4 de janeiro de 2024

Aconteceu em 1964, 1974, 1984 e 1994

O texto é longo, mas o dividi por décadas, então dá pra ler por partes ou a(s) década(s) que lhe interessar. É uma viagem no tempo!

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Para iniciar o texto, eu até pensei em colocar uma lista de nascimento e óbito de artistas, mas como é muita gente, desisti pra ir direto aos fatos. Tenho muita data das décadas de 1940 e 50, mas é tudo data de nascimento.

Timidamente, os acontecimentos relacionados ao rock brasileiro começaram a ser registrados a partir de outubro de 1955, quando Nora Ney fez a 1ª gravação no Brasil. Nesse período o pioneiro Bob Bolão já tocava o Twist - como também era conhecido o rock nesse período.

Os Ídolos brasileiros do rock só surgiram a partir da virada dos anos 1950 para 1960. Dito isso, há fatos relevantes que aconteceram em 1964, ano do estouro da Beatlemania e de afirmação de uma nova cena que passou a ser chamada de Jovem Guarda. Muitos clássicos atemporais foram lançados: “Ritmo da Chuva” e “A Bruxa” (Demétrius); “Rua Augusta” e “Biquini de Bolinha…” (Ronnie Cord); “O Que Eu Faço do Latim?” (Meire Pavão); “Terror dos Namorados” e “Minha Fama de Mau” (Erasmo Carlos). Depois de passar por Renato e Seus Blue Caps, Erasmo lançou seus 1º compactos em 1964, enquanto Wanderléa lançava o 2º disco Quero Você e Roberto Carlos lançava o 3º disco - o clássico - É Proibido Fumar. No ano seguinte os 3 passaram a apresentar o programa Jovem Guarda na Record.

Todos esses discos de cantores e cantoras da JG eram acompanhados pelas bandas que haviam na época e que também lançavam seus compactos e discos próprios. É o caso de Renato e Seus Blues Caps (que gravou com Wanderléa neste disco de 64), The Jet Black’s (que gravou com Meire Pavão), The Youngsters (que gravou com Roberto Carlos) e The Panters (do Raul Seixas).

Todas essas bandas também tiveram lançamentos em 1964, mas o ano foi mais agitado para o The Clevers que, além de lançar dois discos, viajou para a Itália onde acompanhou a cantora Rita Pavone. Na volta, em novembro, o grupo mudou o nome para Os Incríveis (nome de um dos lançamentos de 64). 

Tirando esses fatos, a cena estava bombando com programas no rádio e na TV, as gravadoras contratando e os artistas começando a apostar em composições próprias e não apenas versões de sucessos internacionais.

1974

A década de 1970 foi de grande produção fonográfica para nosso rock e MPB. Década rica culturalmente falando apesar da ditadura militar. Tiveram festivais, programas de TV, shows em teatros e ginásios e até premiações.

Em 1974 já estava todo mundo inserido no rock progressivo e psicodélico, que eram a bola da vez juntamente com o movimento hippie. Foi o ano do fim do Secos e Molhados (que até chegou a lançar o 2º disco no início de agosto, dias depois recolhido); o Dzi Croquettes atuando; e muitos lançamentos significativos! Ah sim, foi o ano do show de Alice Cooper com a abertura do Som Nosso de Cada Dia que lançou, meses depois, o clássico Snegs. Uma curiosidade ainda do S&M: em maio havia saído uma nota em um jornal de grande circulação dizendo que Ney Matogrosso havia recebido oferta da gravadora RCA.

Um grande disco lançado no início de 1974, foi o 1º solo de Zé Rodrix chamado 1º Acto. Rodrix - grande referência do rock rural - já tinha passado por Sá & Guarabyra, por Secos e Molhados e já tinha algumas composições e arranjos gravados por outros artistas.

Sobre lançamentos, 1974 está cheio de estreias que se tornaram clássicos: Snegs (Som Nosso de Cada Dia), Atrás do Porto tem Uma Cidade (Rita Lee & Tutti Frutti), Ave Sangria (Ave Sangria), Gita (Raul Seixas), Moto Perpétuo (Moto Perpétuo), Made in Brazil (Made in Brazil), Tudo Foi Feito Pelo Sol (Os Mutantes) e Loki? (Arnaldo Baptista). Evidente que há outros lançamentos no ano, mas quis destacar estes.

