24 de dezembro de 2011

2012 com Amor!

Desejo a você um ótimo 2012! Lembre-se de que o AMOR é o combustível do mundo, do ser humano. Sem ele nada faz sentido, sem ele nada anda pra frente.

Amor é se preocupar com o próximo, seja ele quem for. Não reclame de barriga cheia, não fique de mal humor a troco de besteiras, não brigue com o próximo (seja familiar, amigo ou desconhecido) a troco de nada.

Boas vibrações geram boas vibrações. Amor gera amor. Dê o que quer receber de volta. Não se zangue por pequenas coisas, não perca a paciência por detalhes. Produza bons pensamentos que eles voltarão a você. Não culpe Deus por falhas suas ou de outros.

Não brigue no trânsito, na balada e em nenhum outro lugar. Você pode fazer seus dias serem maravilhosos só com bons pensamentos. “A gente é o que a gente pensa”.

Moramos em um planeta que podemos imaginá-lo como sendo um pequeno apartamento. Todos nós somos da mesma família e moramos juntos, só isso já basta para não termos diferenças e se elas existem, então que saibamos conviver com elas. Não é assim dentro de casa, na família? O mundo é nossa casa e quem está dentro dela é da família.

Não julgue os outros para não ser julgado. Somos todos imperfeitos. Todos nós erramos. Retribua o mal humor, o mal olhado com boas energias. Se alguém for agressivo com você ou te ofender (mesmo que por besteira), pense no amor, conte até 10 e siga em frente. Não se rebaixe. Viva o amor. Viva um dia após o outro.

Valorize sua saúde, seus amigos, seu dia a dia, seu trabalho, seu estudo, seus familiares e os bons sentimentos. Antes de reclamar da vida pense nos humildes que estão nos hospitais públicos, nos cegos, paralíticos, nos doentes crônicos. Reclame menos e ajude mais.

Para exercer o amor não é preciso sair como um hippie dando beijo em todo mundo, falando “paz e amor”. Basta passar uma boa energia para o próximo, seja quem ele for (mesmo um gari). Usar a educação básica: bom dia, obrigado, até logo, por favor. O “olho no olho, dente por dente” evoluiu para “amai seu inimigo”, que não precisa necessariamente ser levado ao pé da letra.

Que 2012 seja maravilhoso para você e sua família. Que tudo se realize. Que o bem prevaleça e o AMOR fale mais alto no coração.

Vou tirar alguns dias de folga e, em 2012, o Sete Doses de Cachaça continua firme e forte. Obrigado pelas visitas e divirta-se nesses dias de festas!

15 de dezembro de 2011

Festivais Internacionais e os Artistas Brasileiros

Lobão dias atrás publicou um vídeo onde fala de sua negativa em tocar no Lollapalooza e deu suas razões. Tem coisas que concordei, outras não. Fiquei pensando se, assim como agora há uma lei audiovisual que obriga canais de TV abrir espaço para produção independente brasileira, deveria também haver alguma lei sobre esses festivais de música, que posam de mocinhos, mas o que querem mesmo é sugar o máximo de dinheiro possível, nem que seja vendendo mentira. Fico pensando se não deveria ter uma obrigação de espaço para artistas brasileiros tocarem no dito horário nobre entre as atrações internacionais. Mas isso funcionaria? É certo? Tenho minhas dúvidas... Talvez ao menos obrigar a usar a mesma potência, sei lá.

Por outro lado, se gasta uma fortuna e se tem uma enorme dor de cabeça com os artistas gringos. Imagine o que é trazer um Guns N’Roses, quantas exigências se pede e o tamanho da equipe. Tem artista que inclusive impõe o horário. É barra! Festival é grana mesmo, uma logística doida, e quando você tem uma escalação de peso internacional, a mídia é mundial e se tem mais retorno. Aí penso que o cara trouxe o artista por milhões de dólares, teve uma trabalheira danada e, óbvio, por isso vai querer valorizá-lo e colocá-lo entre as principais atrações. Absolutamente normal. Mas da mesma forma é sacanagem tratar artista brasileiro com indiferença. Tem que haver um equilíbrio.

Agora o que não acho certo é Lobão querer convocar os artistas a desistirem de participar do festival. Aí já é delírio. Para os artistas pequenos isso é um sonho, sendo do jeito que for. Não dá para falar isso no alto de uma carreira bem sucedida, cheia de hits radiofônicos, agenda cheia, fama na mídia, com estabilidade financeira e profissional. Isso não pode. Não quer participar, não participe, mas podia ter feito o contrário, e não só ter dado força a quem for participar, mas dito o nome de ao menos alguns deles (com todo respeito ao que Lobão já fez pela cena independente).

