Uma das idéias deste disco, desde o começo, era a vontade de constranger os diretores de nossa gravadora com coisas na contramão do sucesso do Passo do Lui (1984). Musicalmente e esteticamente. Era preciso deixar de lado a fórmula do que já havíamos feito (se é que ela alguma vez existiu). Se eles queriam mais versões de "Óculos" e "Meu erro", ganharam "Melô do Marineiro" e "Alagados". A capa então: que tal uma foto velha do irmão do Bi fantasiado de índio? Selvagem?
Ainda no final de 1985, estávamos ouvindo opressivamente muito reggae e música afro: King Sunny Ade, Manu Dibango, Fella Kuti, Doctor Alimantado, Yellowman, UB-40, Linton Kwesi Johnson, Sly & Robbie, Aswad, Black Uhuru, Toots and The Maytals, tudo isso misturado com a Bahia de Gil, Gerônimo, Ylê Ayê e o nascente Olodum. Reencontramos o Brasil via Londres-África-Bahia. Este álbum realinhou nossa idéia sobre música. A estética musical e visual da pobreza "low-fi" das ruas de Trenchtown e de Alagados, tão bem enquadradas nos clipes que fizemos na época. Quem poderia acreditar que este seria um dos discos de maior vendagem na nossa carreira?
Ainda no final de 1985, estávamos ouvindo opressivamente muito reggae e música afro: King Sunny Ade, Manu Dibango, Fella Kuti, Doctor Alimantado, Yellowman, UB-40, Linton Kwesi Johnson, Sly & Robbie, Aswad, Black Uhuru, Toots and The Maytals, tudo isso misturado com a Bahia de Gil, Gerônimo, Ylê Ayê e o nascente Olodum. Reencontramos o Brasil via Londres-África-Bahia. Este álbum realinhou nossa idéia sobre música. A estética musical e visual da pobreza "low-fi" das ruas de Trenchtown e de Alagados, tão bem enquadradas nos clipes que fizemos na época. Quem poderia acreditar que este seria um dos discos de maior vendagem na nossa carreira?
João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso
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