Outra curiosidade do ano, mas referente ao Mutantes, é o lançamento do 1º disco do grupo sem Rita e Arnaldo, e que se tornou uma das maiores referências do rock progressivo brasileiro. Também tem a estreia de Rita Lee com o Tutti Frutti e do Arnaldo Baptista solo. Tudo discaço!

No caso do Ave Sangria, o maravilhoso 1º disco teve um número considerável de vendas por conta do sucesso que “Seu Valdir” fez na época do lançamento. A música chegou ao 1º lugar da Rádio Globo mas, por reclamações dos ouvintes que consideravam uma música que fazia ode ao homossexualismo, tanto a música, quanto o disco, sofreram censura. Resumindo a história: “Seu Valdir” foi composta para uma cantora gravar, mas como ela não quis a música, o próprio Ave Sangria gravou. Anos mais tarde, creio que em 1980, Ney Matogrosso gravou e lançou a música.

Em relação ao Raul, Gita vendeu 600 mil cópias impulsionado por “Medo da Chuva” e "Sociedade Alternativa”.

O Moto Perpétuo, banda que tinha Guilherme Arantes como vocal e teclado, gravou o disco em 5 dias e, assim como o do Made in Brazil, foi lançado no final do ano.

Em outubro aconteceu a estreia da banda Veludo, ex-Veludo Elétrico. Quando Lulu Santos e Fernando Gama saíram da banda para formar o Vímana, o Veludo foi reformulado e abreviou o nome. Este 1º show aconteceu no Teatro João Caetano (RJ), junto com o Vímana, O Terço e Mutantes.

Também no fim de 1974 rolou um evento chamado Rock Concerteza que foi uma semana de shows no Teatro 13 de maio (SP) que terminou com uma premiação dos melhores de 1974. Os shows foram The Beatnicks, Burmah (Argentina), Som Nosso de  Cada Dia (com Liminha no baixo), Edy Star e Próspero Albanese.

Com relação à noite de premiação, entre os ganhadores estão: Ney Matogrosso (melhor vocalista, S&M), Sérgio Dias (melhor guitarrista, Os Mutantes), Gerson Tatini (melhor baixista, Moto Perpétuo), Raul Seixas (melhor trabalho musical pelo disco Gita) e O Terço (melhor show, realizado no MASP em 13/10/1974).

Pra finalizar, é bom deixar registrado que em 1974 foram gravados cerca de 20 discos de bandas brasileiras, aconteceu algo em torno de 300 shows e mais de um milhão de cópias vendidas de discos de rock brasileiro (um fenômeno pra época). 

1984

Não menos intenso foi 1984, ano que precedeu o Rock in Rio. Aliás, a partir de determinado momento, o festival tomou conta da mídia. A imprensa só falou de duas coisas em 1984: a emenda Dante de Oliveira (Diretas Já) e Rock in Rio.

Para o universo do rock e do pop, 1984 quase não teve fim, de tanta coisa que aconteceu. Logo no início do ano o RPM apresentou sua 1ª demo para a CBS (hoje Sony), mesmo antes de fazer sua estreia ao vivo, que só aconteceu em maio no Cineclube Zoom (SP), abrindo para o Ira (sem exclamação). Essa foi uma das estreias do ano, porque também teve Os Replicantes, Violeta de Outono, Smack, Akira S & As Garotas que Erraram, entre outras. No caso do Replicantes, aconteceu a mesma coisa que o RPM: a banda gravou a 1ª demo (com “Nicotina”) antes mesmo da estreia que aconteceu, também, em maio.

Apesar das estreias e lançamentos, já havia “veteranos” na cena. Esse é o caso de Gang 90 & Absurdettes e Léo Jaime. Em fevereiro as Absurdettes May East e Lonita Renaux (Denise Barroso, irmã de Júlio), anunciaram a saída da Gang. Já Léo Jaime, que havia passado pelo João Penca, finalmente pode lançar seu 1º disco solo Phodas C. Era pra ter sido lançado em 1983, mas a censura postergou ao máximo. Clássico que tem a participação de Fernanda Abreu (ex-Blitz), Alice Pink Pank (ex-Gang 90 e Lobão), Wander Taffo (ex-Rádio Taxi), Lobão, entre outros.

