono do quê? Quem pode usar o quê?  Bobagem. O público não se importa com isso, apenas quer usar, independente de quem faz ou da máquina que tem.

Na área de vídeo, por vezes, somos obrigados a reduzir ao máximo a equipe de gravação. Hoje há quem opte por contratar um operador de câmera que também faça o áudio. Eu mesmo já tive que fazer isso. Claro que a qualidade do trabalho cai vertiginosamente. Isso é culpa de pessoas ignorantes que não entendem o motivo do custo de uma gravação, por mais simples que seja.

A Folha de SP foi uma que demitiu boa parte da redação, assim como o Estadão. Não sei o que houve, e falo misturando o consumidor com o profissional, porque pra mim fica claro que após fazer a versão virtual do jornal ser paga, o número de acessos diminuiu. Eu mesmo deixei de ir ao site desses jornais, até vou, mas não clico nas matérias. Uso o acervo. Se fosse para pagar por um conteúdo ultra exclusivo, ok, até poderia pensar em assinar. Mas pagar para ver e ler sobre assuntos que posso ver e ler em outro site aberto, não faz sentido.

Há redações que estão tentando investir mais na internet, mais em vídeo. Mas é nítida nas redações dos grandes jornais e revistas a dificuldade de se transformar o jornalismo impresso em algo mais dinâmico. É soberba. O jornalista que trabalha com a parte impressa pensa que pode dominar o vídeo e internet numa boa. É o mesmo erro que pensar que captação para televisão e publicidade são a mesma coisa.

Sei de redações que têm pequenos estúdios, equipamento legal, e até switcher, mas é pouco usado ou nada usado por ser bicho de sete cabeças para muito jornalista. O pior é que, quem segura à evolução são, obviamente, os velhos lobos, os acomodados. Não entendem e não querem entender o que se passa hoje.

É errado achar que um jornalista pode operar câmera, operar o áudio, editar e finalizar uma matéria e, além de ter feito o vídeo, ainda ter que fazer matéria escrita. Assim só se puder ser algo bem ruim, meia boca, aí tudo bem. O pior é que há quem pense que deva ser assim.

A tecnologia permitiu o baixo custo. Não importa se a imagem é de smartphone, se alguém conseguiu pegar imagem do furo do momento, é ela que vale. Nem sempre foi assim. O antigo ‘Aqui e Agora’ do SBT ajudou nessa mudança.

O ruim é que, mesmo o equipamento profissional, está de certa forma fácil de manusear, mas em termos. Digo fácil porque há o maledeto botão automático que faz qualquer pessoa acreditar que pode operar uma câmera. Imagine essa pessoa tendo ainda que cuidar do áudio e entrevistar as pessoas. Até arrepia a espinha de pensar nisso. O contratante, para economizar 500 ou 700 reais, prefere fazer algo que talvez nem dê pra usar, do que ter algo seguro e profissional.

Jornalistas colegas foram arrancados das redações. Isso é comum no mercado de televisão. Em todas as emissoras e produtoras independentes vêm acontecendo cortes.

É o mercado se ajustando aos novos tempos. Não há porque chorar. Eu sou free lancer desde 2002, vivo as oscilações do mercado na pele, e sei bem o que falo. Não há tempo para choro. Se mudanças estão acontecendo, então é preciso ficar atento, observar e dançar conforme a música. Na minha vida é assim: tem dia que estou em um projeto gigante comandando 300 pessoas, e no outro, estou com uma câmera na mão fazendo tudo ao mesmo tempo agora. Normal.

Pra mim o problema maior está nas pessoas que estão na parte de cima da pirâmide, nos executivos: gerentese diretores ou qualquer coisa do tipo. São elas que, como disse, não sabem o que fazer, e não deixam quem sabe fazer o que deve ser feito.

A Partir de 2013

As ferramentas tecnológicas não param de surgir ou de se reinventar. É só ver o que Facebook, Instagram, Twitter fazem.

E como disse acima, os grandes não conseguem entender os novos tempos. Azar o deles! Só que apesar de toda mudança recente que tivemos dentro do jornalismo, esses grandes veículos ainda conseguem atrapalhar o futuro que já chegou!

Veja só a Globo, a Folha de São Paulo, o Grupo Bandeirantes e outros: fazem de tudo para atrapalhar a vida dos jornalistas independentes!

O que acontece hoje no jornalismo é o que aconteceu com as gravadoras na virada dos 1990 para 2000 e com a chegada do Naspter: obrigou a todas elas repensarem no modelo de negócios!

Tanto que hoje as grandes gravadoras do passado não fazem cócegas a ninguém. Durante décadas elas mandaram no consumidor e faziam dele uns bobões obrigando-os a consumir o que elas queriam que fosse consumido.