Mas a questão aqui não é essa. Certo e errado, Lobão falou e foi legal. Mas depois de ver o vídeo comecei a pensar sobre a importância desses festivais internacionais para os artistas brasileiros pequenos e médios. Tirando o Rock in Rio 1, nenhum outro revelou ou deu força para nomes nacionais. Nem nas outras edições do próprio Rock in Rio, Hollywood Rock e agora o SWU. Até parece meio forçada a entrada desses artistas menores, porque são colocados em palcos menores, com som de menor potência, tempo curto de apresentação e tratados com desdém nos bastidores. Se eles não se importam, ok.

Não existe, ao menos não consigo lembrar, nessa curta história de festivais internacionais no Brasil, de algum nome que tenha despontado a partir deles. Só Paralamas no RiR de 1985. No RiR 2, em 1991, teve toda aquela história de espaço para novos artistas que seriam escolhidos através de eliminatórias, mas que no final o que pareceu foi um jogo de cartas marcadas. De qualquer forma pergunto: o que aconteceu com os artistas que ganharam o direito de tocar no RiR 2? Cri...cri....cri....

O Hollywood Rock nunca deu espaço para novos nomes. E mesmo em festivais como o Skol Rock, criado exatamente para achar novos talentos, com os vencedores nada aconteceu. Ninguém estourou depois de ter tocado nesses festivais. Quantos shows desses nacionais foram transmitidos na TV? Quantos desses artistas conseguiram ao menos um minuto de entrevista em um grande veículo de comunicação? Cri.....cri.....cri...

No line up nacional há nomes consagrados, médios e pequenos. Cada um tem que se virar para fazer o marketing desde já, e não pensar que só o fato de tocar já vai mudar a vida. Nada disso.

Tenho amigos que vão tocar no Lollapalooza e estão dando pulos de alegria, mas falei pra eles "capitalizar" em cima desse fato fazendo o máximo de shows nos meses que antecedem o festival. Quem sabe uma casa noturna não abraça a causa e faz um festival com alguns desses nomes. Uma espécie de esquenta. Quem sabe isso talvez não chame mais mídia que no dia do show no festival? E põe Lobão de headline!

10 de dezembro de 2011

MTV: Haverá Futuro?

Antes de tudo quero dizer que o título do post é uma clara homenagem ao Olho Seco, que registrou “Haverá Futuro?” na coletânea (do festival) O Começo do Fim do Mundo, que tenho escutado bastante nas últimas semanas...



É difícil pra mim escrever sobre esse assunto. Trabalho nesse segmento. É delicado. Mas acima de tudo sou telespectador. Faço, mas também assisto. Cresci em Brasília, mas não faço política. Tem gente que me fala que isso é um erro, mas prefiro continuar a acreditar no meu trabalho. Em primeiro lugar vem o tesão por ele, até porque nenhum pai passa a mão na cabeça do filho dizendo orgulhoso: “esse aqui quando crescer vai trabalhar em televisão. Vai ser Diretor! Vocês vão ver”. Então a televisão deveria ser feita só por quem realmente gosta disso, mas infelizmente essa não é a realidade. Nela há pessoas que estão em suas posições, mas pensando mais no status, nas trocas de favores, nos bens materiais, na política. O que realmente importa fica em 5º plano. Tô falando besteira?

Claro, sou amigo de produtores, roteiristas, diretores (artísticos, de produção, de fotografia, de arte...), executivos, empresários do vídeo, enfim. Como free lancer passei por emissoras e produtoras e conheci equipes das mais diversas, formas diferentes de trabalho e de se pensar e gerir. Isso não é pra mim. Meu negócio é criar, desenvolver, colocar em prática uma ideia (minha ou não). Faço isso porque amo televisão. Sou tele maníaco e com a chegada a MTV no Brasil vi a possibilidade de trabalhar com minhas duas paixões: música e televisão. Perfeito! Trabalhar lá foi incrível, mas depois ficou esquisito e chato. Pulei fora.

