7 de abril de 2012

A Morte do Futebol!

Há anos não escrevo aqui sobre futebol, então me sinto a vontade até para me repetir (não reli os textos antigos). A última vez que fui ver uma partida de futebol no estádio, foi na (mais do que) fracassada Copa João Havelange, a qual – digamos a verdade, foi ganha pelo São Caetano. Quando foi isso? 1999? Então já são 13 anos que não dou um tostão do meu suado dinheiro para os cartolas da bola.

Sou palmeirense, tenho muitos amigos no jornalismo esportivo, inclusive apresentadores, colunistas e participantes desses programas de debate futebolístico nas TVs aberta e a cabo, e faço questão de não dar um centavo para qualquer time ou seleção. Não uso camisa do time e não consumo os produtos anunciados nas transmissões, principalmente esses que tem acordos eternos com a CBF (como diz Juca Kfouri, Casa Bandida do Futebol).

A Copa no Brasil é uma clara ação para apenas uma dúzia de corruptos milionários ficarem mais milionários (haja caixão pra tanto dinheiro!). Os times estão falidos, vivem de aparência. Eu, pobre coitado trabalhador, se entro no SPC por 10 reais, passo a ser visto como bandido. Me pergunto como um time com dívidas que somam centenas de milhões de reais, pode continuar a exercer as atividades, e pior, conseguem empréstimos de milhões para contratar até mesmo jogadores de qualidade duvidosa.

O futebol me perdeu e, assim como eu, muitos amigos e amigos dos amigos também deixaram de ir aos estádios. Pra quê? Se para comprar ingresso você sofre, para ir ao estádio sofre, entrar no estádio sofre, para consumir alimento durante o jogo sofre e para ir embora sofre. Dá pra entender? Eu vejo estádio cheio pela televisão e minha cabeça entra em parafuso. Até entendo quando o jogo acontece no interior, mas nas capitais não entendo mesmo. Aliás, me parece que nem mais o interior está engolindo os fracos confrontos, já que nessas últimas rodadas do Paulista os estádios estão vazios, com menos de 10 mil pagantes.

Você vai a um jogo de futebol sem saber se vai voltar vivo para casa. Torcedores morrem e brigam no meio da rua e as pessoas vão ao estádio! Lembro de um amigo, que trabalhou anos na Record como repórter, me relatando o que aconteceu naquele jogo do Pacaembu em que o Corinthians foi eliminado da Libertadores. Em determinado momento, ele pai e eu também, estávamos os dois chorando, por conta do sofrimento das crianças assustadas. Era jogo de uma torcida só, momento perfeito para levar família no estádio, certo? Nada disso.

Os clubes dão respaldo para as torcidas organizadas, tendo uma relação próxima, favorecendo-as em relação a ingressos, logística, transporte. Essas mesmas torcidas que xingam e ameaçam jogadores, técnicos e cartolas. Marcam briga, não respeitam lugar marcado e até matam pessoas! Agora pergunto: o que os clubes fazem por torcedores como eu, trabalhador normal, que ama futebol, que não quer brigar, que gostaria de levar a família para o estádio (é um momento lindo, não é?), que simplesmente quer participar mais ativamente, mas sem fazer dessa participação uma batalha?

Os responsáveis pelo futebol só querem cifras, acordos com patrocinadores (que se fingem de mortos), e esquecem o que realmente importa. A CBF não cuida dos estádios, não cuida do calendário, não cuida de nada além da seleção, e como o exemplo vem de cima, as federações estaduais são tão podres quanto a Confederação.

Sou sócio do Palmeiras, frequento o clube social, nado toda semana, e se engana quem pensa que nele sócios são apenas torcedores. Nada disso. No clube social tem muita gente que nem gosta de futebol, e mais, há sócios que torcem para outros times. Normal.

Futebol não é para se matar. Não existe razão para transformar um jogo de futebol em guerra. Pra mim, não faz a menor diferença se meu time ganhou ou perdeu, já que o dia seguinte pra mim continua igual.

Dane-se os cambistas, dane-se os acordos comerciais, dane-se os clubes, dane-se jogo as 22h, dane-se o cachorro quente que é frio e caro, dane-se que jogo de futebol não se paga. Azar de quem vai aos estádios, azar da Copa do Mundo ser no Brasil.

O futebol na minha vida já é supérfluo, desorganizado dessa forma então...

PS: Alguém acredita na CBF ou em Mano Menezes?

2 comentários:

Erick Blur disse...

Fala Mr. Marchetti!

Olha!
Concordo com tudo que você falou, é inadmissível que até ontem, as organizações de futebol não estavam nem um pouco interessadas no desenvolvimento do esporte, e agora com a Copa sendo realizada aqui na área deles, esbanjam luxo e verbas de "vai saber Deus" da onde, apenas para manter aparências, que aliás, nem isso conseguem...

Já faz anos que a decadência esportiva assola o Brasil, mas é um círculo fechado cujo o único interesse é obter lucros e lucros, como bem você disse.

Eu quero muito que o Brasil perca essa Copa, e eu não sou desses que fica gritando numa hora que é brasileiro com muito orgulho e com muito amor, e depois sai malhando todo mundo... Coerência, esta faltando muito por aqui...
Haja paciência!

Belo post mestre...!
Abração!

Paulo Marchetti disse...

Grande Erick. Peleh e Zico sao mestres, nao eu.
Valeu velho!
abraço