Quer adquirir o livro? É simples e comodo. É só clicar aqui ou fazer o pedido em uma livraria perto de sua casa:
_________________________________________________________________
24/04/2018
COMPRE SEU EXEMPLAR OU DÊ DE PRESENTE!
PEÇA PELO E-MAIL odiariodaturma7686@gmail.com RESTAM POUCOS EXEMPLARES, NÃO HAVERÁ NOVA TIRAGEM E DESDE JÁ É ITEM DE COLECIONADOR!
ESCREVA PARA: odiariodaturma7686@gmail.com
_________________________________________________________________
Capítulo
ABORTO ELÉTRICO
Dinho Ouro
Preto - Com 16 anos eu achava o Aborto Elétrico a maior banda do mundo. Eu
curtia mais escutar as fitas do Aborto do que Ramones, Pistols ou Clash. Por
incrível que pareça, minha banda favorita era aquela ali da esquina. Foi a 1ª
vez que ouvi aquele tipo de rock em português. Mas era muito mais pelo Renato, por
que era impressionante. Eu admirava o Aborto e, quando moleque, você costuma se
imaginar em sua banda favorita e eu me imaginava no Aborto. Era uma coisa de
adolescente, fantasiosa, tipo quando você coloca um som e fica na frente do
espelho com a raquete de tênis pensando que está tocando guitarra. Era assim. O
Aborto era uma banda maravilhosa que eu amava e amo.
Flávio Lemos - Nós tocávamos
no porão do Cafofo para os amigos. Tocávamos na rua pra quem quisesse parar e
ver. Tinha gente que parava, via 12 segundos e ia embora. Pronto. Era isso. E
fazíamos isso com essas canções que você ouve hoje em dia numa boa e muitas
delas viraram sucesso depois...
Capítulo
CAPITAL INICIAL
Loro Jones – A Heloísa estudava com o Fê,
na UNB, mas não era da Turma. Aí, um dia ele apareceu no ensaio dizendo que
tinha conhecido uma menina que tocava guitarra, era canhota e cantava – mas ela
não cantava nada e também não tocava nada, só era canhota. Um dos shows que
fizemos com ela foi no Iate Clube. Ela era filha de militar e seu pai não
queria que ela tocasse com a gente. Quando ela saiu da banda, falou pro pai que
tinha que pegar o equipamento na casa do Fê. Ele mandou uma escolta do exército
lá. Eles chegaram e perguntaram onde estava o “begue” (gíria para
amplificador). Quando nós entregamos o “begue” e eles não acreditaram, porque
pensavam que se tratava de uma pessoa. Eles saíram de lá putos.
Capítulo PLEBE RUDE
Herbert Vianna – Uma vez eu e Bi
fomos assistir um ensaio da Plebe Rude. Nesse ensaio, escrevemos uma letra que
entrou no nosso primeiro disco. Eu fui usar o equipamento do Philippe, que era
110 V, e liguei numa tomada de 220 V. Queimou tudo. O Philippe nunca me
perdoou.
Philippe Seabra – Rolavam muitas
jams na sala de ensaio. O Herbert foi uma vez para o Rádio Center, e a primeira
vez que o vimos foi na sala de ensaio numero 2090, que dividíamos com a Legião
e o XXX. Ele ficou sentado no canto, sem dar muita bola para a galera. Não nos
incomodamos porque ele era daquela “banda chata do Rio”, e era amigo dos
figurantes (o pessoal da 104 Sul). Depois que saímos fora, ele ficou tocando e
usou um pedal meu. Ligou, acidentalmente, na tomada sem transformador, mas não
falou nada. Quando cheguei para ensaiar num outro dia, meu pedal não estava
funcionando.
Capítulo LEGIÃO URBANA
Iko Ouro Preto – Inicialmente, a
Legião tinha um guitarrista que era muito bom, mas ele era metaleiro demais, fazia
solos intermináveis (Paraná). Esse não era bem o estilo que o Renato estava
procurando. Ele queria algo mais cru, mais forte, mais moderno. Pouco antes de
montar a Legião, ele havia me convidado pra entrar na banda, mas eu recusei.
Depois, ele me convenceu e eu acabei entrando. A certa altura, o Renato sentiu
que tudo poderia dar certo. O Paralamas tinha lançado disco e as gravadoras
estavam procurando novos talentos. Então, ele quis se mudar para o Rio de
Janeiro. Eu detestava o Rio e resolvi não ir.