A marca MTV foi muito importante para várias gerações desde quando começou em 1983. Pelo bem ou pelo mal, ela ajudou a construir a cultura pop contemporânea. A MTV Brasil dos anos 1990 deixava artistas estrangeiros de boca aberta. Até Jello Biafra falou bem. Muitos artistas saiam daqui impressionados com as entrevistas e pautas do Gastão, Massari e de boa parte da produção (artistas que passam anos em turnê pelo mundo). Sim, porque muitas vezes as entrevistas também eram feitas off câmera por diretores, produtores e até redatores.

Era muito amor pela música. Dedicação mesmo. A equipe vestia a camisa como se fosse uma banda. Pô, quer coisa melhor do que poder fazer a pauta para uma entrevista com Metallica, Ozzy Osbourne, Red Hot Chili Peppers, Oasis, Ramones, Nirvana, Lou Reed. Pegar um carro e ir se encontrar com esses artistas. Era um prazer. É a sorte de fazer o que gosta e ainda receber por isso.

O que fizeram com a MTV de 1990 até (+ ou -) 1999, depois foi destruído. Nunca entendi, por exemplo, programa de namoro em uma emissora musical (gosto pessoal). Como disse não sou executivo, mas não posso engolir se a desculpa for patrocínio. Então na reunião faltou alguém dizer para o patrocinador que o “M” da MTV quer dizer música.

Também não sou a favor de ser apenas música e só música e mais música. Cultura pop. Namoro na TV definitivamente não é cultura pop. Programa de esporte pode até ser, dependendo de como for feito. Aquele bom e velho Hermes e Renato, de quando eles mandavam as fitas com os programas para São Paulo, não existe mais. Quando era cult, mal feito. Tem o Comédia MTV que é a reformulação de outro que já havia na grade, mas com outro nome. Acho bom, dou boas risadas nas poucas vezes que vejo. Me lembra muito a turma da TV Gazeta de 1987/88: TV Mix, Astrid, Serginho Groisman, Ricardo Corte Real, Grace Gianoukas, Marcelo Mansfield, Ângela Dip e outros. Era bom demais. Mas questiono esse humor em uma emissora como MTV.

Em algumas rodas de conversa pela cidade, seja em um show, bar, festa ou qualquer outro evento, já ouvi de tudo sobre o futuro da MTV Brasil. Até mesmo de que vai acabar. Isso eu acho difícil.

Não sei o motivo pelo qual houve tanto descaso com a emissora nesses últimos 10 anos. A culpa não foi só dos executivos da emissora, mas também de quem, do Grupo Abril, estava designado a tomar conta do negócio. Eu, como telespectador, vejo que o estrago foi tão grande que é preciso recomeçar do zero. A renovação já começou, mas no modo operação tartaruga... por diversos motivos.

Quem gosta de música quer ver, obviamente, programas musicais e é isso que todos esperam da MTV. Programas que mostrem clipes de todos os segmentos. Programas com música ao vivo, shows (como os que o Multishow compra), programas de debates, entrevistas, um bom jornal (o Sportcenter da ESPN Brasil é um bom exemplo de ótimo jornal com um editorial segmentado). Ninguém explora a música como ela deve e pode ser explorada.

Como falei, é ultra difícil pra mim publicar um texto como esse. Apesar de todos os cortes feitos no último ano, ainda tenho muitos amigos na MTV, torço por eles e pela emissora (eles sabem disso). É uma marca muito forte, por isso, não acredito que irá acabar, mesmo com esse momento difícil. O que falta é fazer o que ela fazia muito bem: surpreender.

1 de dezembro de 2011

Série Coisa Fina: 9 - Mates of State

Pense em Eurythmics, B-52’s, XTC, Talking Heads, Stranglers, Duran Duran, Devo, Elvis Costello, Blondie, Ultravox, Trio, Thompson Twins, Tears for Fears, Missing Persons. Artistas que trabalham bem com teclados, música pop de qualidade, coisa fina mesmo. Mas pense também em rock progressivo, em Pink Floyd, Genesis, Yes. Pense também em Carpenters e Abba. Mates of State é um pouco disso tudo, hoje deixando o progressivo, digamos, mais apagado. O progressivo aqui é em relação aos teclados e mudanças bruscas de andamento e harmonia.

Mountaintops, o 7º da carreira do Mates of State é assim: álbum pop de primeira linha, atemporal, com sonoridade moderna, mas soando, ao mesmo tempo, vintage. “Palomino”, “Maracas”, “Basement Money” são maravilhosas para qualquer pista de dança, fácil. E também tem as lindas baladas “Unless I’m Led”, “Mistakes” e “Change”. Lindas!

