7 de janeiro de 2021

Flashes

Jornalismo Esportivo

Antes de tudo quero aqui registrar que tenho muitos amigos jornalistas que trabalham com o futebol. Inclusive alguns são velhos amigos. Também quero lembrar que em todo caso há exceções.

Aqui no Brasil o jornalista que fala de futebol é conhecido como ‘jornalista esportivo’. Um grande erro. Um jornalista que fala de futebol deveria ser ‘jornalista futebolístico’. É feio e nada sonoro, mas seria o certo.

Hoje como há muitos programas e canais de esporte, seja em emissoras abertas ou a cabo, em rádios, canais independentes e mais um monte de outros formatos de distribuição de conteúdo, há uma demanda muito pesada por esses profissionais que falam de futebol e isso comprometeu a qualidade da informação. 

Até a chegada da TV a cabo, era basicamente Bandeirantes e Globo que transmitiam futebol, e as rádios. Nos 90 veio a TV por assinatura e nos 2000 uma enxurrada de outras mídias. 

O problema disso tudo é que a qualidade dos profissionais foi pro chulé. Hoje tem zilhões de programas, mas 2 ou 3 são bons.

Em alguns, os comentários são absurdamente rasos que poderiam ser feitos por qualquer cunhado, primo, sogro ou vizinho.  Há programas com quadros idiotas como ‘palpite da rodada’. Não me interessa saber se o jornalista José acha se o jogo vai ser 2x1 ou 3x0. Palpite de placar posso perguntar pra minha filha!

Hoje ser jornalista futebolístico é fácil, é empurrar bêbado em ladeira, amassar pipoca. 

Dá pra ver. É nítido. Não dá pra enganar. São poucos os que estudam, conhecem os times, as características, as maneiras de jogar, os trabalhos de base. Fica até feio porque hoje é muito fácil adquirir conhecimento, e saber o que se passa em outros países, etc..

Hoje dá pra saber sobre o campeonato húngaro ou árabe. É fácil saber quais são os jogadores dos times pelo mundo. Há sites oficiais, plataformas de vídeo, todos os jornais estão na internet, escalações, etc.

Ficar 15 minutos discutindo se foi ou não pênalti, é muito chato! Fora isso, o jornalista futebolístico tem um vocabulário pobre e, cada um no seu universo, é muito parecido com jogador de futebol que sempre fala a mesma coisa com as mesmas palavras. Puro clichê.

Mas o que acontece é vermos um monte de marmanjo falando besteiras sem qualquer profundidade. O futebol brasileiro piorou muito dos anos 80 pra cá, e com o jornalismo que o cobre aconteceu a mesma coisa.

Termino esse assunto lembrando que há milhares de abismos entre o jornalismo esportivo e o jornalismo futebolístico.

 

Vícios de Linguagem

Sobre esse assunto escrevi um artigo no LinkedIn. Sempre digo e aqui repito: pra saber se a pessoa tem o costume da leitura bastam 5 minutos de conversa.

A forma como você fala diz muito sobre seus costumes com textos. Há dois pontos no texto acima que servem para esse tópico: 1 – não tem como enganar; 2 – também tem a ver com o fato de canais de conteúdo terem se quintuplicado!

Antigamente era só TV e rádio. Hoje há podcast, plataformas de vídeo e diversas redes sociais que permitem postagem e transmissão de vídeo.

Hoje, mais do que nunca, saber falar e escrever virou uma arte, e cada vez mais rara. Nesses tempos de tecnologia, muitas coisas perderam valor, a fala e escrita são algumas delas. Claro que as políticas educacionais no Brasil só pioraram de Sarney pra cá, até o Governo de 2002 a 2018 conseguir estragar tudo de vez.

Seja no Instagram, Facebook, Twitter, YouTube ou qualquer outro canal, mesmo os textos curtos e vídeos pequenos entregam a falta de conhecimento sobre texto.

