15 de agosto de 2014

Manifestações e Eleições

Em menos de dois meses teremos eleições de suma importância para o país, e a maioria dos cidadãos brasileiros, provavelmente incluindo você, não sabe a data do primeiro turno e nem os cargos.

Primeiro turno em 5 de outubro. Segundo turno em 26 de outubro.

Vamos eleger Presidente, Senadores, Governadores, Deputados Federais e Estaduais. Ou seja, é a chance que temos de passar o rapa em Brasília.

É o momento certo de tirar todo mundo que está lá e colocar gente nova, que nunca se elegeu, que não tem vícios políticos e que não fazem da política sua vida e profissão.

Passar o rodo no Congresso Nacional e colocar lá gente que irá cumprir o primeiro mandato.

Ok, não é fácil achar um candidato que realmente nos represente, mas ao menos temos a chance de tirar de Brasília toda àquela gente que está lá há décadas, que há tempos já fez da Capital seu escritório de negócios. Existem pessoas de bem.

Até porque não adianta colocar meia dúzia de pessoas boas no meio de tanto lobo mau. Então vamos tirar todos, mesmo tendo que sacrificar alguns bons.

Há quem diga que isso é impossível, mas eu resisto em acreditar na renovação total.

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Em 25 de abril de 1984 eu estava em frente ao Congresso pedindo Diretas Já! Foi o dia da votação da Emenda Constitucional Dante de Oliveira, que pedia eleições pelo voto popular. A proposta foi rejeitada mesmo tendo 84% dos brasileiros a favor.

Estávamos lá focados nessa ideia, e assim como todo mundo, acreditando na aprovação. Todos queriam chutar os militares. Era coisa séria!

1984
Desde que as recentes manifestações começaram, em 2013, vi aquilo um tanto ressabiado. Não demorou muito e virou bagunça. As manifestações de 1992 aqui em SP, pedindo o impeachment de Collor, serviram de desculpa pra muita gente matar aula, tomar cerveja e ficar de azaração. Bem, nem é preciso dizer muito quando vemos hoje Lindberg Farias.

Até certo momento do país o jovem era engajado, tinha conhecimento do que acontecia, até porque tudo era proibido, e as proibições atingiam todas as classes sociais, tanto jovens, quanto adultos.

Parece que, depois de termos conseguido o fim da ditadura e o fim da censura, houve uma acomodação geral. Sabe a clássica história O Coelho e a Tartaruga? Nos acomodamos, comemos bola e, literalmente, entregamos o ouro para o bandido.

Agora estamos fritos. Como disse Marcelo Madureira em um programa de TV, será preciso gerações para arrumar o que o Lula e PT estragaram.

Infelizmente a verdade é que a moçada que saiu nessas passeatas, ao contrário da geração 80, mal sabia o que fazia lá. Não há a preocupação política no dia a dia, é gente que vai na onda, com um conhecimento raso do que acontece. Gente que não sabe o que se passa em Brasília.

Começaram a aparecer grupos organizados, tipo os black blocks, e tudo ficou um tanto nebuloso. Antes o que víamos era policiais infiltrados entre quem protestava, agora vemos partidos colocando filiados para fazer baderna. Assim fica um jogando para o outro a culpa por tudo e nada se resolve.

O que, efetivamente, se resolveu depois das manifestações que se tornaram badernas e depois comédia?

O que se fez pelo combate a corrupção? Quais leis de interesse direto da população foram criadas ou aprovadas desde então? O que vemos em Brasília é a festa da uva continuar, os mensaleiros podendo trabalhar fora da prisão, tendo regalias na cadeia (alguém duvida disso?), políticos corruptos no comando do Congresso Nacional... tudo igual.

Não temos sequer uma promessa ou qualquer outra coisa que nos garanta que haverá diminuição de impostos e melhoria nos serviços públicos.

Mas o pior de tudo é ficar vendo o país se afundar por incompetência de um partido que quer implantar uma ditadura, ter o controle da imprensa. Pelo que parece, o PT quer fazer tudo o que os militares faziam. Controle total. Não gosta assim então some, manja? (quem mesmo se aliou a Collor, Sarney, Calheiros, Maluf e outros? Quem???)

Em relação a essas pessoas dessa geração que acham que estão à frente de uma luta popular, acho estranho que se dizem parte de uma organização anarquista, porque aí vira stand up comedy. Realmente não dá pra levar a sério.

As gerações que surgiram a partir do impeachment até aqui estão completamente alienadas do que acontece na política, não sabem o quanto é preciso fazer reformas trabalhista, tributária e política. Por isso mesmo virou uma luta por nada. Uma coisa muito legal aconteceu no país, mas não foi devidamente aproveitada, porque não tinha um objetivo. Começou por causa do aumento nas tarifas de ônibus e depois ninguém sabe dizer.

Essa geração não viveu o inferno do militarismo e hoje sequer sabe como era ruim não poder falar, votar, se expressar. É uma geração que só está preocupada com a balada do próximo final de semana, com o dinheiro da cerveja. Não que eu não goste de uma birita e uma boa festinha, mas minha vida não é pautada só por isso.

É uma geração que fala em voto nulo ou branco sem saber da importância do voto, que esse pode e deve ser o maior protesto que nós cidadãos devemos fazer. A ignorância impera! A falta de leitura e informação impera!

Estamos perdidos não só pelos parlamentares corruptos, egoistas e incompetentes que temos, mas também pela população ignorante e que, pior, faz questão de se manter ignorante. 

Nem pra fazer manifestações o país está preparado. É uma combinação que junta o fato de não termos uma oposição séria com uma população completamente alienada.

Eu lutei pelo voto direto e não abro mão disso.

O que temos a fazer agora é escolher com muita atenção os candidatos, mesmo se for preciso gastar um tempo. Procurar gente séria, para ir à Brasília fazer o que já tinha que ter sido feito desde que os militares foram embora.

Precisamos de gente de coragem, porque é preciso mexer com gente muito poderosa para colocar esse país em ordem. Tirar o país, de uma vez por todas, das mãos de malandros.

PS: A foto do Congresso Nacional fiz no dia da manifestação em abril de 1984.

2 comentários:

P. R. Mostaro disse...

São os famosos rebeldes de "boutique", esses a quem vc se refere...levanta-se contra sabe-se lá o que, de forma muitas vezes violenta, mas sem objetivo definido. Mostram-se alienados, já por absoluto desinteresse, já por preguiça intelectual ou por comodismo. Difícil que seja de outra forma num país onde a figura política mais influente é um ex "operário" que costuma jactar-se de nunca ter lido um livro até o final e onde jovens passam diariamente 6 horas diante do "deus" FACEBOOK....

P. R. Mostaro disse...

*levantam-se