Em menos de dois meses teremos eleições de suma importância
para o país, e a maioria dos cidadãos brasileiros, provavelmente incluindo
você, não sabe a data do primeiro turno e nem os cargos.
Primeiro turno em 5 de outubro. Segundo turno em 26 de
outubro.
Vamos eleger Presidente, Senadores, Governadores, Deputados
Federais e Estaduais. Ou seja, é a chance que temos de passar o rapa em
Brasília.
É o momento certo de tirar todo mundo que está lá e colocar
gente nova, que nunca se elegeu, que não tem vícios políticos e que não fazem
da política sua vida e profissão.
Passar o rodo no Congresso Nacional e colocar lá gente que
irá cumprir o primeiro mandato.
Ok, não é fácil achar um candidato que realmente nos
represente, mas ao menos temos a chance de tirar de Brasília toda àquela gente
que está lá há décadas, que há tempos já fez da Capital seu escritório de
negócios. Existem pessoas de bem.
Até porque não adianta colocar meia dúzia de pessoas boas no
meio de tanto lobo mau. Então vamos tirar todos, mesmo tendo que sacrificar
alguns bons.
Há quem diga que isso é impossível, mas eu resisto em
acreditar na renovação total.
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Em 25 de abril de 1984 eu estava em frente ao Congresso
pedindo Diretas Já! Foi o dia da votação da Emenda Constitucional Dante de
Oliveira, que pedia eleições pelo voto popular. A proposta foi rejeitada mesmo
tendo 84% dos brasileiros a favor.
Estávamos lá focados nessa ideia, e assim como todo mundo,
acreditando na aprovação. Todos queriam chutar os militares. Era coisa séria!
1984 |
Desde que as recentes manifestações começaram, em 2013, vi
aquilo um tanto ressabiado. Não demorou muito e virou bagunça. As manifestações
de 1992 aqui em SP, pedindo o impeachment de Collor, serviram de desculpa pra
muita gente matar aula, tomar cerveja e ficar de azaração. Bem, nem é preciso
dizer muito quando vemos hoje Lindberg Farias.
Até certo momento do país o jovem era engajado, tinha conhecimento
do que acontecia, até porque tudo era proibido, e as proibições atingiam todas
as classes sociais, tanto jovens, quanto adultos.
Parece que, depois de termos conseguido o fim da ditadura e
o fim da censura, houve uma acomodação geral. Sabe a clássica história O Coelho
e a Tartaruga? Nos acomodamos, comemos bola e, literalmente, entregamos o ouro
para o bandido.
Agora estamos fritos. Como disse Marcelo Madureira em um
programa de TV, será preciso gerações para arrumar o que o Lula e PT
estragaram.
Infelizmente a verdade é que a moçada que saiu nessas passeatas,
ao contrário da geração 80, mal sabia o que fazia lá. Não há a preocupação
política no dia a dia, é gente que vai na
onda, com um conhecimento raso do que acontece. Gente que não sabe o que se
passa em Brasília.
Começaram a aparecer grupos organizados, tipo os black blocks,
e tudo ficou um tanto nebuloso. Antes o que víamos era policiais infiltrados
entre quem protestava, agora vemos partidos colocando filiados para fazer
baderna. Assim fica um jogando para o outro a culpa por tudo e nada se resolve.
O que, efetivamente, se resolveu depois das manifestações
que se tornaram badernas e depois comédia?
O que se fez pelo combate a corrupção? Quais leis de
interesse direto da população foram criadas ou aprovadas desde então? O que
vemos em Brasília é a festa da uva continuar, os mensaleiros podendo trabalhar
fora da prisão, tendo regalias na cadeia (alguém duvida disso?), políticos
corruptos no comando do Congresso Nacional... tudo igual.
Não temos sequer uma promessa ou qualquer outra coisa que
nos garanta que haverá diminuição de impostos e melhoria nos serviços públicos.
Mas o pior de tudo é ficar vendo o país se afundar por incompetência
de um partido que quer implantar uma ditadura, ter o controle da imprensa. Pelo
que parece, o PT quer fazer tudo o que os militares faziam. Controle total. Não
gosta assim então some, manja? (quem mesmo se aliou a Collor, Sarney, Calheiros, Maluf e outros? Quem???)
Em relação a essas pessoas dessa geração que acham que estão
à frente de uma luta popular, acho estranho que se dizem parte de uma
organização anarquista, porque aí vira stand up comedy. Realmente não dá pra
levar a sério.
As gerações que surgiram a partir do impeachment até aqui
estão completamente alienadas do que acontece na política, não sabem o quanto é
preciso fazer reformas trabalhista, tributária e política. Por isso mesmo virou
uma luta por nada. Uma coisa muito legal aconteceu no país, mas não foi devidamente
aproveitada, porque não tinha um objetivo. Começou por causa do aumento nas
tarifas de ônibus e depois ninguém sabe dizer.
Essa geração não viveu o inferno do militarismo e hoje sequer sabe como era ruim não poder falar, votar, se expressar. É uma geração que só está preocupada com a balada do próximo final de semana, com o dinheiro da cerveja. Não que eu não goste de uma birita e uma boa festinha, mas minha vida não é pautada só por isso.
É uma geração que fala em voto nulo ou branco sem saber da importância do voto, que esse pode e deve ser o maior protesto que nós cidadãos devemos fazer. A ignorância impera! A falta de leitura e informação impera!
Estamos perdidos não só pelos parlamentares corruptos, egoistas e incompetentes que temos, mas também pela população ignorante e que, pior, faz questão de se manter ignorante.
Essa geração não viveu o inferno do militarismo e hoje sequer sabe como era ruim não poder falar, votar, se expressar. É uma geração que só está preocupada com a balada do próximo final de semana, com o dinheiro da cerveja. Não que eu não goste de uma birita e uma boa festinha, mas minha vida não é pautada só por isso.
É uma geração que fala em voto nulo ou branco sem saber da importância do voto, que esse pode e deve ser o maior protesto que nós cidadãos devemos fazer. A ignorância impera! A falta de leitura e informação impera!
Estamos perdidos não só pelos parlamentares corruptos, egoistas e incompetentes que temos, mas também pela população ignorante e que, pior, faz questão de se manter ignorante.
Nem pra fazer manifestações o país está preparado. É uma
combinação que junta o fato de não termos uma oposição séria com uma população
completamente alienada.
Eu lutei pelo voto direto e não abro mão disso.
O que temos a fazer agora é escolher com muita atenção os candidatos,
mesmo se for preciso gastar um tempo. Procurar gente séria, para ir à Brasília
fazer o que já tinha que ter sido feito desde que os militares foram embora.
Precisamos de gente de coragem, porque é preciso mexer com
gente muito poderosa para colocar esse país em ordem. Tirar o país, de uma vez
por todas, das mãos de malandros.
PS: A foto do Congresso Nacional fiz no dia da manifestação em abril de 1984.
2 comentários:
São os famosos rebeldes de "boutique", esses a quem vc se refere...levanta-se contra sabe-se lá o que, de forma muitas vezes violenta, mas sem objetivo definido. Mostram-se alienados, já por absoluto desinteresse, já por preguiça intelectual ou por comodismo. Difícil que seja de outra forma num país onde a figura política mais influente é um ex "operário" que costuma jactar-se de nunca ter lido um livro até o final e onde jovens passam diariamente 6 horas diante do "deus" FACEBOOK....
*levantam-se
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