Agora ele está em divulgação do DVD do disco Beijo Bandido e estou me deliciando com as mil entrevistas que tem saído em revistas, jornais, internet e televisão.
Ney Matogrosso é, no mínimo, o nosso David Bowie. Ney Matogrosso mata a cobra e mostra o pau (ops!). Qualquer coisa que tenha o nome Ney Matogrosso é sinônimo de qualidade. Sim, até porque ele não faz nada por fazer. Tudo na arte dele é bem pensado e bem executado.
Não é exagero dizer que a MPB até Ney aparecer era uma e depois dele se tornou outra. Suas interpretações e suas atuações são referência até para quem tem mais tempo de carreira do que ele.
Em 1992 foi lançada uma biografia chamada Um Cara Meio Estranho, escrita por Denise Pires Vaz (Rio Fundo Editora). O livro é maravilhoso. Boa narrativa, boas histórias, bem editado, ótimo título e ainda adoro a capa (está fora de catálogo, mas é encontrado em sites como o http://www.estantevirtual.com.br/).
A banda de João Ricardo virou a banda de Ney Matogrosso, tanto que, por mais que tentasse ressuscitar, o Secos & Molhados verdadeiramente acabou com a saída de Ney (e de Gerson Conrad) em agosto de 1974, dias antes do lançamento do 2º álbum. Essa saída aconteceu porque João Ricardo queria que Ney e Gerson assinassem um documento se dizendo funcionários da marca Secos & Molhados.
(Tem até a história de um show da banda onde tiveram que fazer por três vezes o bis de “Rosa de Hiroshima”, o que deixou João irritadíssimo a ponto de quebrar o camarim, apenas porque a música não era dele)
Ney Matogrosso é rocker. Começou como vocalista de uma banda de rock. Revolucionou até mesmo o show business do rock brasileiro dos anos 1980 ao dirigir o show de RPM. Foi ele quem mostrou para essa geração 80 a importância de se ter uma boa aparelhagem de som, uma boa iluminação, figurino e postura de palco. Depois que RPM fez o que ele criou, a era das danceterias acabou e tudo mudou. Ney Matogrosso colocou o rock brasileiro para tocar em teatros e a história conta o resto. Antes do RPM deu enorme força ao João Penca (“Telma Eu Não Sou Gay”) e ao Barão Vermelho. Ele foi um dos primeiros a ver o talento de Cazuza.
Escrevi esta postagem sem pesquisa, mais de coração, como um fã. Como falei, Ney não se repete, por isso mesmo é difícil indicar discos específicos, mas vale, no mínimo, conhecer sua discografia do 1º solo de 1975 até ao menos o Pescador de Pérolas, de 1987. Há também uma ótima coletânea dupla lançada em 1996 chamada Vinte e Cinco.
Longa vida ao Ney!
5 comentários:
Boa Paulão! Ney é gênio!!!!
Pizzaaaaaaa! Precisamos colocar a conversa em diaaaaaaaaaahhhhhhhh...
Ney é Ney!
Oi Paulo,
Como sempre, faço umas visitas por aqui e todas as vezes me deparo com bons textos.
puxa-saquismo de lado, eu não sabia que a maquiagem do Ney tinha inspirado o Kiss, lá do outro lado, eu pensava que era uma tendência, até porquê tinha o Alice Cooper e o time do joelho de porco, que vagamente e eu acho, que tb fazia uso de maquiagem... talvez o Taffo, bom, sei lá!
mas, é o máximo saber da força que os nossos bons representantes exercem sobre terras longínquas!
aproveito para deixar um abraço de aniversário e desejar tudo de bom para você e sua família.
Dag
Olá Dag! É sempre uma honra tê-la por aqui! Sim, nessa época a maquiagem fazia parte da moda glam, mas a que Ney fazia era diferente. No glam era um toque aqui outro ali e não com o exagero (no bom sentido) que Secos e Molhados fazia.
bjs!
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