Eis um drama antigo e que parece não ter solução: a forma com que o público consumidor de grandes shows em São Paulo é tratado.
Nas últimas semanas, São Paulo recebeu duas bandas de ponta – Iron Maiden e Radiohead. Mais uma vez (ou melhor, mais duas vezes), nós, fãs, fomos forçados a sentir na pele o paradoxo do Prazer e da Dor. O prazer, representado dignamente - com toda força e poder - pela música e estilo de ambos, fazendo ao vivo espetáculos absolutamente históricos. A dor, pelo descaso que a grande maioria dos presentes teve que passar – antes, durante e depois dos eventos. Sei que esse assunto já foi amplamente tratado pela mídia, mas ainda assim entendo seja legal insistir mais um pouco com o tema, para simplesmente relembrarmos a delícia que é ter nossos ídolos tocando aqui, ou mesmo para assimilarmos o “porre” que orbita o universo destes concertos.
Iron Maiden. Impossível tentar descrever o que é assistir um show dessa que é (de longe) a maior banda de heavy metal do mundo, ainda mais em tour comemorativa de seus melhores álbuns; Muito bacana fazer parte do maior público da história deles em shows privados (e olha que estamos falando de uma carreira de 30 anos word-wide); Parafernália de cenários e luzes igualmente impecáveis; O som também estava bom, mas poderia ser melhor...Interlagos por fora: é longe pra burro, não há transporte coletivo para absorver 60 mil pessoas, nem planejamento para escoar o trânsito gerado, tampouco estacionamentos decentes e a preços compatíveis...
Interlagos por dentro: acesso único, o que por pouco não se tornou A catástrofe (tanto na entrada quanto na saída), um lamaçal de fazer inveja à Woodstock, filas imensas para o bar e banheiros nojentos; Eu estava na dita Área Premium (R$350), mas posso afirmar que o público da ‘geral’ ficou melhor (sic) acomodado; E, prevendo o caos que seria a saída ao final do show, me mandei antes de acabar, o que, convenhamos, é lamentável, mas assim me safei de uma dor maior...
Radiohead. Eu já imaginava que também seria um grande show, pois esses ingleses esquisitos tem lançados pelo menos três álbuns impecáveis (The Bends, Ok Computer e In Rainbows), fazem um som intenso permeado de letras densas e são idolatrados pelo mundo afora; Páreo duro para seus compatriotas do metal, porque o que eles trouxeram em termos visuais foi de arrepiar do começo ao fim; E o som - ah!!! o som - nunca ouvi nada tão alto, nítido e puro na minha jornada de anos e anos ‘ao vivo’...
Chácara do Jockey por fora: bem similar a Interlagos, ou seja, deficiente em tudo (distância, acessos, infra-estrutura...); Chácara do Jockey por dentro: choveu menos e a grama até que suportou bem, mas de resto foi um déjà vu, com bares lotados e banheiros sujos.
Mas, se formos comparar os dois shows em termos de organização (até porque gosto musical não se discute) o Radiohead levou a melhor em minha modesta opinião, pois apesar de tudo, a chácara é mais agradável que o autódromo, o preço do ingresso era mais barato (não havia área vip, por exigência da banda), a qualidade do som foi infinitamente superior e – aí vai a provocação: ter o Kraftwerk como special guest é melhor do que a Lauren Harris, né?
2 comentários:
Dá uma olhada aqui:
http://setedoses.blogspot.com/2008_09_01_archive.html
abs
BOA EDU...O IRON MAIDEN,OU SEUS ORGANIZADORES,CAGARAM NA KBÇA DO FÃ,A BANDA POR NÃO ACESSO A ESSES PROBLEMAS E,! VER QUE TUDO PODERIA SER RESOLVIDO
C/ A VOLTA DELES AO PALCO!
A ORGANIZAÇÃO...AGORA QUEM VAI CAGAR PRA ELES SOU EU!
BELO TEXTO!
RADIOHEAD NÃO FUI,NEM ME FALA!
ABRAXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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