26 de agosto de 2014

Série Coisa Fina: 21 - The Stone Roses

Em 1982 minha irmã do meio, Fernanda, foi para Itália fazer intercâmbio. Na volta para o Brasil, passou alguns dias em Londres e voltou com muitos discos. Entre eles os recém-lançados 'La Folie' do Stranglers, e 'Combat Rock' do Clash.

Em 1989 minha irmã mais velha, Mila, foi para Londres com a cara e coragem para aprender inglês e se virar na capital inglesa. Na volta trouxe alguns poucos, mas bons, discos. Entre eles os recém-lançados 'Doolittle' do Pixies, e 'The Stone Roses' do próprio.

O Stone Roses foi indicação do Olavo, velho amigo de Brasília, da Turma da Colina, que também estava passando uns tempos em Londres.

Indicação maravilhosa, até porque naquela época ainda não tínhamos, aqui no Brasil, informações quentes sobre bons lançamentos. Apesar de existir a revista Bizz e outras menores, elas sempre priorizavam o que as gravadoras queriam. Falar em Stone Roses naquela época era raríssimo... assim como falar em Pixies!

E pra quem acha que o final dos anos 1980 foi chato, ledo engano! Aqui no Brasil estávamos fracos em relação à cena rock. Tudo ruim, em baixa por conta dos planos furados de Sarney. País com inflação monstro, bandas sem agenda de shows por falta de grana dos contratantes, gravadoras com as portas fechadas para novos nomes e dispensando.

Daí veio com força uma cena eletrônica doida e movida a ectasy! A música era eletrônica, mas era como se fosse rock! Muito se deve a Madchester, a cena naturalmente liderada por Stone Roses e Happy Mondays.

Aqui no Brasil o disco do Stone Roses saiu, mas demorou. Ainda era um período em que gravadoras esperavam pra ver se o artista fazia sucesso fora pra só depois lançar a edição brasileira. Por isso, muitos discos demoravam seis meses ou mais para serem lançados aqui.

Bem me lembro dessa época, pouquíssimas pessoas falavam de Stone Roses. Contava-se nos dedos da mão. Poucas pessoas queriam saber de rock nessa virada de década. Aqui em SP, a casa noturna ‘chefe’ era o Columbia, onde as pessoas chegavam entre 2h e 3h da matina. Na pista só música eletrônica. Foram tempos das primeiras raves, feitas em casas isoladas em bairros bem mais afastadas do centro. Era uma aventura chegar até elas.

Em 1983 Ian Brown e John Squire começaram a tocar juntos. Nessa época Ian tocava baixo. Foi só em 1984 que a coisa toda virou Stone Roses.

Mas lá na Inglaterra o Stone Roses também não foi um estouro logo de cara. A banda gravou o 1º disco no início de 1989 e o lançou em maio do mesmo ano. O primeiro single foi a maravilhosa “Elephant Stone” porém, acredite, não fez sucesso. A música que impulsionou o disco foi “Fools Gold”, que era a última do lado B.

Aos poucos a banda foi conseguindo notoriedade até que no final de 1989 ela já estava lotando shows e tendo um desempenho melhor nas paradas de rádio. Inclusive ganhou alguns prêmios importantes da NME em 1990.

Coloco fácil a banda junto com outros grandes de Manchester: Buzzcocks, Joy Division, New Order, The Smiths, The Durutti Column, The Fall e Simply Red (pra ficar só nos 70 e 80).

Stone Roses soube, melhor do que qualquer outra banda da mesma cena, traduzir perfeitamente o contexto daquela época: a postura, as roupas, a psicodelia, a loucura, as batidas, misturas e os timbres. Em Manchester todas as bandas queriam ser Stone Roses.

Infelizmente a gravadora que lançou o primeiro disco atrasou a vida do SR quando quis sair para ir para a Geffen. Houve disputa judicial e isso atrapalhou muito o andar da carruagem. O 2º disco atrasou tanto que tinha gente que falava no fim da banda – o que quase aconteceu de fato. Além do processo, houve briga interna, Squire teve filho, pessoas próximas da banda morreram. Aqui no Brasil, para os poucos que gostavam, era uma agonia, porque além de não sair nada novo, também não saia notícia alguma... apenas uma notinha ou outra, mas sempre com fatos superficiais.

