1 de agosto de 2014

Ingressos e Crachás: 6 - Mais Shows

Buzzcocks no Aeroanta (1996)

Jamais pude imaginar que um dia veria um show do Buzzcocks, assim como jamais imaginei que iria ver Ramones, Iggy Pop, PIL, Cure...

Tudo bem que o show foi nos anos 1990, que não era com a formação clássica com Steve Garvey e John Maher. Isso não tirou minha empolgação. Pelo contrário. Foi a mesma emoção de quando vi Ramones, PIL e Iggy Pop.

Pete Shelley e Steve Diggle arrebentaram. Eles foram até a MTV para dar entrevista ao Fúria. Peguei o autógrafo deles e, como já disse aqui, um dos poucos que tenho. Ultra simpáticos e profissionais. Nem acreditava no que via rsrsrs.

Como praticamente ninguém aqui conhecia Buzzcocks, o show estava vazio. Não devia ter nem 30. Na frente do palco tinha meia dúzia pulando, atrás deles eu e Gastão, e mais algumas pessoas sentadas. Era isso. Aeroanta as moscas no show do Buzzcocks. Pra mim foi lindo, porque foi um show praticamente particular. Tocaram todos os hits, e o show foi uma porrada só, como se tivesse 10 mil pessoas assistindo.



Projeto Rock Brigade (1994 ou 95)

Não sei muito sobre esse Projeto Rock Brigade, se aconteceu algo além desse show em Americana. Claro que o show do Angra foi um lixo. Quem arrebentou, e sempre arrebenta, foi o Korzus. Não lembro quem foi, ou André Mattos ou Pompeu, sei que um dos dois no momento que entrou, deu boa noite para a cidade errada. E tome vaia kkkk.

O Rip Monsters era o estranho no ninho. Estava lá mais pelo Gastão, que apresentava o Fúria Metal, do que pelo som, que não era heavy metal. Já tinha sido hard rock, mas não era mais.

Boa parte do pessoal desse show foi de ônibus, mas eu, Gastão, Johnny e Alja fomos no carro do Gastão. Lembro que foi até tarde. Como Rip Monsters foi a banda de abertura, podíamos ir embora quando quiséssemos, mas ficamos lá pra se divertir. Não estávamos preocupados porque fomos dormir na minha casa em Piracicaba, que fica 15 minutos e Americana. Já era alta madrugada, sem a menor pretensão, acabei encontrando uma amiga de Pira nesse show. Foi legal.

Angra era uma banda chata, com integrantes chatos. Muito ego por nada, manja? O Korzus era foda, é foda e sempre será. O Rip Monsters, bem, o Rip Monsters estava lá pra fazer bagunça. Fez um puta show, a galera se amarrou, mas o lance da noite era o metal!

Essa era uma época que o heavy metal estava bem, tinha espaço na MTV, em rádios, revistas especializadas. O sucesso do Sepultura animou os bangers, e surgia muita banda, muitas no interior de SP. Como eu fazia o Fúria, estava em contato direto com tudo isso. Nos bastidores foi legal, divertido. Muita gente amiga, não só entre os músicos, mas entre as equipes de palco, roadies, produtores, o pessoal da revista que estava lá. Como não ficamos até o fim, não sei dizer a que horas o pessoal todo foi embora. Sei que lá pelas 4 da manhã já devíamos estar em casa. Além de ter sido cansativo, rolou muito álcool. Como não toquei e não sou desses que bebe até falar mole, então consegui ver o dia amanhecer... muito bem acompanhado :)



Acústico Moraes Moreira (1994)

Aí em 1994 O Cara resolve gravar um Acústico. Achei incrível e logo já pedi meu lugar na plateia. Porém o Acústico é um show feito para o vídeo, não para a plateia. Isso cansa. Cansou.

Não sei o que aconteceu. Não houve magia, encantamento. Tudo muito frio. Até onde eu lembro, houve muita refação, que são músicas tocadas mais de uma vez, mas não em clima de bis.

Saí do local do show cansado e decepcionado, porque não só a gravação fez cansar, mas porque a banda também não foi bem e o show não foi legal. Pensei que fosse ver algo como o Acústico do Gil, que é uma pérola!



