Buzzcocks no Aeroanta
(1996)
Jamais pude imaginar
que um dia veria um show do Buzzcocks, assim como jamais imaginei que
iria ver Ramones, Iggy Pop, PIL, Cure...
Tudo bem que o show foi
nos anos 1990, que não era com a formação clássica com Steve
Garvey e John Maher. Isso não tirou minha empolgação. Pelo
contrário. Foi a mesma emoção de quando vi Ramones, PIL e Iggy
Pop.
Pete Shelley e Steve
Diggle arrebentaram. Eles foram até a MTV para dar entrevista ao
Fúria. Peguei o autógrafo deles e, como já disse aqui, um dos
poucos que tenho. Ultra simpáticos e profissionais. Nem acreditava
no que via rsrsrs.
Como praticamente
ninguém aqui conhecia Buzzcocks, o show estava vazio. Não devia ter
nem 30. Na frente do palco tinha meia dúzia pulando, atrás deles
eu e Gastão, e mais algumas pessoas sentadas. Era
isso. Aeroanta as moscas no show do Buzzcocks. Pra mim foi lindo,
porque foi um show praticamente particular. Tocaram todos os hits, e
o show foi uma porrada só, como se tivesse 10 mil pessoas
assistindo.
Projeto Rock Brigade
(1994 ou 95)
Não sei muito sobre
esse Projeto Rock Brigade, se aconteceu algo além desse show em
Americana. Claro que o show do Angra foi um lixo. Quem arrebentou, e
sempre arrebenta, foi o Korzus. Não lembro quem foi, ou André
Mattos ou Pompeu, sei que um dos dois no momento que entrou, deu boa
noite para a cidade errada. E tome vaia kkkk.
O Rip Monsters era o
estranho no ninho. Estava lá mais pelo Gastão, que apresentava o
Fúria Metal, do que pelo som, que não era heavy metal. Já tinha
sido hard rock, mas não era mais.
Boa parte do pessoal
desse show foi de ônibus, mas eu, Gastão, Johnny e Alja fomos no
carro do Gastão. Lembro que foi até tarde. Como Rip Monsters foi a
banda de abertura, podíamos ir embora quando quiséssemos, mas
ficamos lá pra se divertir. Não estávamos preocupados porque fomos
dormir na minha casa em Piracicaba, que fica 15 minutos e Americana.
Já era alta madrugada, sem a menor pretensão, acabei encontrando
uma amiga de Pira nesse show. Foi legal.
Angra era uma banda
chata, com integrantes chatos. Muito ego por nada, manja? O Korzus
era foda, é foda e sempre será. O Rip Monsters, bem, o Rip Monsters
estava lá pra fazer bagunça. Fez um puta show, a galera se amarrou,
mas o lance da noite era o metal!
Essa era uma época que
o heavy metal estava bem, tinha espaço na MTV, em rádios, revistas
especializadas. O sucesso do Sepultura animou os bangers, e surgia
muita banda, muitas no interior de SP. Como eu fazia o Fúria, estava
em contato direto com tudo isso. Nos bastidores foi legal, divertido.
Muita gente amiga, não só entre os músicos, mas entre as equipes
de palco, roadies, produtores, o pessoal da revista que estava lá.
Como não ficamos até o fim, não sei dizer a que horas o pessoal
todo foi embora. Sei que lá pelas 4 da manhã já devíamos estar em
casa. Além de ter sido cansativo, rolou muito álcool. Como não
toquei e não sou desses que bebe até falar mole, então consegui
ver o dia amanhecer... muito bem acompanhado :)
Acústico Moraes
Moreira (1994)
Aí em 1994 O Cara
resolve gravar um Acústico. Achei incrível e logo já pedi meu
lugar na plateia. Porém o Acústico é um show feito para o vídeo, não para a plateia. Isso cansa.
Cansou.
Não sei o que
aconteceu. Não houve magia, encantamento. Tudo muito frio. Até onde
eu lembro, houve muita refação, que são músicas tocadas mais de
uma vez, mas não em clima de bis.
Saí do local do show
cansado e decepcionado, porque não só a gravação fez cansar, mas
porque a banda também não foi bem e o show não foi legal. Pensei
que fosse ver algo como o Acústico do Gil, que é uma pérola!