Pior ainda é ver esses erros e vícios em jornalistas que trabalham em canais oficiais e de relevância. Seja grupo Globo, grupo Bandeirantes, grupo Record, Jovem Pan e canais independentes.

Vícios grotescos, erros grotescos chegam a dar vergonha alheia, inclusive em horário nobre.

Não quero me aprofundar muito porque perigas de virar um novo artigo. Quero, com esse tópico, só mesmo lembrar que ler é importante não só pelo conhecimento que se adquire, mas porque é a academia de ginástica do cérebro, que também precisa se exercitar. Pode parecer ironia, mas não é: o cérebro precisa de exercícios e a leitura é o principal deles.

É feio ver apresentadores (ancoras ou não), comentaristas, etc construirem frases erradas, sem saber diversificar os termos, fazer uso excessivo de gírias.

O verbo "acabar" hoje é o trampolim para o gerúndio, e jornalistas/apresentadores/comentaristas abusam dele! As auto perguntas são horríveis - quando o comentarista ou repórter ou convidado no meio de um raciocínio se pergunta, por exemplo, 'porquê?', 'por que acontece isso?', etc. A auto pergunta é algo absolutamente dispensável! Palavras como "ali", "né", "enfim", "de que" são recorrentes e usadas de forma errada. Comer a letra 'i' em palavras que terminam em 'eiro' ou 'eira' é normal, assim como falar "própio" (sic). Pode reparar o número de apresentadores e jornalistas que falam, por exemplo, "hoje é sexta-FÊRA!"

A leitura te dá muito mais do que o enriquecimento do vocabulário, principalmente hoje em dia. Uma recente pesquisa mostrou que o brasileiro lê menos de um livro por ano! Parece inacreditável, mas é verdade! Então se você quer destaque na profissão, na carreira acadêmica, na vida social, então aí está uma das ferramentas que te darão esse destaque. Mais leitura é mais conhecimento em tudo!


Aborto

Em 31 de dezembro de 2020 publiquei um texto a respeito da vida. Sou contra o aborto (há casos e casos), e fiquei indignado com o que aconteceu na Argentina (assim como me extasiou saber da nova posição da Coreia do Sul).

Mostrei duas imagens: um feto com um mês de gestação e outro com 14 semanas (que é o tempo máximo permitido para o aborto agora pela Argentina). Elas deixam claro que há vida, seja qual for o tempo de gestação. Em meu texto falei que minha filha (hoje com 19 anos) sempre foi minha filha desde o 1º dia de gravidez. No fim disse que apesar de 2020 ter sido um ano de tristes perdas, que eu queria festejar a vida.

Em nenhum momento falei o que a mulher deve ou não fazer com seu corpo. Quem sou eu pra dizer isso!? Porém tenho a minha opinião e dela jamais abrirei mão. Jamais!

Cresci cercado de mulheres e vivi com elas (e ainda vivo) momentos de alegria e de tristeza. Vivi de perto momentos apreensivos relacionados a aborto, estupro, câncer, etc. Pelamordedeus, não me venha com colocações e clichês da esquerda como "lugar de fala" e essas baboseiras sem pé nem cabeça. Tenho asco desse discurso raso.

Pois então, no Instagram 7 pessoas deixaram de me seguir, sendo que uma delas me mandou para “casa do caralho” em letras maiúsculas. Publiquei também no Facebook (rede a qual posto mais sobre cultura pop) e também lá uma pessoa comentou que minha postagem era uma bosta e que ia deixar de me seguir (realmente deixou, mas em seguida pediu amizade novamente e desistiu do pedido minutos depois rsrs).

Estudo a Doutrina Espírita desde 2003 e essa publicação serviu também pra ver o quanto o mundo ainda está cheio de gente maldosa. Por que me desrespeitar por estar festejando a vida ou simplesmente por ter opinião contrária a sua?

Aborto é o assunto aqui, mas através dele quero aqui falar sobre a maldade que impera no mundo.

