15 de julho de 2022

Liberdade de Pensamento!

A ideia era ter publicado este texto ontem, porém a correria no meu trabalho não permitiu. Então o faço agora, um dia depois da data comemorativa. Antes tarde do que nunca! :) 

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Dia 14 de julho é o Dia da Liberdade de Pensamento e a turma da bandeira vermelha deve estar com muita raiva disso! 

Comunista odeia liberdade de pensamento. Viva a liberdade de pensamento!!! 

Dias atrás publiquei no Facebook um texto a respeito de minha dúvida sobre o homem ter pisado na lua. Depois de ter assistido e lido diversos conteúdos relacionados ao tema, passei a ser cético quanto a esse assunto. Inclusive conteúdos esses que não tínhamos acesso e que graças a tecnologia, a internet, as redes sociais e a digitalização hoje estão ao alcance de todos.

Até então, nunca pensei em certos detalhes, mesmo conhecendo desde pequeno a teoria que envolve Stanley Kubrick. Depois de ver e ler cientistas, físicos, engenheiros e estudiosos questionando uma centena de coisas, vi que essa história de homem na lua é mal contada. Há dúvidas complexas que eu não saberia reproduzir aqui, mas há dúvidas óbvias ligadas ao combustível, ao tamanho da cápsula, a falta de registros (alguns foram feitos e outros não), e até mesmo do solo lunar onde a cápsula pousou, local onde estranhamente não há marca de pouso!

Essa publicação levou a uma discussão entre eu e uma amiga comunista (que, pelo jeito, não quer mais ser amiga). Em seu primeiro comentário me chamou de terra planista, anti vacina e de questionador da ciência. Olha só pra onde a pessoa quis levar meu ceticismo sobre o homem na lua. Tive que dar uma pequena aula sobre liberdade para essa pessoa e é aí que quero chegar:

Essa patota que se diz comunista é vigilante do pensamento alheio. Atua como censor, soldado do autoritarismo. Pra esse povinho que usa antolho a vida funciona desse jeito.

Quando a Argentina liberou o aborto, fiz uma publicação em favor da vida. Por causa disso fui atacado por duas pessoas que me bloquearam em todas as redes possíveis depois de tentarem me diminuir ao máximo. Uma loucura!

Continuo a perguntar: você que é a favor do aborto já xingou e odiou sua mãe hoje?

Loucura porque, pra mim (veja bem: pra mim), isso é querer tolher o pensamento e a opinião do outro que não pensa igual a você. Qual o problema eu questionar a ida do homem à lua? Qual o problema de eu não ser a favor do aborto? 

Eu não me incomodo e não questiono se você acredita que o homem pisou na lua ou se você é a favor do aborto. Você é livre e só você pode responder pelos seus atos. Eu não pago suas contas, você não paga as minhas.

É impressionante a disposição dessas pessoas que se acham de esquerda em querer controlar todos que estão à sua volta. Porém isso é o esperado já que o comunismo é naturalmente um regime autoritário que necessita de um ditador impondo o que você vai fazer de sua vida, o que você vai estudar, o que vai ler, o que vai ser quando crescer e, inclusive, até o que você vai falar e pensar.

A teoria que tenho em relação às pessoas que se dizem comunistas sem se ruborizar é de que são pessoas sem personalidade alguma, por isso, sentem a necessidade de ter alguém dizendo a elas o que devem fazer e o que podem falar e pensar. Além disso, há duas hipóteses para o motivo dessa adoração ao autoritarismo: ou elas são completamente ignorantes ou são manipuladoras igual aos ditadores que adoram.

Pelo que vejo por aí, fico com a segunda hipótese, até porque o perfil dessa patota é de gente mal humorada, que não sabe brincar, rir, descontrair e, pior, não sabe lidar tanto com a própria liberdade, quanto com a liberdade alheia, exatamente por necessitarem de alguém dizendo a elas o que fazer.

Apesar de ficar de saco cheio desses pequenos pseudo ditadores entendo quando alguém dessa turma reclama da opinião dos outros, como aconteceu comigo quando publiquei a dúvida sobre o homem ter ido à lua e/ou minha opinião sobre o aborto: é pura inveja de ver pessoas que tem opinião própria e livre.

No mais, essa gente que acha que é de esquerda só passa vergonha pelas suas colocações, pela forma como pensa, pelo que fala e pelo que defende. Ao contrário desse povo, eu quero mais é que eles sejam livres para continuar a fazer e falar as besteiras que querem. É ótimo ver e ler as bobagens que publicam porque isso dá a certeza de que estou no caminho correto.

O único incômodo é a agressividade que usam para tentar impor o que pensam. De resto, quero que esses comunistas fajutos e bobalhões morram de inveja da minha liberdade!