O disco Second Come só foi sair em março de 1995, praticamente 6 anos depois do primeiro, quando o contexto musical da época já era outro. O grunge já tinha invadido a mídia e morrido junto com Kurt Cobain. Era a vez do Britpop.

Em abril de 1996 Squire anunciou sua saída da banda e, em outubro, ela acabou.

Gosto demais de Stone Roses, apesar dela não estar na minha lista das 10 mais (mas está na das 20 mais rsrs). Mesmo assim ela foi disparada a melhor banda de sua época. A fita cassete com o disco gravado não saia do meu carro, a levava pra tudo quanto é lugar. Impossível escutar SR e não voltar para 1989-91. Bom demais! Foi a melhor da Madchester. Dos anos 1990 poucas foram tão inteligentes como ela.

The Stone Roses é pra tocar bem alto enquanto você se produz para a noitada!

Pra escutar eu recomendo a edição especial de 20 anos do disco ‘The Stone Roses’, que vem com 3 CDs: as músicas do disco, as demos e os B-sides, num total de 39 músicas! Também recomendo a coletânea The Complete Stone Roses.










21 de agosto de 2014

Bienal Internacional do Livro e O Diário da Turma 1976-1986


O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília - 2ª Edição estará na 23ª Bienal Internacional do Livro em SP, que começa dia 22/08, sexta.

Sábado, dia 23, estarei lá a partir das 16h30, na estande da SINBIESP que ficará na Rua O (rua "ó") nº 301.

Se você não estiver em São Paulo, pode comprar o livro, tranquilamente no conforto de seu lar, clicando aqui.



15 de agosto de 2014

Manifestações e Eleições

Em menos de dois meses teremos eleições de suma importância para o país, e a maioria dos cidadãos brasileiros, provavelmente incluindo você, não sabe a data do primeiro turno e nem os cargos.

Primeiro turno em 5 de outubro. Segundo turno em 26 de outubro.

Vamos eleger Presidente, Senadores, Governadores, Deputados Federais e Estaduais. Ou seja, é a chance que temos de passar o rapa em Brasília.

É o momento certo de tirar todo mundo que está lá e colocar gente nova, que nunca se elegeu, que não tem vícios políticos e que não fazem da política sua vida e profissão.

Passar o rodo no Congresso Nacional e colocar lá gente que irá cumprir o primeiro mandato.

Ok, não é fácil achar um candidato que realmente nos represente, mas ao menos temos a chance de tirar de Brasília toda àquela gente que está lá há décadas, que há tempos já fez da Capital seu escritório de negócios. Existem pessoas de bem.

Até porque não adianta colocar meia dúzia de pessoas boas no meio de tanto lobo mau. Então vamos tirar todos, mesmo tendo que sacrificar alguns bons.

Há quem diga que isso é impossível, mas eu resisto em acreditar na renovação total.

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Em 25 de abril de 1984 eu estava em frente ao Congresso pedindo Diretas Já! Foi o dia da votação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, que pedia eleições pelo voto popular. A proposta foi rejeitada mesmo tendo 84% dos brasileiros a favor.

Estávamos lá focados nessa ideia, e assim como todo mundo, acreditando na aprovação. Todos queriam chutar os militares. Era coisa séria!

1984
Desde que as recentes manifestações começaram, em 2013, vi aquilo um tanto ressabiado. Não demorou muito e virou bagunça. As manifestações de 1992 aqui em SP, pedindo o impeachment de Collor, serviram de desculpa pra muita gente matar aula, tomar cerveja e ficar de azaração. Bem, nem é preciso dizer muito quando vemos hoje Lindberg Farias.

Até certo momento do país o jovem era engajado, tinha conhecimento do que acontecia, até porque tudo era proibido, e as proibições atingiam todas as classes sociais, tanto jovens, quanto adultos.