Hoje vemos a imprensa mentir e criar notícias de acordo com seus interesses, e de interesses de quem a banca. No caso do Brasil ficou escancarado o quanto os Governos passados compravam empresas de comunicação como Globo e Bandeirantes com dinheiro disfarçado de ‘verbas públicas de publicidade’. Algo como "Me paga que eu falo bem de você e me calo diante de algo ruim."

Triste ver um STF aparelhado e cheio de pessoas incompetentes e corruptas a ponto de distorcer e ignorar nossa Constituição. Triste ver que no Congresso ainda há gente do mal que quer o pior pra população, que obstrui pautas que beneficiam o brasileiro pagador de imposto apenas para não deixar que o Governo ganhe o reconhecimento por algo bem feito.

Como não votar a favor de um projeto que dará saneamento básico e água para quem nunca o teve? Como votar em aumento de salário próprio em um período de crise? Como ter tantos benefícios trabalhistas em desacordo com a realidade do país? Por que ter fundo eleitoral de cifras irreais para a realidade brasileira? Por que ser contra um Governo enxuto, sem estatais obsoletas? Qualquer minhoca sabe que o fruto da corrupção está nas estatais!

Ver garotas na Argentina comemorando o fato de poder matar um ser vivo na barriga é algo perverso demais! É muita maldade! O pior é ver que há gente que pensa e torce para que as coisas ruins prevaleçam. É um show de horror. Muito triste.

Estamos perdidos, e merecíamos algo bem pior e sério que a COVID-19. Deixemos o mundo para os bichos. Eles merecem!

 

Música

Sobre música volta e meia escrevo aqui no blog e não poderia deixá-la de fora dessa coletânea de assuntos diversos.

Vejo artistas lançando seus álbuns, suas músicas, apresentações ao vivo, videoclipes e conteúdos assim. Vejo essas coisas e me pergunto: pra quê?

A música perdeu a importância que tinha até meados dos anos 90. Depois disso acabou! Claro que surgiram alguns bons nomes aqui e ali, mas são raros. Um Strokes aqui e Alabama Shakes ali, uma Tulipa Ruiz aqui e..... só! Hahaha

É cada vez mais difícil alguém conseguir hoje fazer música que tenha alguma relevância. Algumas grandes gravadoras ainda insistem em lançar, de vez em quando, um ou outro artista e dar um banho de marketing nele. É o caso, por exemplo, de Lady Gaga e outros do pop meloso.

Aqui onde moro (por enquanto) a configuração mudou e meus novos vizinhos só escutam funk e pagode do pior, feitos com letras esdrúxulas, rimas pobres, melodias pavorosas.

Tudo de bom que se poderia fazer já foi feito. Todos os acordes, as misturas sonoras, as letras, ritmos, efeitos... tudo foi feito! Nesse mercado fonográfico não entendo essa necessidade de sempre querer descobrir o novo genial, o novo Beatles, o novo norte. Isso não vai mais acontecer, e já faz anos que isso já não acontece!

Pior de tudo, e tão pior que até me faz rir, é ver que há no Brasil uma nova geração de grupos que fazem música com letra em inglês, assim como era bem no início dos anos 90. É aquele negócio: sempre tem alguém que consegue piorar o que já está ruim.

Pra mim é só a constatação do quão inútil se tornou fazer música autoral. E essa falta de bons nomes no Brasil tem a ver com o tópico sobre leitura e conhecimento, além da preguiça em ir atrás de influencias que vão além de Oasis, Nirvana e Caetano Veloso.


Importância exagerada

Pra fechar essa longa publicação quero falar sobre outro fenômeno que é causado pelo excesso de canais de conteúdo, que é exatamente a publicação de qualquer coisa.

Nos anos 90 surgiu um fenômeno no Brasil até então pouco explorado: a fofoca no mundo das celebridades. Isso sempre houve aos montes nos EUA e Europa, mas aqui se restringia a revistas de televisão como Contigo, Amiga Manchete e Fatos e Fotos. Mesmo assim não era nada invasivo.

