8 de julho de 2010

Rock sem preconceiro. Viva o roque!

13 de julho é o dia mundial do rock, esse gênero que é uma mãe para todos. Desde que surgiu, até hoje incomoda muita gente. Não existe outro tipo de música que seja tão altruísta quanto o rock. Mistura-se a todos numa boa. O que seria de nós sem o bom e velho roque?


Nos anos 1950 as televisões não filmavam Elvis Presley da cintura para baixo por causa de seu rebolado que deixava as menininhas maluquinhas. Apesar de seu grande sucesso ele sofria muito, até seu topete era mal visto, e tudo isso culminou em seu alistamento no exército americano. Com cabelo mais curto e papéis de bom moço, acabou por conquistar a todos, até seus detratores.

Com os cabelinhos ‘tijelinha’ muitos diziam que os Beatles eram uma indecência por serem cabeludos.

Se essas pessoas disseram isso do Beatles em 1963, imagine então o que elas falaram quando viram Jimi Hendrix ou Led Zeppelin. Os tradicionalistas faziam de tudo para proibir o rock, inclusive aqui no Brasil. Na década de 1960 políticos brasileiros também chegaram a proibir o rock em rádios, bailes e locais públicos. No Brasil dos anos 1970 era comum ter polícia infiltrada em shows, festivais e aglomerações de jovens. Artistas como Raul Seixas, Novos Baianos e Rita Lee sofriam marcação cerrada da polícia e do governo.

Artistas do mundo inteiro sofriam com drogas plantadas em suas casas, no camarim, no hotel, no ônibus de turnê. Um ótimo exemplo é John Lennon que não só era literalmente perseguido por agentes da Cia nas ruas de Nova Iorque (como vemos nos filmes, aquele homens de terno preto, óculos pretos e chapéu preto), ele também teve seus telefones grampeados.

Black Sabbath, Led Zeppelin, The Doors, Alie Cooper, David Bowie, todos os grandes nomes, os médios e pequenos também, todo mundo tem suas histórias de preconceito.
Até aqui só citei o preconceito com roqueiros brancos, imagine então o que era no final dos anos 1940 e os anos 1950, com todos aqueles americanos altamente racistas tendo que engolir nomes como Fats Domino, Little Richard e Chuck Berry. Era o começo do fim do mundo.

Esse era o preconceito social que o rock sofreu até pelo menos a segunda metade dos anos 1980, quando as grandes corporações passaram a ganhar dinheiro com ele. Quantos não disseram que o rock’n’roll era uma moda passageira?

Bem, esse era um, mas havia outro tipo de preconceito sofrido, e que o rock também passou por cima: outros gêneros musicais passaram a olhar torto para o rock. No entanto ele respondeu com as mais diversas fusões de gêneros. De bobo o rock não tem nada e sempre soube aproveitar (no bom sentido) as melhores coisas que estavam em sua volta. Beatles, por exemplo, foi a primeira banda a incorporar a arte e literatura em seu leque de influências. Red Hot Chili Peppers continuou com isso nos anos 1980 quando afirmava que bastava um quadro de Picasso para se ter uma boa inspiração musical.

Assim foi com o jazz, soul, música clássica, eletrônica, country, blues (claro!). Aqui no Brasil, além dessas misturas, também tinha fusão com bossa nova, caipira / regional, samba, chorinho, maracatu, forró.

O contrário não acontecia tão fácil como acontecia com o rock. No rock tudo é bem vindo. Os roqueiros brasileiros jamais pensariam em fazer uma ridícula passeata contra o violão. Obviamente hoje os que eram contra a guitarra na MPB, têm vergonha de lembrar isso, e muitos deixaram de assumir esse preconceito quando viram que não tinha nada de mal em trabalhos como o de Raul Seixas, Novos Baianos, A Cor do Som, Mutantes e todos os tropicalistas. Pelo contrário, que isso era saudável e não só para o rock. A própria MPB dos anos 1970, mesmo com Chico Buarque ou Maria Bethânia, tinha sua pitada de rock.

Desde os anos 1990 a luta que outros gêneros travavam com o rock não existe mais. Bons exemplos disso são Raimundos com forró e Chico Science & Nação Zumbi com maracatu, que foram prontamente aceitos no mercado.
Preconceito social há até hoje e sempre haverá. Se um dia ninguém mais falar que “roqueiro é tudo drogado” é porque há algo de errado.

Viva o roque!

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