SESC 913 Sul –
Brasília (14 de março de 1998)
Fiz algumas anotações
desse show atrás do canhoto do ingresso. Durante os anos 1990 fui
muito à Brasília. Ia sempre de onda, pra me divertir e ver os
amigos. Depois casei e a farra de viajar toda hora acabou rsrs.
Pela data, certamente
estava em Brasília para começar a fazer O Diário da Turma. Fiquei
hospedado na casa de Celso, baixista do Filhos de Mengele. Eu era
bicho solto em Brasília, de férias, escrevendo um livro, sem
maiores obrigações por quase um mês, era só me chamar que eu ia
kkk.
Peguei busão e lá fui
eu para o SESC. O show era Zamaster, mais uma banda que não sei o
nome (e que tocou Slow Down), e Detrito Federal fechando. Não sei se
era alguma data especial ou se era um show dentro de algum projeto do
SESC, sei que foi divertido.
(Lembrei que em maio de
1998, o Filhos de Mengele – em uma repentina reunião – e o
Detrito fizeram um show em Brasília).
O show do Detrito foi
muito engraçado. No final Cascão (vocalista) chamou todo mundo pra
subir no palco e virou zona. Tanta zona que sumiram dois
microfones. O preju foi do Detrito rsrs. Nessa época a banda tocava
a primeira versão de “Fábrica”, da Legião Urbana, autorizada
pela família. “Não sei se tenho medo... / só esse desespero... /
esqueço quando bebo... / quem vai ser despedido?... / quem vai
dançar primeiro...”
Segundo o que escrevi,
cheguei as 20h no local do show e logo que cheguei começou a chover
pacas. Só foi parar na manhã seguinte. Todos os show que assisti no
Teatro Garagem do SESC 913 foram bons.
Lou Reed no Palace (10
de setembro de 1996)
Eu não ia nesse show,
acho que por não conseguir ingresso, mas na última hora surgiu um
ingresso do céu. Alguém da MTV desistiu de ir bem no dia do show e
passou o ingresso pra mim. Me dei muuuito bem!
Foram dois shows: um no
dia 09-09 (3ª feira) e outro no dia 10-09. Entre os dias 9 e 11
choveu em SP sem parar. Palace estava lotado. Foi lá que vi, entre
outros tantos, o primeiro do Ramones no Brasil.
Comparada com hoje, era
uma época razoavelmente tranquila em SP. Cheguei ao show, parei o
carro, entrei e fiquei em um lugar na pista central e frontal ao
palco. Perfeito. Foi o primeiro show de Lou Reed no Brasil e ele veio
com uma banda simples. Um quarteto: ele na guitarra, um baixista
negão infernal de bom, outro guitarrista e baterista. No show só
dava Lou Reed e o baixista. Foi tudo incrível. Luz e som impecáveis.
Eu que nem ia, saí de lá de queixo caído. Apesar de ter lançado
disco em 1996, o show foi basicamente de hits.
Certamente um dos
melhores shows de rock que vi.
Capital Inicial no
Olympia (1 de setembro de 2000)
Depois que o Capital
voltou com Dinho no vocal, em 1998, a banda demorou um pouco pra
tocar em SP. Não lembro se foi ainda em 1998 ou já era 1999, mas
fui ao primeiro show da banda aqui em SP depois da volta.
Lembro que havia em
certo receio em voltar a tocar na capital, por isso a banda não
tocou de imediato em SP. O show do Palace estava lotado. Sucesso
absoluto. Lembro de encontrar todos eles no camarim, todos muito
felizes. Tiraram toneladas de cima do ombro. E o show foi bom mesmo!
Tocaram coisas do ‘Atrás dos Olhos’ e músicas mais antigas. Ali
deu pra perceber que a banda tinha tudo pra fazer sucesso nessa
volta.
Dois anos depois
resolvi ir ao Olympia assistir a outro show. Dessa vez já era a
turnê do Acústico, disco que consagrou de vez o retorno do Capital.
No set misturava canções acústicas com elétricas.O ingresso que
compramos era em uma mesa do mezanino e ficava quase em frente ao
palco, porém longe dele.
Foi nesse show que
entendi, na prática, o que diziam dos shows dos Beatles, que eram
impossíveis de se ouvir devido à gritaria das fãs. Os gritos no
show do Capital Inicial não cessaram um segundo sequer! Histeria
total e absoluta.
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