Tem muitos acontecimentos em 84, então vou listar alguns dos principais lançamentos do ano: Seu Espião (Kid Abelha), Blitz 3 (Blitz), Tudo Azul (Lulu Santos), Ronaldo Foi Pra Guerra (Lobão & Os Ronaldos), Maior Abandonado (Barão Vermelho), O Passo do Lui (Os Paralamas do Sucesso), Metrô Linha 743 e Ao Vivo-Único e Exclusivo (Raul Seixas) e o 1º do Titãs.

Ainda teve o 2º compacto do Ultraje (com “Eu Me Amo” e Rebelde Sem Causa”), a coletânea gaúcha chamada Rock Garagem com 10 grupos, entre eles Taranatiriça, Garotos da Rua, Urubu Rei (pré-De Falla com o Miranda), Fluxo e Os Replicantes. Em Brasília a coletânea Rumores foi gravada no meio do ano, mas por conta de uma série de atrasos só foi lançada em 1985 (Escola de Escândalo, Elite Sofisticada, Detrito Federal e Finis Africae).

Dito os principais lançamentos, vou logo para o lado triste do ano, que foi a morte repentina de Júlio Barroso. Este fato deixou todo mundo do meio artístico e os fãs que conheciam o trabalho da Gang e a história de Júlio estupefatos. Luto geral. Até rolou um show em homenagem a ele no Noites Cariocas (RJ) um mês depois, mas o clima não ficou bom após esse acontecimento. Morte prematura do responsável pelo o que foi o rock brasileiro dos 80s.

No início disse que em 84 a imprensa praticamente falou de 2 assuntos, mas houve um terceiro que foi inesperado: o lançamento e mega sucesso do filme Bete Balanço. Um verdadeiro fenômeno! Em Brasília, fui duas vezes com minha namorada na época e as duas tivemos que sentar no chão, na escada entre as cadeiras. As salas de cinema do país inteiro ficaram assim lotadas em todas as sessões. Algo impressionante. Hoje você assiste ao filme e até acha bobinho, e é, mas para o contexto daquele momento pré abertura, pré Rock in Rio e com um monte de coisas acontecendo no universo jovem no comportamento, na música, no figurino, no cinema, aquele filme era o máximo. A trilha sonora era só de rock brasileiro e tinha Barão Vermelho, Sangue da Cidade, Lobão e os Ronaldos, Brylho, Celso Blues Boy, Titãs e Metralhatxeca.

O Barão também participou do filme, compôs a música tema que ficou de fora do disco que foi gravado e lançado antes do filme. A música só entrou no Maior Abandonado em edições posteriores ao lançamento. Em compensação o compacto vendeu horrores entre agosto e dezembro. Teve até festival do filme em SP.

O filme foi lançado em agosto, quando já rolavam reportagens sobre os possíveis artistas que viriam ao Rock in Rio. Blitz, Paralamas e Barão estavam voando baixo. Durante os shows de lançamento do disco aqui em SP o Barão chegou a ir pra delegacia por porte de maconha encontrada durante um “baculejo” nos quartos do hotel onde a banda estava hospedada.

Várias capitais estavam com sua cena local fervendo. Época das danceterias. Ano em que Legião, Ira, Ultraje, RPM, todas elas foram contratadas.

Em São Paulo, na vontade de fazer e acontecer, Júlio Barroso, antes de morrer, teve a ideia de reunir bandas locais para uma uma temporada de shows que aconteceu na boate Val Improviso que durou de outubro a dezembro. Entre as que tocaram estavam Ira, Mercenárias, Smack, Voluntários da Pátria, Gang 90, Inocentes, Garotas do Centro, Metrópolis, Fellini, Basculantes, 25 Segundos Depois e Cabine C.