Parece que, depois de termos conseguido o fim da ditadura e o fim da censura, houve uma acomodação geral. Sabe a clássica história O Coelho e a Tartaruga? Nos acomodamos, comemos bola e, literalmente, entregamos o ouro para o bandido.

Agora estamos fritos. Como disse Marcelo Madureira em um programa de TV, será preciso gerações para arrumar o que o Lula e PT estragaram.

Infelizmente a verdade é que a moçada que saiu nessas passeatas, ao contrário da geração 80, mal sabia o que fazia lá. Não há a preocupação política no dia a dia, é gente que vai na onda, com um conhecimento raso do que acontece. Gente que não sabe o que se passa em Brasília.

Começaram a aparecer grupos organizados, tipo os black blocks, e tudo ficou um tanto nebuloso. Antes o que víamos era policiais infiltrados entre quem protestava, agora vemos partidos colocando filiados para fazer baderna. Assim fica um jogando para o outro a culpa por tudo e nada se resolve.

O que, efetivamente, se resolveu depois das manifestações que se tornaram badernas e depois comédia?

O que se fez pelo combate a corrupção? Quais leis de interesse direto da população foram criadas ou aprovadas desde então? O que vemos em Brasília é a festa da uva continuar, os mensaleiros podendo trabalhar fora da prisão, tendo regalias na cadeia (alguém duvida disso?), políticos corruptos no comando do Congresso Nacional... tudo igual.

Não temos sequer uma promessa ou qualquer outra coisa que nos garanta que haverá diminuição de impostos e melhoria nos serviços públicos.

Mas o pior de tudo é ficar vendo o país se afundar por incompetência de um partido que quer implantar uma ditadura, ter o controle da imprensa. Pelo que parece, o PT quer fazer tudo o que os militares faziam. Controle total. Não gosta assim então some, manja? (quem mesmo se aliou a Collor, Sarney, Calheiros, Maluf e outros? Quem???)

Em relação a essas pessoas dessa geração que acham que estão à frente de uma luta popular, acho estranho que se dizem parte de uma organização anarquista, porque aí vira stand up comedy. Realmente não dá pra levar a sério.

As gerações que surgiram a partir do impeachment até aqui estão completamente alienadas do que acontece na política, não sabem o quanto é preciso fazer reformas trabalhista, tributária e política. Por isso mesmo virou uma luta por nada. Uma coisa muito legal aconteceu no país, mas não foi devidamente aproveitada, porque não tinha um objetivo. Começou por causa do aumento nas tarifas de ônibus e depois ninguém sabe dizer.

Essa geração não viveu o inferno do militarismo e hoje sequer sabe como era ruim não poder falar, votar, se expressar. É uma geração que só está preocupada com a balada do próximo final de semana, com o dinheiro da cerveja. Não que eu não goste de uma birita e uma boa festinha, mas minha vida não é pautada só por isso.

É uma geração que fala em voto nulo ou branco sem saber da importância do voto, que esse pode e deve ser o maior protesto que nós cidadãos devemos fazer. A ignorância impera! A falta de leitura e informação impera!

Estamos perdidos não só pelos parlamentares corruptos, egoistas e incompetentes que temos, mas também pela população ignorante e que, pior, faz questão de se manter ignorante. 

Nem pra fazer manifestações o país está preparado. É uma combinação que junta o fato de não termos uma oposição séria com uma população completamente alienada.

Eu lutei pelo voto direto e não abro mão disso.

O que temos a fazer agora é escolher com muita atenção os candidatos, mesmo se for preciso gastar um tempo. Procurar gente séria, para ir à Brasília fazer o que já tinha que ter sido feito desde que os militares foram embora.

Precisamos de gente de coragem, porque é preciso mexer com gente muito poderosa para colocar esse país em ordem. Tirar o país, de uma vez por todas, das mãos de malandros.

PS: A foto do Congresso Nacional fiz no dia da manifestação em abril de 1984.

1 de agosto de 2014

Ingressos e Crachás: 6 - Mais Shows

Buzzcocks no Aeroanta (1996)

Jamais pude imaginar que um dia veria um show do Buzzcocks, assim como jamais imaginei que iria ver Ramones, Iggy Pop, PIL, Cure...

