19 de março de 2018

O DIÁRIO DA TURMA 1976-1986: A HISTÓRIA DO ROCK DE BRASÍLIA a Venda Direto com Autor

CAPA DA 2ª EDIÇÃO LANÇADA EM 2014



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O livro é composto por depoimentos de 70 pessoas, entre elas integrantes das bandas Os Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, e outras.

Nessa 2ª edição, além do texto de Dinho Ouro Preto na contra capa, também há texto de André Mueller, baixista da Plebe Rude; e as legendas das fotos são assinadas por Philippe Seabra também da Plebe Rude.

Há também duas reportagens de 1983 transcritas especialmente para essa edição. Uma é do Jornal do Brasil assinada por Jamari França onde conta sobre a Turma de Brasília que invadiu o Rio de Janeiro, e a outra é do Correio Braziliense, também de 1983, que fala dos punks da capital e há a primeira entrevista de Renato Russo.



CAPÍTULO ABORTO ELÉTRICO
Dinho - No show da Sala Funarte eu me enchi de orgulho de ver o Aborto Elétrico sendo tratado com dignidade e com respeito. De ver a banda em cima de um palco, com P.A., com luzes, bom som. Ali eu vi que não estava errado de pensar que o Aborto era uma grande banda e que merecia respeito pelo que fazia. Eu, como fã, vi ali que a justiça estava sendo feita.
Bi Ribeiro – Eu fui ao show do Aborto Elétrico na sala Funarte. Inclusive, o Iko tocou com uma guitarra que depois ficou com o Herbert.
Flávio Lemos - Esse é o show com melhor som que fizemos (na Sala Funarte), apesar da guitarra estar totalmente desafinada. Nós, obviamente, não nos ouvíamos. O Renato desafinava, mas mesmo assim ali dá pra ver o talento dele para bolar as melodias e, ouvindo as melodias do Renato dá pra ver coisas incríveis. Ele fazia cada show de um jeito.



CAPÍTULO CAPITAL INICIAL
Loro Jones – Chegamos a convidar o André Mueller para tocar baixo no Capital. Só não rolou porque ele estava montando a Plebe Rude. O André já sabia tocar e o Flávio, apesar do Aborto, não sabia.
Flávio Lemos – Lembro que estávamos numa festa, logo depois do fim do Aborto, e o Fê e o Loro resolveram levar um som lá em casa, no Lago Norte. Assim pintou o Capital Inicial. Nos primeiros ensaios, rolaram três músicas, entre elas “Psicopata”.



CAPÍTULO RENATO RUSSO
Adriane - O Renato tinha uma mania esquisita de gravar as conversas com as pessoas que iam à casa dele. Uma vez eu fui lá com o Eduardo e mais alguém e o Renato começou a fazer algumas perguntas filosóficas, parecia que ele estava manipulando a conversa. Eram poucas pessoas que sabiam disso e, pra elas, ele mostrava algumas das gravações. O dia em que eu o flagrei gravando nossa conversa, ele se explicou, pediu desculpas e desgravou à fita na minha frente. Eu fiquei sem reação porque estávamos conversando sobre coisas íntimas, infância, problemas e outras coisas desse tipo. Foi aí que percebi que ele manipulava as conversas.
Babú - Tente perceber uma coisa nas letras do Renato: ele fala o que as pessoas querem escutar e, pra ter essa percepção, tem que ter informação de outras pessoas em sua volta, então eu acho, que ele fazia uma espécie de laboratório com essas gravações.



CAPÍTULO FESTAS
Rogério Lopes - Me lembro de uma festa que, quando estávamos indo, paramos numa padaria e alguém roubou uma caixa de casquinha de sorvete. Fomos à festa, invadimos, botamos nossas fitas e a certa altura todas as casquinhas estavam quebradas pelo chão da casa inteira. Teve gente que roubou batom no banheiro e ficou escrevendo pelas paredes, invadiram a cozinha, prepararam pizzas, sanduíches e ainda jogavam os discos na parede. Pegavam queijo inteiro na geladeira, davam uma dentada e jogavam fora.
      Nós cheirávamos muito loló, era uma constante, fazíamos o loló e ficávamos cheirando durante a festa inteira e teve um canadense, o Daniel, que chegou a bebê-lo e passou muito mal e caiu de cabeça no chão e quase morreu, porque tinham uns pregos a centímetros de sua cabeça.   
      Numa festa na embaixada dos Emirados Árabes, que invadimos, um monte de gente cuspiu dentro de uma jarra de suco e depois, os convidados beberam. Numa outra vez, procurando festa no Lago Norte, entramos uma casa onde não havia ninguém conhecido, tinha uma senhora com cadeira de rodas perto da mesa e todo mundo entrou começou a comer todos os pães e patês que estavam na mesa, pegando as bebidas, dando a volta pela mesa e saindo por outra porta pra ir embora. Não sobrou nada.
Henrique - Depois do roubo das casquinhas de sorvetes, a galera entrou no meu carro, nessa festa rolou uma guerra. Até aí tudo bem, mas depois a galera entrou no meu carro de novo, só que todos sujos e o carro ficou imundo. Fomos todos pro Radicaos, estacionei o carro e chegando lá, descobri que ele estava sendo procurado pela polícia, quando voltei pro carro, vi todos sendo revistados pela polícia, alguns chegaram a tomar porrada (foi o caso do Ameba) e foi todo mundo pra delegacia de camburão. O delegado passou um sermão e liberou a galera.


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CAPA DA 1ª EDIÇÃO LANÇADA EM 2001












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