Chateado por não ter participado da temporada (e reunião), Guilherme Isnard, então vocalista do Zero, reclamou publicamente para o jornalista Pepe Escobar (que escrevia na Folha de SP) que havia uma panelinha entre as bandas de SP. Pepe então escreveu o artigo Desventuras do Rock Paulistano onde fala mal da cena paulistana dizendo, entre outras palavras, que “o rock paulista debate-se em guetos, e neles permanece” (...) “O Zero está com uma ótima fita gravada em estúdio. O resto é de lascar.”

Este artigo levou 12 integrantes de bandas paulistanas até a redação da Folha de São Paulo. Lá, o Nazi (vocal do Ira que até então assinava com “z”) partiu pra cima do jornalista e foi contido pelos colegas. Eles foram lá desautorizar Pepe a escrever sobre eles. A Folha até chegou a realizar um debate em seu auditório, mas ficou feio de qualquer jeito.

Tudo isso aconteceu entre outubro e novembro, mas o ano foi pouco pra tanta coisa porque entre o Natal e o réveillon de 1984 para 1985, houve todo um movimento no Titãs, que resolveu pela saída do baterista André Jung justamente no Natal e formalização de convite ao Charles Gavin no dia 31 de dezembro.

Sabe quando você enche a panela de água até a boca e quando ela ferve começa a voar água pra todos os lados? 1984 foi isso, foi fazer pipoca sem tampar a panela, se é que você me entende!

1994

1994 foi um ano intenso pra todo mundo que gostava de cultura pop e música. A MTV Brasil finalmente começava a ser notada pelas gravadoras e artistas. Um ano bastante significativo tanto no início, quanto no meio e no fim.

Porém, antes de tudo, quero registrar os fatos que envolveram as gerações anteriores a de 1990, a começar por uma coincidência que envolve duas perdas: Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Os dois morreram aos 47 anos e participaram do cultuado disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez. Nenhum deles tinha ligação com o rock, principalmente Miriam que era sambista. Esse disco, uma ideia doida de Raul Seixas feita às escondidas dos chefes da gravadora, não foi bem recebido pelo público, mas com o tempo sua importância foi reconhecida. Além dessas coincidências, as datas de falecimento foram próximas, 15 de maio (Sérgio) e 2 de julho (Miriam).

Alguns veteranos dos anos 1980 se arriscaram em outros projetos ou em discos solos. Dinho, que estava fora do Capital Inicial, lançou disco com a nova banda, Vértigo. Fui em alguns shows que eram ótimos. Era uma bandaça, diga-se de passagem. Uma época muito doida em SP.

Por outro lado, o Capital Inicial, então com o vocalista Murilo Lima (gente boníssima!), lançou o ótimo e pesado Rua 47, de forma independente numa tentativa de recomeço. Infelizmente não aconteceu. Nessa época Loro ainda morava em Perdizes e nos víamos bastante. Esse Capital participou da Casa da Praia na MTV (verão 94/95). Mas os anos 90 não foram bons para Dinho e nem Capital, que só voltou a chamar a atenção de novo em 1998 com o Atrás dos Olhos, disco da volta do Dinho.

Em 1994 o Barão Vermelho lançou o Carne Crua. Barão foi um dos veteranos que se deu bem nos 90, assim como Paralamas, Legião e Titãs. Por citar Titãs, tem fatos relacionados à banda que são de importância crucial para esta década. 

Agora, esse final dos veteranos fica tudo em casa, porque a Cássia Eller lançou o 3º disco que tem “Malandragem” e “Blues do Iniciante” que são do Cazuza e do Barão Vermelho; e “1º de julho” e “Música Urbana 2” de Legião Urbana e Renato Russo. Esse foi o disco que deu um empurrão na carreira da Cássia. Importantíssimo!

Falando de Renato Russo, 1994 foi quando ele lançou o 1º disco solo The Stonewall Celebration Concert, que fez enorme sucesso vendendo na época do lançamento 250 mil cópias.

Ainda sobre disco solo, pra iniciar o bloco sobre o Titãs, Paulo Miklos lançou o seu 1º da carreira, ainda quando estava na banda. 1994 foi um ano de férias para o grupo, mas todos eles continuaram na ativa e imersos no que acontecia de novo na década.