Dado – A primeira vez que toquei na Legião foi na casa do
Fê, numa festa que chamamos de “Caro Hernano”. Ele foi a Brasília fazer a
matéria para a Pipoca Moderna. Nesse
dia, tocamos “Ainda é Cedo”. Eu nem sabia tocar. Fiquei fazendo uns barulhos
com a guitarra.
Foi na época
do Festival da ABO que eu entrei, definitivamente, para a Legião Urbana. O Iko
tinha ido para a Espanha e o Bonfá me chamou. Eu também estava pra ir embora –
só faltavam seis meses pra terminar a UNB. Eu ia morar com meu pai na França
mas acabei ficando no Brasil. Foi na casa do Renato que fizemos as primeiras
músicas...
Capítulo FESTAS
Pedro Ribeiro - Rolavam as invasões
nas festas. A galera se apertava nos carros e íamos atrás delas. Aí chegavam um
bando de punks, mas a cidade era pequena, então você sempre encontrava gente
conhecida nessas festas, desde o playboy do clube até o ‘cdf’ do colégio. Aí
chegávamos de mansinho, íamos nos ambientando e, de repente, colocávamos nossas
fitas e saíamos pulando, os donos das festas ficavam putos! Teve outra que um
cara deu uns tiros e todo mundo saiu correndo. Sempre rolavam os ataques à
cozinha, ligações internacionais no telefone da casa, caíamos na piscina, enfim,
tomávamos conta do lugar até sermos expulsos. Tem uma em que fomos expulsos e
juntou umas vinte pessoas na frente da casa e mostramos a bunda para os
convidados.
Babú - Teve uma festa na 307 Norte
que não nos deixaram entrar e nós abrimos as mangueiras de incêndio de todos os
andares e saímos fora.
Num
reveillon eu tive que comprar cocaína pra uma galera, exatamente porque eu não
cheirava, então não haveria o risco de eu dar o "balão" em ninguém.
Aí fui, comprei e voltei pra festa com a coca no bolso da camisa, mas quando
cheguei, tinha acabado de dar meia noite e as pessoas estavam naquela euforia e
me jogaram na piscina, molhou todo o pó.
Capítulo RENATO RUSSO
Adriane - O Renato tinha uma mania esquisita de gravar
as conversas com as pessoas que iam à casa dele. Uma vez eu fui lá com o
Eduardo e mais alguém e o Renato começou a fazer algumas perguntas filosóficas,
parecia que ele estava manipulando a conversa. Eram poucas pessoas que sabiam
disso e, pra elas, ele mostrava algumas das gravações. O dia em que eu o
flagrei gravando nossa conversa, ele se explicou, pediu desculpas e desgravou à
fita na minha frente. Eu fiquei sem reação porque estávamos conversando sobre
coisas íntimas, infância, problemas e outras coisas desse tipo. Foi aí que percebi que ele manipulava as conversas.
Capítulo ROCKONHA
Loro Jones - A primeira Rockonha foi legal,
mas a segunda foi aquela roubada. Antes da festa, a polícia já estava pronta
para invadi-la. Quando fomos, passamos por uma blitz, logo no início da
estrada. Estava todo mundo, eu, Helena, Gutje, Fê, Geruza, o carro estava
lotado, tinha gente até no porta malas. Estávamos todos bebendo dentro do
carro, a maioria era menor de idade, mas mesmo assim passamos pela barreira
policial e nem desconfiamos de armação, algumas pessoas acharam esquisito o
fato deles não nos pararem, mas fomos em frente. Chegando perto, já não dava
pra fugir porque a polícia estava na porta mandando entrar e estacionar. Já
saímos do carro com a mão na cabeça. O sinal para a invasão policial eram aqueles
fogos sinalizadores, o pessoal da festa viu aquilo e achou legal pensando que
fazia parte, de repente, tinha guarda gritando: "Mão na cabeça" e foi
aquele negócio de liberar as coisas ali mesmo no chão. Foi todo mundo de ônibus
para o batalhão de choque de Sobradinho, no caminho ainda tinha gente
dispensando coisa pela janela. Chegando lá, ficou todo mundo em fileira no
pátio do batalhão e os menores foram para um auditório. Eu saí porque sou filho
de militar. Teve um cara que voltou ao local da festa, no dia seguinte, e achou
até narguilé (uma espécie de cachimbo) no chão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário