26 de novembro de 2014

As Preferidas do Tocador 1

Tem bandas que não saem de meu tocador, e outras que saem e voltam assiduamente. Não tenho carro, então meu tocador é um fiel escudeiro na caminhada, no ônibus, metrô, trem, no trabalho e também à noite. Preciso de músicas que se afinem com todas essas situações.

A noite quando vou sair sem carona, gosto de escutar Dead Kennedys, Husker Du, Madness, Ramones. Coisas mais pesadas, que me deixam mais ligado, esperto, na adrenalina.

Do Dead Kennedys, meu preferido é Plastic Surgery Disasters, que eu babo só de escrever, mas quando vou sair gosto de escutar Frankenchrist. Foi um disco muito aguardado na época, em 1985. Antes dele a banda havia lançado o Plastic em 1982. E escutar esses discos sendo lançamento era demais! Não que saía e a gente já escutava. Levava um bom tempo até alguém ir pra gringa e comprar. Esses dois discos eram muito executados quando íamos para as baladas em Brasília. Fita cassete no carro e rolés, muitos rolés. Todas as músicas são clássicas, difícil citar. Um abre com “Government Flu” e outro com “Soup is a Good Food”. E eram escutados do começo ao fim, várias vezes seguidas. O rock de Brasília deve muito, mas muito, ao DK. No tocador Dead Kennedys tem a discografia toda. Nunca sai.

Isso é até importante dizer: não fico mudando de som o tempo todo, não fico escutando coletânea (só em ocasiões especiais). Costumo escutar o disco todo e, geralmente dessas bandas preferidas, o playlist tem mais de um disco. Costumo sim, algumas vezes fazer coletânea da mesma banda.

Husker Du é outra paixão. New Day Rising, Flip Your Wig, Candy Apple Grey, Warehouse… Apesar de ultra famosa, quase não conheço gente que goste. Até saiu aqui no Brasil o Candy e o Warehouse. Husker Du é para aqueles dias que você sabe que vai ser legal pra cacete! “Standing in The Rain”, “New Day Rising”, “Friend, You’ve Got To Fall”, “Dead Set on Destruction”… são várias. Bob Mould e Grant Hart ficavam disputando quem compunha músicas mais legais e quem se deu bem fui eu kkkkkkk.

Madness é outra que é não só pra balada, mas também pra pré balada. No banho, se trocando. É pra dançar. One Step Beyond e Absolutely podem rolar inteiros em uma festa que está tudo ok. São esses dois que também são permanentes.

The Cure é outra. Só vou trocando os discos, mas está sempre lá. São várias fases, então escuto e troco os discos de acordo com o estado de espírito. São vários meus discos favoritos, então a cada semana tem dois ou três diferentes. Disintegration é recorrente. Ouço muito também o CD1 da caixa Join The Dots e a coletânea de singles Staring at The Sea. Como seus discos são diferentes de acordo com as fases da banda, Cure acaba servindo - ainda bem - para qualquer ocasião. Gosto de Cure em dias nublados, dias de preguiça, dias em que saio de casa ainda com sono. A banda me traz lembranças dos meus 3 cantos: Brasília, Piracicaba e São Paulo. Cure é pra rir ou chorar ou dançar, então é sempre bom ter algo da banda na manga.

Como o Dead Kennedys, a discografia do Pixies é permanente. Doolittle é meu preferido. Foi ele que minha irmã trouxe após uma viagem feita em 1989, logo após seu lançamento. Escutei muito naquela época, e ainda o escuto muito. As misturas de guitarra com violão, o espanhol com inglês, as linhas de baixo. Teve uma fase, no início dos 90, que eu ia para o cursinho a pé com walkman, e Pixies era na ida e na volta. Além de ter os discos em fita, eu tinha uma coletânea que fiz.

Ramones é outra que está sempre lá, mas com troca permanente de discos. Nesse momento em que escrevo esse texto, por exemplo, tem Road to Ruin e Halfway to Sanity. Dois discos completamente diferentes, um de 1978 e outro de 1987, mas que são bastante significativos pra mim. O Halfway eu escutei um dia após ter sido lançado. Um verdadeiro privilégio! A troca de discos também vai de acordo com o estado de espírito. Mas dos anos 80 sempre ponho Too Tough to Die, Animal Boy e Halfway. Do Ramones fico mais a vontade pra falar porque sou praticamente um Ramone kkkkk. Em 1982 eu comprei inacreditáveis edições nacionais do End of the Century e Pleasent Dreams.

Antigamente eu ficava em casa gravando vinis, fazendo coletâneas, fazendo cópias de fita pra fita. Hoje meu barato é ficar escolhendo o que vai pra dentro do tocador, porque gosto de ir trocando o playlist, e o desafio é fazer um que dure por, no mínimo, uma semana.

Aqui citei algumas bandas antigas, falei só de rock, mas tenho também muita coisa nova e mais recente, e que não é necessariamente rock, mas que falarei depois.



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