Tudo bem que o show foi nos anos 1990, que não era com a formação clássica com Steve Garvey e John Maher. Isso não tirou minha empolgação. Pelo contrário. Foi a mesma emoção de quando vi Ramones, PIL e Iggy Pop.

Pete Shelley e Steve Diggle arrebentaram. Eles foram até a MTV para dar entrevista ao Fúria. Peguei o autógrafo deles e, como já disse aqui, um dos poucos que tenho. Ultra simpáticos e profissionais. Nem acreditava no que via rsrsrs.

Como praticamente ninguém aqui conhecia Buzzcocks, o show estava vazio. Não devia ter nem 30. Na frente do palco tinha meia dúzia pulando, atrás deles eu e Gastão, e mais algumas pessoas sentadas. Era isso. Aeroanta as moscas no show do Buzzcocks. Pra mim foi lindo, porque foi um show praticamente particular. Tocaram todos os hits, e o show foi uma porrada só, como se tivesse 10 mil pessoas assistindo.



Projeto Rock Brigade (1994 ou 95)

Não sei muito sobre esse Projeto Rock Brigade, se aconteceu algo além desse show em Americana. Claro que o show do Angra foi um lixo. Quem arrebentou, e sempre arrebenta, foi o Korzus. Não lembro quem foi, ou André Mattos ou Pompeu, sei que um dos dois no momento que entrou, deu boa noite para a cidade errada. E tome vaia kkkk.

O Rip Monsters era o estranho no ninho. Estava lá mais pelo Gastão, que apresentava o Fúria Metal, do que pelo som, que não era heavy metal. Já tinha sido hard rock, mas não era mais.

Boa parte do pessoal desse show foi de ônibus, mas eu, Gastão, Johnny e Alja fomos no carro do Gastão. Lembro que foi até tarde. Como Rip Monsters foi a banda de abertura, podíamos ir embora quando quiséssemos, mas ficamos lá pra se divertir. Não estávamos preocupados porque fomos dormir na minha casa em Piracicaba, que fica 15 minutos e Americana. Já era alta madrugada, sem a menor pretensão, acabei encontrando uma amiga de Pira nesse show. Foi legal.

Angra era uma banda chata, com integrantes chatos. Muito ego por nada, manja? O Korzus era foda, é foda e sempre será. O Rip Monsters, bem, o Rip Monsters estava lá pra fazer bagunça. Fez um puta show, a galera se amarrou, mas o lance da noite era o metal!

Essa era uma época que o heavy metal estava bem, tinha espaço na MTV, em rádios, revistas especializadas. O sucesso do Sepultura animou os bangers, e surgia muita banda, muitas no interior de SP. Como eu fazia o Fúria, estava em contato direto com tudo isso. Nos bastidores foi legal, divertido. Muita gente amiga, não só entre os músicos, mas entre as equipes de palco, roadies, produtores, o pessoal da revista que estava lá. Como não ficamos até o fim, não sei dizer a que horas o pessoal todo foi embora. Sei que lá pelas 4 da manhã já devíamos estar em casa. Além de ter sido cansativo, rolou muito álcool. Como não toquei e não sou desses que bebe até falar mole, então consegui ver o dia amanhecer... muito bem acompanhado :)



Acústico Moraes Moreira (1994)

Aí em 1994 O Cara resolve gravar um Acústico. Achei incrível e logo já pedi meu lugar na plateia. Porém o Acústico é um show feito para o vídeo, não para a plateia. Isso cansa. Cansou.

Não sei o que aconteceu. Não houve magia, encantamento. Tudo muito frio. Até onde eu lembro, houve muita refação, que são músicas tocadas mais de uma vez, mas não em clima de bis.

Saí do local do show cansado e decepcionado, porque não só a gravação fez cansar, mas porque a banda também não foi bem e o show não foi legal. Pensei que fosse ver algo como o Acústico do Gil, que é uma pérola!



SESC 913 Sul – Brasília (14 de março de 1998)

Fiz algumas anotações desse show atrás do canhoto do ingresso. Durante os anos 1990 fui muito à Brasília. Ia sempre de onda, pra me divertir e ver os amigos. Depois casei e a farra de viajar toda hora acabou rsrs.