São 10 músicas que somam 37 minutos. Foi lançado em setembro e é daqueles que, quando acaba, você aperta o play de novo. Ele lembra muito os bons momentos criativos da música pop.

A linda tecladista Kori Gardner sabe muito bem misturar timbres antigos com atuais e assim, por ter noção de balancear esses timbres, é que o som consegue ser moderno e vintage. O baterista Jason Hammel lembra muito Jason Finn do The Presidents of the USA (dois Jason!). Toca com um set pequeno de caixa, bumbo, ximbau, um pandeiro, um tom, surdo e dois pratos (um ataque e um condução). Bateria baixa e ele comprido. Seco, curto e grosso. Com viradas de caixa e muita porrada nos pratos (principalmente nos primeiros discos). Com os anos, a relação com os instrumentos melhorou, a química e a forma de tocar e cantar também.

São vários fatores que chamam a atenção no Mates of State, mas um deles é que é difícil, nos tempos atuais, vermos bandas estáveis, com carreira regular e evolutiva, sem necessariamente estarem na grande mídia como artista e celebridade, essa coisa que engole muita banda. Não consigo me expressar direito, mas quero dizer que hoje, com a tecnologia, todo mundo quer aparecer, e que são poucos os artistas que hoje tem uma carreira firme, feita de maneira gradativa, de forma tranqüila e na maior harmonia, sem polêmicas, atitudes ou declarações para chamar a atenção da imprensa.

Principalmente dos anos 1980 para trás há vários exemplos de carreira sólida e evolutiva: Beatles, Who, Stones, Clash, Stranglers, Elvis Costello, U2, REM, Red Hot Chili Peppers. Já nos anos 1990, com o lance do sucesso rápido, muita coisa surgia e sumia deixando carreira curta e 2 ou 3 lançamentos, sendo significativos ou não. São os tais 15 minutos de fama.

Conheci Mates of State por acaso, em 2003, fazendo pesquisa na rede. Na época tinha acabado de lançar Team Boom, o 3º trabalho. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a formação. Um duo composto pelo casal Jason Hammel e Kori Gardner. É isso: bateria e teclado, com os dois dividindo os vocais. Hoje, apesar de ter um guitarrista como músico de apoio, essa característica inicial permanece e prevalece.

Os dois eram da mesma escola, tocavam em bandas juntos e aos poucos foram fazendo músicas em parceria, sempre nos intervalos dos ensaios ou quando os outros integrantes não podiam ir, eles se encontravam, até que em 1997 resolveram formar o Mates of State. Casaram-se em 2001. São americanos, de Kansas, da pequena cidade de Lawrence, que tem 87 mil habitantes.

No início era um som mais experimental, cheio de notas e partes diferentes, parecendo com o rock progressivo que, de um segundo pro outro, muda a harmonia, o andamento, mas é a mesma música. Os dois praticamente gritam com melodias vocais muito herméticas. Mas mesmo assim lá no fundo dá pra sentir o lado pop. Aos poucos o experimental foi perdendo espaço para o pop, mas de forma natural, numa crescente, nítida evolução em composição e química.

A partir do Bring It Back, de 2006, aflorou de vez o pop. As baladas são incríveis, e quando resolvem fazer algo pra dançar também não fazem feio. Mas outra coisa muito legal e que faz a diferença é o próprio casal que tem uma relação bacana, com duas filhas lindas, que acompanham o Mates of State sempre que podem. Kori inclusive tem um blog (Band on the Diaper Run) onde conta sua aventura de ser mãe artista, posta fotos da família em turnê, as meninas na passagem de som. Recentemente ela abriu um novo negócio junto com outras amigas que é uma agência especializada em babás para artistas. Ideia muito boa.

Esses empresários de festivais (ou não) podiam trazer em 2012 o Mates of State (e também o Stone Roses que anunciou sua volta). Não sei se o duo um dia vai virar um grande nome, mas não é necessário isso acontecer. Mates of State pode continuar sendo para poucos. O importante é que a família esteja feliz e que continue lançado canções que toquem o coração.

Mountaintops é delicioso e lindo. Mates of State é água no deserto e uma prova de que música boa é a que vem do coração.


Band on the Diaper Run
http://blogs.babble.com/babble-voices/band-on-the-diaper-run/

Mates of State
http://www.matesofstate.com/

Quase todos os clipes do Mates of State estão aqui. A ordem é do mais recente ao primeiro clipe. Também coloquei alguma coisa ao vivo onde o vídeo e o áudio estão com boa qualidade.