SESC 913 Sul – Brasília (14 de março de 1998)

Fiz algumas anotações desse show atrás do canhoto do ingresso. Durante os anos 1990 fui muito à Brasília. Ia sempre de onda, pra me divertir e ver os amigos. Depois casei e a farra de viajar toda hora acabou rsrs.

Pela data, certamente estava em Brasília para começar a fazer O Diário da Turma. Fiquei hospedado na casa de Celso, baixista do Filhos de Mengele. Eu era bicho solto em Brasília, de férias, escrevendo um livro, sem maiores obrigações por quase um mês, era só me chamar que eu ia kkk.

Peguei busão e lá fui eu para o SESC. O show era Zamaster, mais uma banda que não sei o nome (e que tocou Slow Down), e Detrito Federal fechando. Não sei se era alguma data especial ou se era um show dentro de algum projeto do SESC, sei que foi divertido.

(Lembrei que em maio de 1998, o Filhos de Mengele – em uma repentina reunião – e o Detrito fizeram um show em Brasília).

O show do Detrito foi muito engraçado. No final Cascão (vocalista) chamou todo mundo pra subir no palco e virou zona. Tanta zona que sumiram dois microfones. O preju foi do Detrito rsrs. Nessa época a banda tocava a primeira versão de “Fábrica”, da Legião Urbana, autorizada pela família. “Não sei se tenho medo... / só esse desespero... / esqueço quando bebo... / quem vai ser despedido?... / quem vai dançar primeiro...”

Segundo o que escrevi, cheguei as 20h no local do show e logo que cheguei começou a chover pacas. Só foi parar na manhã seguinte. Todos os show que assisti no Teatro Garagem do SESC 913 foram bons.



Lou Reed no Palace (10 de setembro de 1996)

Eu não ia nesse show, acho que por não conseguir ingresso, mas na última hora surgiu um ingresso do céu. Alguém da MTV desistiu de ir bem no dia do show e passou o ingresso pra mim. Me dei muuuito bem!

Foram dois shows: um no dia 09-09 (3ª feira) e outro no dia 10-09. Entre os dias 9 e 11 choveu em SP sem parar. Palace estava lotado. Foi lá que vi, entre outros tantos, o primeiro do Ramones no Brasil.

Comparada com hoje, era uma época razoavelmente tranquila em SP. Cheguei ao show, parei o carro, entrei e fiquei em um lugar na pista central e frontal ao palco. Perfeito. Foi o primeiro show de Lou Reed no Brasil e ele veio com uma banda simples. Um quarteto: ele na guitarra, um baixista negão infernal de bom, outro guitarrista e baterista. No show só dava Lou Reed e o baixista. Foi tudo incrível. Luz e som impecáveis. Eu que nem ia, saí de lá de queixo caído. Apesar de ter lançado disco em 1996, o show foi basicamente de hits.

Certamente um dos melhores shows de rock que vi.



Capital Inicial no Olympia (1 de setembro de 2000)

Depois que o Capital voltou com Dinho no vocal, em 1998, a banda demorou um pouco pra tocar em SP. Não lembro se foi ainda em 1998 ou já era 1999, mas fui ao primeiro show da banda aqui em SP depois da volta.

Lembro que havia em certo receio em voltar a tocar na capital, por isso a banda não tocou de imediato em SP. O show do Palace estava lotado. Sucesso absoluto. Lembro de encontrar todos eles no camarim, todos muito felizes. Tiraram toneladas de cima do ombro. E o show foi bom mesmo! Tocaram coisas do ‘Atrás dos Olhos’ e músicas mais antigas. Ali deu pra perceber que a banda tinha tudo pra fazer sucesso nessa volta.

Dois anos depois resolvi ir ao Olympia assistir a outro show. Dessa vez já era a turnê do Acústico, disco que consagrou de vez o retorno do Capital. No set misturava canções acústicas com elétricas.O ingresso que compramos era em uma mesa do mezanino e ficava quase em frente ao palco, porém longe dele.

Foi nesse show que entendi, na prática, o que diziam dos shows dos Beatles, que eram impossíveis de se ouvir devido à gritaria das fãs. Os gritos no show do Capital Inicial não cessaram um segundo sequer! Histeria total e absoluta.

Nem preciso dizer que o show não foi bom, pelo menos pra mim...

Nenhum comentário: