15 de outubro de 2007

Kiss no Monsters of Rock


Em 1994 rolou a 1ª edição do festival Monsters of Rock brasileiro e foi memorável. O Fúria se deu bem, pois fizemos entrevistas exclusivas com os grandes nomes dessa 1ª edição: Kiss, Slayer e Black Sabbath.



Enquanto o resto da imprensa tinha que se contentar com as coletivas, nós tivemos uma sala só para nós, lá no Maksud Plaza, onde todas as bandas estavam hopedadas. Elas saiam da coletiva e iam direto para nossa sala... hehe.



Eu e Gastão lá felizes da vida... também não é por menos... Conhecer as três bandas de perto, cumprimentar cada um de seus integrantes com um aperto de mão... venhamos e convenhamos que é um tremendo privilégio!!! Nós ali cara-a-cara com Paul Stanley, Gene Simmons, Tom Araya, Kerry King, Tony Iommi Geezer Butler, Bill Ward é realmente uma coisa pra ficar na memória para o resto da vida, quiça pós-vida!!!!!!



Bom, mas o fato é que além de dirigir o Fúria, eu iria ajudar na transmissão do Monsters. Foram apenas flashes durante a programação, mas deu um baita trabalho.

Lá estava eu no Pacaembú, as 09h00 da manhã. Fui o 1° da equipe a chegar, pois iria receber a UM (Unidade Móvel) da MTV, determinar o local onde cada VJ estaria - quem ficaria na pista, arquibancada, bastidor...



A 1ª banda a passar o som seria o Kiss. Não a banda propriamente dita, mas a equipe dela, claro. Pois estava eu atrás do palco passando de lá pra cá, quando cruzo com um dos membros da equipe do Kiss carregando duas guitarras de corpo preto, braço de madeira, e estranhei pois elas estavam nuas e cruas. Não havia cordas, captadores, tarrachas, nada, absolutamente nada. Estranhei e me perguntei: "Pô, os caras ainda vão montar a guitarra? Como assim?". Não entendi nada.



Bom, esse fato passou, a correria foi braba e eu por vezes me lembrava das guitarras, pois fiquei curioso em saber o motivo delas estarem 'peladas'.



O dia passou, o festival começou, as transmissões foram redondas, vi alguns shows do palco (quando dava) como o do Raimundos e Suicidal Tendencies. A noite veio e, claro, minha espectativa estava em ver o Kiss do palco.



Chegou o momento do show, eles chegaram de Van até a boca do palco, Gastão fez uma rápida entrevista ao vivo com eles e assim que terminou eles subiram. Para nossa decepção, para subir ao palco, naquela hora, era preciso um adesivo de bolinha laranja que ficava colado no crachá. E o meu crachá dava permissão para qualquer lugar. Era a credencial Top! Mas nem eu e nem Gastão tínhamos o tal adesivo laranja. O show começou e nós lá no backstage correndo como doidos atrás da bolinha laranja!



Eis que finalmente conseguimos o adesivo com dois operadores de áudio da MTV que ficavam o tempo inteiro no palco e que naquele momento, 10 minutos depois do início do show, não iriam mais trabalhar. Colamos a bolinha laranja em nossa credencial e subimos rapidamente para o palco.



Ficamos lá, bem ao lado de Paul Stanley, vendo toda a movimentação da banda. Foi maravilhoso, indescritível em seus detalhes. Estávamos bem ao lado da máquina de efeitos especiais, a qual acionava os fogos que estouravam em determinado momento do show. Chegou esse momento e parte dos fogos não funcionou. Um membro da equipe, puto da vida, olhou pra mim e para o Gastão, perguntou se sabíamos fazer a máquina funcionar e na nossa negativa, ele saiu mais puto ainda atrás de outra pessoa da equipe. De fato os fogos foram meia boca e não rolou de ninguém da equipe arrumar o equipamento.



O fato bizarro desse show foi a presença, também no palco, bem atrás de mim e do Gastão (éramos os únicos a estar naquela lateral do palco) do apresentador de programas de futebol, o Avalone (aquele do ponto, exclamação, interrogação...). Que diabos ele estava fazendo ali assintindo o show do Kiss??? Mas chegou um outro cara da equipe da banda olhando nossos crachás e quando viu o do Avalone sem o adesivo laranja, o tirou do palco na hora. Avalone estava acompanhado de uma loira e saiu reclamando. Foi realmente muito engraçado e muito bizarro!



Bom, chegou o fim do show e eis que foco minha atenção em Paul Stanley bem na hora que ele corre para atrás do palco e troca de guitarra. Mas ele tira sua guitarra e pega uma daquelas guitarras 'peladas' que eu tinha visto pela manhã e assim que se vira novamente para o público ele já pega a guitarra e a atira no chão! Sim, ele não mais quebrava sua própria guitarra e sim uma guitarra falsa!!! estava ali desvendado o mistério das guitarras 'peladas'. Não era mais como antigamente, quando ele quebrava guitarras de verdade!



Ao final de todos os bis, a banda saiu do palco, um som ambiente foi colocado para a saída do público, e eu e Gastão, junto com Silveira (um ex-câmera da MTV) entramos no palco e pegamos várias palhetas daquelas que ficam coladas no pedestal. Peguei palhetas do Paul Stanley e Gene Simmons. Um monte de gente que estava na frente do palco pedui para que jogássemos as palhetas, mas foi tudo muito rápido. Infelizmente hoje não tenho mais nenhuma delas. Mas tenho cada segundo desse dia, desse show em minha memória...