Pela data, certamente estava em Brasília para começar a fazer O Diário da Turma. Fiquei hospedado na casa de Celso, baixista do Filhos de Mengele. Eu era bicho solto em Brasília, de férias, escrevendo um livro, sem maiores obrigações por quase um mês, era só me chamar que eu ia kkk.

Peguei busão e lá fui eu para o SESC. O show era Zamaster, mais uma banda que não sei o nome (e que tocou Slow Down), e Detrito Federal fechando. Não sei se era alguma data especial ou se era um show dentro de algum projeto do SESC, sei que foi divertido.

(Lembrei que em maio de 1998, o Filhos de Mengele – em uma repentina reunião – e o Detrito fizeram um show em Brasília).

O show do Detrito foi muito engraçado. No final Cascão (vocalista) chamou todo mundo pra subir no palco e virou zona. Tanta zona que sumiram dois microfones. O preju foi do Detrito rsrs. Nessa época a banda tocava a primeira versão de “Fábrica”, da Legião Urbana, autorizada pela família. “Não sei se tenho medo... / só esse desespero... / esqueço quando bebo... / quem vai ser despedido?... / quem vai dançar primeiro...”

Segundo o que escrevi, cheguei as 20h no local do show e logo que cheguei começou a chover pacas. Só foi parar na manhã seguinte. Todos os show que assisti no Teatro Garagem do SESC 913 foram bons.



Lou Reed no Palace (10 de setembro de 1996)

Eu não ia nesse show, acho que por não conseguir ingresso, mas na última hora surgiu um ingresso do céu. Alguém da MTV desistiu de ir bem no dia do show e passou o ingresso pra mim. Me dei muuuito bem!

Foram dois shows: um no dia 09-09 (3ª feira) e outro no dia 10-09. Entre os dias 9 e 11 choveu em SP sem parar. Palace estava lotado. Foi lá que vi, entre outros tantos, o primeiro do Ramones no Brasil.

Comparada com hoje, era uma época razoavelmente tranquila em SP. Cheguei ao show, parei o carro, entrei e fiquei em um lugar na pista central e frontal ao palco. Perfeito. Foi o primeiro show de Lou Reed no Brasil e ele veio com uma banda simples. Um quarteto: ele na guitarra, um baixista negão infernal de bom, outro guitarrista e baterista. No show só dava Lou Reed e o baixista. Foi tudo incrível. Luz e som impecáveis. Eu que nem ia, saí de lá de queixo caído. Apesar de ter lançado disco em 1996, o show foi basicamente de hits.

Certamente um dos melhores shows de rock que vi.



Capital Inicial no Olympia (1 de setembro de 2000)

Depois que o Capital voltou com Dinho no vocal, em 1998, a banda demorou um pouco pra tocar em SP. Não lembro se foi ainda em 1998 ou já era 1999, mas fui ao primeiro show da banda aqui em SP depois da volta.

Lembro que havia em certo receio em voltar a tocar na capital, por isso a banda não tocou de imediato em SP. O show do Palace estava lotado. Sucesso absoluto. Lembro de encontrar todos eles no camarim, todos muito felizes. Tiraram toneladas de cima do ombro. E o show foi bom mesmo! Tocaram coisas do ‘Atrás dos Olhos’ e músicas mais antigas. Ali deu pra perceber que a banda tinha tudo pra fazer sucesso nessa volta.

Dois anos depois resolvi ir ao Olympia assistir a outro show. Dessa vez já era a turnê do Acústico, disco que consagrou de vez o retorno do Capital. No set misturava canções acústicas com elétricas.O ingresso que compramos era em uma mesa do mezanino e ficava quase em frente ao palco, porém longe dele.

Foi nesse show que entendi, na prática, o que diziam dos shows dos Beatles, que eram impossíveis de se ouvir devido à gritaria das fãs. Os gritos no show do Capital Inicial não cessaram um segundo sequer! Histeria total e absoluta.

Nem preciso dizer que o show não foi bom, pelo menos pra mim...