Aos esquerdas comunistas vermelhos me resta lamentar que gostem de censura, ditadura e autoritarismo. Tendo como ídolos e exemplos de vida gente do mal como Che Guevara, Fidel Castro, Hugo Chaves, Idi Amin, Kim Jong-Un e King Jong-II, Lenin, Mao Tsé Tung, Mengistu Haile Marian, Maduro, Pol Pot, Putin e Stalin não me espanta vê-los odiar opiniões alheias e, como sempre, perder o trem da história em um momento em que o Brasil retoma sua grandeza, desenvolve sua infraestrutura e começa a finalmente a se mostrar que, de fato, é o país do futuro. Não à toa se tornou referência nessa pandemia até para países de 1º mundo.

É por serem contra a liberdade de pensamento que os comunistas não gostam de arte autoral e nós brasileiros temos que aguentar nossos "artistas" levantando essa bandeira maligna do comunismo só porque recebiam esmola do governo petista. É por isso que não consigo entender como esses esquerdistas gostam música, literatura, pintura, artes cênicas. É um tanto contraditório, afinal, ou você é comunista ou você gosta de arte autoral (leia-se arte livre). Os dois não dá.

Ao comunista fajuto o desafio a fazer uma pesquisa sobre 'arte, cultura & liberdade' no governo desses ditadores que listei. De recente posso citar o rapper cubano Maikel Osorbo que foi condenado a 9 anos de prisão por causa da música "Patria y Vida" ganhadora do Grammy Latino em 2021. Fez greve de fome e tudo, mas ninguém deu atenção. 

Viva a liberdade total e irrestrita!!!!

5 de julho de 2022

Brasília Pós Sucesso

Em relação ao sucesso de Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude surgido entre 1985 e 1986, Dinho disse no meu livro ‘O Diário da Turma 1976-1986’ que a partir de certo momento começou uma corrida de cegos pelo sucesso. Iniciou uma disputa velada entre esses três grupos pra ver quem se dava melhor.

Essa mesma corrida de cegos passou a acontecer em Brasília. Sem sentido, mas aconteceu.

O triênio 1985-86-87 foi bastante intenso pra esses grupos candangos que estouraram nacionalmente ao mesmo tempo. E foi um tsunami pra quem estava em Brasília e fazia parte desse universo rock.

A oportunidade profissional desses grupos surgiu pela força que Herbert Vianna e Bi Ribeiro deram, tanto que a EMI também contratou Legião e Plebe. Depois ainda gravou disco do Finis Africae, do Arte no Escuro, e ainda cedeu os estúdios para Escola de Escândalo gravar uma demo e Dentes Kentes gravar um ensaio.

Aliás, se esses estúdios da EMI falassem, imagine o que teríamos de história dessa Turma de Brasília!

E por falar em Turma, pra quem já era da Turma da Colina ou ao menos já a conhecia, a chegada do sucesso desses grupos não foi surpresa, apenas consequência de anos de trabalho.

Quem acompanhava esse universo seja pelas antigas revistas Roll e Bizz ou escutando rádios segmentadas como a Fluminense FM no Rio, já estava acostumado a ver e ouvir, principalmente, Paralamas, Legião, Plebe, Capital e Escola de Escândalo.

Pra população de Brasília em geral foi uma total surpresa esses grupos aparecerem na mídia mainstream. Os jovens da cidade começaram a perguntar: Onde eles estão? Tem mais deles?

Tirando o pessoal da Turma e agregados, o resto dos jovens da cidade não só não gostavam desses grupos, como os repudiavam.

Até então, havia muita inveja e ciúmes entre a turma dos playboys com a Turma da Colina. Fazer parte de um grupo de rock, tocar um instrumento, sair na revista e tocar nas rádios atraía a atenção das garotas, então playboys ao contrário de gostar dos grupos, tinham raiva deles. Depois do sucesso, esses playboys passaram a gostar dos grupos, ir aos shows e a comprar seus discos.

Outros jovens da cidade que já gostavam de música viram um bom momento pra tentar fazer sucesso. Dessa forma zilhares de grupos surgiram da noite pro dia. Grupos ruins, sem tempero, sem texto, sem contexto, sem história e sem personalidade.

Houve as pessoas espertas que se aproximaram de quem era ligado à Turma da Colina. Essas pessoas ou eram músicos que queriam tentar tirar uma casquinha do sucesso procurando as amizades certas ou então pessoas que apenas queriam ganhar destaque e parecer amigas dos músicos.

Naquela época era absurdamente diferente você ter um grupo de rock ou até mesmo andar como um roqueiro. Surf, skate e rock ainda eram coisas estranhas.

