Eu sempre disse aos amigos que um dia todos os acordes terão sido feitos, assim como batidas, timbres, misturas... Chegará um tempo em que tudo já terá sido feito. E esse tempo chegou. Nos anos 1990 ainda tivemos o grunge, o britpop e a brincadeira do power girl. Há tempos não há novidades ou movimentos.
Aconteceu o electro rock, que considero limitado e já explorado nos anos 1980. E aconteceu algo bom, que foi o ressurgimento do bom e velho rock feito com formações clássicas com vocal, guitarra, baixo e bateria.
Tem Strokes, Interpol, Bloc Party, The Hives, Art Brut, Franz Ferdinand, Thrills, Coral, Zutons, Jet. Recentemente também houve o aparecimento de duos como White Stripes, Mates of State, Ting Tings, entre outros. Não sei como chamar tudo isso...
Hoje, com tanta coisa no mercado, o gosto está cada vez mais individual. Eu, por exemplo, considero De-Loused in the Comatorium e Frances De Mute (Mars Volta) The New Song and Dance (Radio 4), You Can Do Anything (Zutons) e Teenager (Thrills) já clássicos dessa década, assim como outros discos de outras novas bandas. Porém nada mais vem com a expectativa que era um novo disco do Clash, Husker Du, Dead Kennedys. A coisa piora se formos falar de Brasil.
Disse tudo isso pra falar que descobri, desde o início de 2001, a Soul Music. Claro que já conhecia algumas coisas, mas o superficial. Nunca pude ir muito a fundo nesse gênero, até porque minhas urgências eram outras. Mas com o surgimentos desses trocadores de arquivos como o Napster, o Soulseek e outros, pude me aprofundar mais nesse gênero que sempre me chamou a atenção. Estou encantado, principalmente, das décadas de 1950 e 1960. Não sou e nem pretendo ser um expert no assunto mas conheci e adorei nomes como Al Green, Margie Joseph, Matata, Solomon Burke, Gene Redding e Minnie Riperton. Além desses, claro, há outros clássicos.
Tenho encontrado discos maravilhosos em ótimos blogs de Black Music.
Soul gospel, soul jazz, soul rock, psycho soul… são muitos sub-gêneros. Todos eles tem seus nomes de destaque. Todo dia descubro algo novo e minha pastinha vai enchendo. E não é só Motown e Stax, há outras gravadoras similares e outros discos interessantes com soul instrumental e coletâneas das mais diversas.
Desde então a Soul Music passou a dividir a atenção com os bons e velhos artistas que sempre gostei. Mais até: ela é um maravilhoso respiro para meus ouvidos que já escutaram rock demais. E cada vez mais me aprofundo em sua história, tanto graças aos trocadores de arquivo, quanto a própria internet que me possibilita achar biografias, histórias, movimentos, etc.
Por exemplo, desde 1984 ouço Red Hot Chili Peppers e o grupo sempre foi fã declarado de grupos como Sly and Family Stone e Parliament Funkadelic. Hoje graças a esse tecnologia, posso ter tudo desses grupos. Eu assistia ao clipe de "Planet Rock" do Afrika Bambaataa e não conseguia encontrar nada sobre, mas hoje posso escutar não só a esse disco, mas tantos outros que fizeram a história do movimento Hip Hop e da Street Music, como Kurtis Blow e outros tantos.
E como o universo da Soul Music é riquíssimo, a cada dia descubro algo novo. Pra mim, é como se em pleno anos 2000 tivesse surgido um movimento novo. É um frescor e uma felicidade imensa a cada nome e a cada disco descoberto. Uma maravilha!
Há bandas inglesas que gosto e que são muito influenciadas pela Soul Music. Exemplo bom é The Who, The Jam e todas essas bandas consideradas Mod.
Sempre gostei do repertório gospel de Elvis Presley dos anos 1970 e isso só ajudou a tomar gosto pela Soul de raiz, gospel, coral, melodia... Pra quem, como eu, está um tanto cansado do rock recomendo explorar. Antes tarde do que nunca!
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