Foi logo em janeiro que foi anunciada a criação do selo Banguela - de gestão dos integrantes do Titãs - e parceria com a Warner. Ainda a respeito de lançamentos ligados ao Titãs, no final do ano o Kleiderman lançou o bom e barulhento Con El Mundo a Mis Pies.

No Banguela os integrantes se tornaram executivos e produtores. Contrataram algumas bandas e a de maior sucesso foi Raimundos, que em maio lançou o 1º disco, quando também tocou pela 1ª vez em SP abrindo exatamente para o Titãs. O disco, quando lançado, começou tímido, mas depois explodiu (com a ajuda de “Selim”). O mundo livre s/a também lançou seu 1º disco Samba Esquema Noise, que fez barulho, mas não como o Raimundos.

Evidentemente que na MTV as coisas também estavam bombando. A todo instante recebíamos novidades daqui e de fora. Demos, CDs independentes, sacolinhas das gravadoras com os lançamentos da semana e muitos, mas muitos, videoclipes. A emissora tinha lá seus programas que ajudavam a divulgar o underground e as novidades do mainstream, mas não era suficiente para o que acontecia. Também haviam as rádios segmentadas de rock e pop e também algumas revistas.

A chegada do Banguela em janeiro de 94 só foi um prenúncio do que seria o ano. É que não tenho datas relacionadas a cena underground, mas eram várias cenas locais em ebulição como em Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre. Festivais independentes acontecendo, criação de selos, surgimento de casas noturnas e a volta da música autoral ao vivo.

Pouco antes do lançamento de Raimundos, o Chico Science & Nação Zumbi lançou o 1º disco Da Lama ao Caos que se tornou um dos clássicos dessa década. A MTV gravou o show de lançamento em SP e essa foi a 1ª vez que vi o grupo ao vivo.

Além desses dois clássicos Raimundos e Da Lama ao Caos, em 1994 também foi lançado o 2º do Skank, o excelente Calango; o 1º do Rappa, que também tocou muito nas rádios e na MTV. 

Impulsionada pela criação do Banguela, a gravadora Sony Music criou o selo Chaos (em parceria com Elza Cohen, criadora do festival SuperDemo) no final de 1994, apesar disso lançou antes o CSNZ e Skank.

Pelo selo Chaos, mas não tendo ligação direta com a cena rock, aconteceu o lançamento do 1º disco do Gabriel O Pensador que tem “Lôraburra”, “175 Nada Especial”, “Retrato de Um Playboy” e a polêmica e censurada “Tô Feliz (Matei o Presidente)”. Tocou muito!

1994 foi o ano em que Sepultura trabalhou o Chaos A.D., lançado em setembro/outubro de 1993. O ano começou com o Max indo pra delegacia depois do show no Hollywood Rock em SP, acusado de ter pisado na bandeira brasileira (e quanta gente nesses últimos anos pisou e até ateou fogo na Bandeira Nacional e nada aconteceu!). Um fato bastante relevante para o Sepultura neste ano foi a participação no festival Monsters of Rock que aconteceu em Castle Donington, nos EUA. Entre as atrações do palco principal (onde Sepultura tocou) tinha Aerosmith, Pantera e Extreme. Foi a 1ª vez que uma banda do 3º Mundo tocou no MoR, ainda mais no palco principal! Apesar desse fato ter acontecido em junho, é com esta data grandiosa que fecho os acontecimentos de 1994 e, mais uma vez, lembro que a cena independente estava fervendo e as gravadoras todas estavam contratando.

2004-14

Com relação às datas a partir de 2000, eu não fui muito a fundo na pesquisa. O rock/pop, os artistas e os discos lançados a partir desse início de Século XXI não são relevantes se comparados às décadas anteriores, então fui mais comedido quanto aos acontecimentos. Além disso, com a internet, ficou mais fácil pra todo mundo pesquisar datas. Dito isso, pra finalizar o texto, quero registrar que em 2014 perdemos Jorge Amiden, um grande guitarrista e compositor que foi um dos formadores do O Terço e depois do Karma (com quem lançou apenas um disco, que se tornou um clássico).