Os programas de troca de arquivos e a tecnologia acabaram com essa festa!

Hoje acontece a mesma coisa no jornalismo: inconformados com essa mudança e com a perda de poder, os grandes grupos de comunicação ao invés de abraçarem a nova realidade, procuram derrubar aos que querem pisar no futuro.

Além de continuarem a praticar um jornalismo que envelheceu e que não cabe mais nesses novos tempos, tentam a todo custo desqualificar os novos formatos.

Produtores de Fake News são esses velhos e capengas grupos. 

Vergonhoso inclusive pelo fato de todo mundo hoje saber que esses grandes grupos eram manipulados através de verbas públicas disfarçadas de publicidade do governo. Essas verbas públicas é que diziam o que esses grupos deveriam falar e como deveriam falar.

Essa nova direção para o futuro não tem volta, mas eles insistem em querer derrubar algo que já está mais do que implementado.

É como se diz o velho ditado: se você não consegue derrubar seu inimigo, junte-se a ele!

Mas ególatras que são, grupos como Globo, Folha, Estadão, Bandeirantes e outros não conseguem tirar o olho do espelho, tirar o olho do próprio umbigo.

Já era! É preciso uma adequação urgente! É preciso despedir 80% dos profissionais que eles têm para começar a construir algo novo, e mesmo assim, a essa altura do campeonato, essa construção já vai começar atrasada!

É o que falei na primeira parte do texto em relação ao Grupo Abril, e olha o que aconteceu com ele! Há duas décadas era inimaginável que um Grupo daquele tamanho um dia fosse acabar como um castelo de areia. E sabe o que decretou seu fim? O ego. Puro ego! Seus executivos não aceitaram o futuro achando que eles poderiam controlar esse futuro e deu no que deu.

O mesmo já está acontecendo com o ex-todo poderoso Grupo Globo que com a verba pública que ganhava dos Governos, fazia a festa e comandava o mercado a ponto de monopolizar qualquer mercado: do entretenimento, das artes cênicas, da música, do jornalismo, do esporte, das crianças, da publicidade e de qualquer outra coisa.

Pagava-se horrores para artistas de ponta ficarem em casa enquanto não faziam novelas. Pagava-se horrores para grandes campeonatos para engavetá-los simplesmente para que outra emissora não os comprassem, pagava-se por exclusividade em tudo! E ainda assim sobrava dinheiro a rodo!

Graças ao novo Governo, esse monopólio do mal acabou! Toda essa maldade praticada nesse mercado de comunicação acabou!

Com o fim da mamata das verbas públicas a Globo vem sendo obrigada a se adequar a realidade. E hoje vemos que não eram os outros grupos que eram incompetentes, era a Globo que jogava sujo. Não eram os outros grupos que não alcançavam o patamar da Globo, e hoje é a Globo que vem se adaptando a realidade. Abriu mão e/ou vendeu diversos direitos de transmissão de vários eventos que há décadas eram dominados por ela.

Houve uma época inclusive, quando a Record e o SBT começaram a se arriscar mais no mercado de novelas, que ela proibia atores e atrizes de trabalhar nessas emissoras, mesmo não tendo contrato com o grupo carioca, simplesmente com ameaças de que se fossem pra outras emissoras, não voltariam a trabalhar mais na Globo. Isso é pura falta de caráter, isso é um antiprofissionalismo do mal.

Hoje vivemos a era do jornalismo independente seja em qualquer área!

As novas ferramentas tecnológicas abriram mais espaço para diversas áreas, incluindo a do jornalismo.

Inclusive é graças ao jornalismo independente de hoje que vemos o quanto esses grandes grupos de comunicação manipulavam, e ainda tentam manipular, as informações na cara dura!

Até mesmo a política mudou com todas essas novidades tecnológicas! Aliás, tudo mudou e tudo se desnudou com a tecnologia. As mentiras estão cada vez mais difíceis de serem contadas, isso em qualquer área, seja profissional ou social.

Essa falta de coragem de encarar a realidade e o futuro, vai exterminar esses grupos manipuladores e que, inclusive são também grandes fábricas de Fake News.

Ainda bem que esse velho e arcaico modelo de jornalismo acabou. E digo mais uma vez, azar de quem insistir com isso!

Já estamos no futuro e os velhos lobos precisam aprender de uma vez que não tem como manipular sua chegada.

Adeus velhas práticas!

PS: o velho jornalismo é tão prosaico, parado no tempo e burro que, pra ele, chamar jornalista independente de blogueiro é algo pejorativo quando, na verdade, significa algo ótimo, afinal o blog é uma das primeiras ferramentas da internet a permitir a existência de um jornalismo livre e independente!