Como consequência, quem queria ser diferente em Brasília, aproveitou essa onda de sucesso e colou na Turma. Comecei a ver amigos de infância, de escola, que nunca deram a mínima para rock ou música, de repente querendo montar um grupo, gravar discos de rock alternativo e ao mesmo tempo colando na Turma.

Tive um professor de português substituto que certa vez me deu um sermão por me ver com bottons do Clash, Pistols, Ramones no uniforme da escola. Eu estava na 6ª série, tinha 12 ou 13 anos. 

Anos depois o encontrei como vocalista de um grupo e até tirei sarro da cara dele - ele me puxou de canto e pediu discrição rsrs. Era um grupo local que até ficou conhecido entre o pessoal que acompanhava a cena rock da cidade e até fez show junto com Filhos de Mengele ao menos umas duas vezes, mas não vou falar o nome dele.

Esse triênio o rock reinou na mídia, virou moda pra quem caiu de paraquedas e isso foi fortemente intenso em Brasília por causa do sucesso dos grupos e do refrão de “Vital e Sua Moto”.

Até o estouro, Brasília tinha poucos grupos de rock. Não dá pra quantificar, mas era como se em 1984 existissem 30 grupos e, de repente, em 1986 havia 500. Era no esquema quantidade nota 10, qualidade nota 0. Pra deixar bem mais claro: os grupos que valiam a pena, juntando todos, chegava a dar algo em torno de 10 nomes, no máximo.

Num piscar de olhos surgiram punks, góticos, alternativos e gente interessada em rock e suas vertentes. Também apareceu dentro da Turma uma panelinha que se achava a última bolacha do pacote por ser amiga de integrantes de Legião, Plebe, Capital. Uma baboseira. Era ridículo e chegava a dar vergonha alheia de algumas dessas pessoas. Era muito nítida a falsidade e o desejo de aparecer. O próprio Renato Russo sofreu com isso, com muitas falsas amizades, tanto em Brasília, quanto no Rio.

Inclusive entre os velhos amigos, dos tempos magros de 1980-81-82-83 não tinha essa coisa de ser “amigo de artista”, até porque não os víamos assim mesmo depois do sucesso. 

Houve a tentativa da gravadora Warner em achar algum bom nome ao lançar a coletânea “Rock Brasília, Explode Brasil”, mas tirando uns dois grupos, o resto era lixo que não existia seis meses antes da coletânea ser lançada. Dessa coletânea, de respeito mesmo, só Elite Sofisticada, e a gravadora vacilou em não lançar o grupo que naquele momento estava “voando baixo”.

Em Brasília o rock que estourou, que fez sucesso no Brasil todo, não foi o rock da cidade, mas sim o rock que era feito pela Turma da Colina. A alcunha Rock de Brasília existe e representa unicamente os grupos ligados à Turma da Colina. Ao lançar meu livro teve gente que contestou isso, mas depois viu que era verdade.

Tanto que hoje, décadas depois do sucesso, se vê que os grupos que gravaram e fizeram história são, de fato, grupos surgidos a partir da TdC, incluindo aí os que participaram da magnânima coletânea Rumores: Escola de Escândalo, Elite Sofisticada, Detrito Federal e Finis Africae.

Desses grupos Finis gravou EP independente e depois LP pela EMI; Detrito Federal lançou disco pela Polygram, produzido por Charles Gavin. Infelizmente as duas grandes promessas pós Legião-Plebe-Capital, Escola de Escândalo e Elite Sofisticada, não gravaram seus discos.

Houve outros grupos que lançaram discos nos anos 1970 e até mesmo nos anos 1980, como a Banda 69, um dos poucos bons grupos da cidade. Tinha Liga Tripa, Mel da Terra, Tellah e outros.

Nesse boom de grupos de rock algumas rádios de Brasília abriram espaço na programação pra eles (Filhos de Mengele teve “O Entediado” e “Anti-Social” muito bem executadas na programação local da Transamérica FM que apostava firme na cena da cidade), lugares novos de shows surgiram. Mas havia um problema: Eram poucos os grupos que realmente faziam algo de qualidade. 

Hoje, em 2022, há muita gente que gosta de dizer que era da Turma da Colina, que assistia aos shows e frequentava as festas, os lugares, os ensaios, mas é tudo balela. O que não falta são mentirosos que adoram se inserir nessa história. Brasília era como uma pequena cidade do interior onde todo mundo se conhecia, principalmente até a primeira metade dos 1980, então não tem como mentir sobre isso.

Eram como penetras querendo parecer descolados e íntimos dos donos da festa, mas sem saber de quem era a festa. Como disse, era algo um tanto vergonhoso. 

Depois que lancei O Diário da Turma’, surgiu mais uma leva de pessoas que nunca deram bola pra Turma, mas que gostam de falar que estavam lá. E eu continuo dando risada!

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