14 de outubro de 2007

Ozzy Osbourne no Fúria Metal

A expectativa era grande. Era 1995 ou 1996, agora não me lembro bem, mas sei que se tratava da 1ª vez de Ozzy no Brasil após o show do Rock in Rio em 1985. Se não me engano era o Monsters of Rock que iria acontecer.

Apesar de o Fúria sempre ter sido tratado com desprezo pela direção da MTV Brasil, conseguíamos entrevistas maravilhosas. A do Ozzy foi uma delas.


A entrevista estava marcada para as 15h00. Gastão como sempre havia preparado uma excelente pauta – alias muitos músicos consagrados com suas turnês mundiais intermináveis sempre elogiavam as pautas de Moreira falando algo do tipo “já estou nessa turnê a mais de ano e essa foi a melhor entrevista que dei”.

Bom, a conversa entre Gastão e Ozzy aconteceria no estúdio B, onde era gravado o Fúria, mas ele estava sendo usado por algum programa e o cenário não poderia ser montado antes das 14h00, algo assim. Tudo bem, pois 1 hora era mais que suficiente para erguer cenário e afinar luz.

Estava eu lá na produção, em minha mesa, e era tipo 13h00 quando toca o telefone. Era o departamento de relações artísticas me avisando que Ozzy acabara de chegar. Entrei em pânico! Estava marcado para as 15h00, o que ele estava fazendo lá as 13h00???
Na mesma hora avisei Gastão, que já estava no andar do figurino e maquiagem. Corri para o estúdio B para saber como estavam as coisas por lá e fui atrás de Zé, o iluminador. A gravação no B estava já no fim – não lembro qual programa era. Perguntei ao Zé quanto tempo levaríamos para armar o cenário e fazer a luz. Resposta: não em menos de 1 hora. Meu Deus! Fazer o Ozzy esperar 1 hora sentado no sofazinho do departamento de Relações Artísticas seria uma ofensa! De modo algum faria isso! Liguei para o 9º andar, onde era a sala de reunião da MTV, na cobertura, bonita, coisa e tal. Pensei: farei lá, pois é tranqüilo. Nada feito, pois a sala estava sendo usada.

Procurei pelo cenógrafo que estava almoçando. Pânico! Uma hora para a luz ficar pronta e o cenógrafo havia saído para almoçar! Corri para o Estúdio A. Menor, era onde se gravava os programas de clipes com fundo chroma – aqueles em que só o VJ aparece com um fundo animado.


Subi a luz do A junto com o Zé e ela estava boa. Falei: se eu colocar dois banquinhos ali tudo bem, né? Sim, tudo bem, a luz está ótima. E o Zé me pergunta: e o cenário? Esse estúdio está uma bagunça... E realmente tinha objetos espalhados no chão, escada encostada na parede, panos dobrados em cima de uma mesinha, enfim, olhei para o Zé e disse: Vai ser aqui mesmo, dane-se o cenário. Não posso deixar o Ozzy tomando chá de cadeira, é uma falta de respeito com tamanha personalidade.

Desci onde Gastão estava e disse a ele que faríamos a entrevista no A, sem qualquer cenário. Ele não acreditou, mas confirmei e ele me olhou desconfiado: “Fazer a entrevista num estúdio bagunçado? Isso não é legal”. Disse a ele que não seria nada legal deixar Ozzy sentado no TAR por mais de uma hora. Ele me deu razão, mesmo que ainda estivesse indignado em fazer a entrevista no meio da bagunça. Disse a ele: numa entrevista com Ozzy, você ficaria observando o cenário??? Enfim, mesmo ele não querendo, consegui convencê-lo com meus argumentos. E realmente o que seria o cenário diante das palavras de Ozzy???
Coloquei os banquinhos no lugar, chamei o câmera, o operador de áudio, coloquei o Gastão lá, chamei o Ozzy e mandei ver.

A entrevista rolou linda, mas como Ozzy já estava afetado, o engraçado era que em algumas questões o Gastão fazia a pergunta e o ajudava a responder, pois sua memória era bem fraca.
E eu pergunto: você se lembra da entrevista do Ozzy ou do cenário em que ela foi feita?


7 de outubro de 2007

Paralamas e Titãs em Sorocaba

Alô Carlos! Meu primo André trabalha com shows e, por coincidência, neste final de semana ele trabalhou no show do Titãs e Paralamas que aconteceu em Sorocaba, no Clube Recreativo. Foi o show que abriu essa turnê que vai até novembro e depois será retomada em 2008.
Segundo seu relato o show foi duca! Foram 2 horas sem parar só de hits.
Cada uma das bandas tocou apenas 5 músicas em separado e o resto do show fizeram juntas. 1º elas entraram juntas, depois ficou só o Paralamas. Depois do Paralamas, o Titãs voltou ao palco para outro set juntas e após esse set o Titãs é que ficou sozinho no palco e no fim o Paralamas voltou e as duas juntas terminaram o show.
Som pesado, muita guitarra e entre as músicas do repertório mandaram “Polícia”, “Track Track”, “Bichos Escrotos”, “Diversão”, “Ska”, “Alagados”, “Marvin”, “Óculos”, “Lourinha Brombril” (numa versão de arrebentar), “Go Back”, “O Beco”... Tem música do Titãs que Herbert cantou, tem música do Paralamas que o Titãs cantou. Enfim, foi um show pra ficar na memória das 3.500 pessoas que lá estiveram. Show bem divertido que vale a pena assistir.
Obviamente essa turnê será transformada em DVD e CD.

As Datas desse ano:
06/10 - Sorocaba/SP (Clube Recreativo)
27/10 - Belo Horizonte/MG (Chevrolet Hall)
11/11 - Salvador/BA (Concha Acústica)
24/11 - São Paulo/SP (Via Funchal)