A revista Caras fez esse mercado explodir. Daí surgiram outras revistas com o mesmo editorial, e as de televisão que existiam tiveram que ampliar e mudar suas pautas. Logo na sequência houve o boom da internet e os sites ficaram desesperados por conteúdo, e fofoca de famosos é algo que se faz fácil e vende fácil.

O mundo seguiu, teve a Casa dos Artistas e depois o boom das redes sociais com Orkut, blogs e o início de um diversificado jornalismo independente. Hoje são inúmeras as plataformas de texto, vídeo, música, conversa, etc.

Existe uma diferença abissal entre um profissional que faz o que outro faria caso estivesse em seu lugar e um profissional que faz seu conteúdo autoral com assinatura própria.

Dito isso chego onde quero chegar a respeito da ‘importância exagerada’: A mídia dá importância excessiva para pessoas públicas como apresentadores, âncoras, comentaristas, narradores, etc.

É uma tristeza ver a importância que a mídia dá a figuras como Felipe Neto e Anitta, e até mesmo para pessoas como Willian Bonner, César Tralli e qualquer ator ou atriz que faça apenas um bico em Malhação.

O medo da falta de conteúdo provoca a produção de conteúdo de péssima qualidade.

Mas a falta de conteúdos relevantes é também culpa do próprio profissional da mídia, seja ele chefe ou redator.

Tem muita mídia por aí que sabe disfarçar bem, mas se você for ver no fundo muitas delas não “descobrem” a notícia, mas sim apenas a repercute. A mídia está como a geração internet: espera tudo cair no colo, mesmo tendo tudo ao alcance das mãos.

Os profissionais de conteúdo, seja a área que for, estão acomodados e para enganar do chefe ao público, eles tornam gigantes notícias que não são nada relevantes.

Poucos, mas bem poucos são aqueles profissionais que ainda saem pra rua pra ir atrás do que está acontecendo. Seja qual for a editoria, estão todas iguais.

Hoje nunca foi tão fácil ir atrás da notícia, ir em busca de conteúdos relevantes, mas ao mesmo tempo nunca teve uma geração de profissionais tão preguiçosa!

Na virada dos anos 2000 falava-se muito sobre a próxima geração que cresceria mais experta que as anteriores, mas hoje se vê que foi um ledo engano. Posso falar até de profissionais da minha área de vídeo, mas aqui quero me ater à mídia que está em todos os canais de comunicação.

O resultado dessa preguiça se reflete nesse universo da fofoca que, como na música, está cada vez mais sem ídolos consistentes.

Todo mundo fala de Neymar, que já é um adulto e veterano do futebol e te pergunto: você já viu, ouviu ou leu uma entrevista séria com ele? Você sabe o que ele pensa da vida, do futuro e de qualquer outro assunto que não seja sobre seu universo e o dos “parça”?

Faço o mesmo questionamento sobre outros artistas, funkeiros(as), pagodeiros, ex-BBB, ex-Fazenda ou ex-De Férias com o Ex e outras celebridades bobas. Celebridades como Luciana Gimenez e Adriana Galisteu, o apresentador da Globonews ou CNN, o que essas pessoas acrescentam na vida?

E a própria mídia, como falei acima, alimenta notícias que são nada sobre pessoas vazias. Por exemplo, o que muda na vida saber se a Galisteu não tem mais o programa ou se vai mudar de emissora ou o que ela pensa do atual Governo?

Hoje vivemos com redes sociais por todos os lados, então normal você ver 500 postagens com imagens da pessoa que morreu com todo mundo querendo ganhar “curtidas”, mesmo que essa pessoa seja o primo do vizinho do cunhado do amigo de infância do tio do irmão do ex-colega de classe da prima do Michael Jackson.

Esse culto ao vazio ajuda a estragar o mundo.

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