Tem gente que enche o peito quando fala que já viajou pelo mundo: Praga, Madri, Paris, Amsterdã, Berlim, Barcelona, Londres, Tóquio, Nova York, Sidney. Tem aquelas pessoas que enchem ainda mais o peito quando dizem ter morado em uma dessas cidades, tendo a oportunidade de conhecer melhor os costumes de outros lugares.
Quem esteve lá fala da maravilha do primeiro mundo, da educação, da forma como os europeus pensam, como agem. Voltam para o Brasil tratando o país com desdém. Os comentários sobre tudo sempre vem acompanhados de “porque em Nova York....”, “porque em Londres...”, “porque na Europa....”.
Gostaria muito que o Brasil fosse um país de ruas mais limpas, de pessoas educadas, mas essa não é nossa realidade. Ainda vivemos em tempos arcaicos onde a corte real nega conhecimento ao povo para que ele não conteste suas decisões.
Aqui estou falando das pessoas privilegiadas, que conhecem bem outras culturas; que se não são ricas, ao menos moram em bons bairros, estudaram em colégios particulares, fizeram cursos complementares, tem carros de boa marca, passam um Natal cheio de presentes, enfim...
O incrível é que essas pessoas que se gabam de conhecer o primeiro mundo e seus costumes, são as primeiras a se mostrar sem educação. Na verdade sem educação não, são pessoas de mau caráter mesmo, porque educação elas tiveram, e de boa qualidade (pasmem!), pois passaram a vida estudando em escola e universidade particulares.
É só prestar a atenção para ver qual é o carro que para em cima da faixa de pedestre, ver quem fala ao telefone enquanto dirige, quem costuma levar vantagem na base do “você sabe com quem está falando?”, basta olhar o chão das calçadas dos bairros nobres cheios de coco de cachorro e/ou saquinhos com coco. Sim! O brasileiro rico, fino e europeu leva seu cachorro para passear e quando não pega seu coco, pega mas deixa o saquinho jogado na rua (!?!?!). Educação fina. Sempre imagino a casa dessas pessoas cheirando a bosta e com o couro do sofá melado.
Fino também é o motorista ver que há um monte de gente querendo atravessar uma esquina e sequer para o carro para deixá-las atravassar, mesmo tendo uma faixa de pedestres enorme. O brasileiro rico, fino e europeu faz de tudo para não pegar fila, até mesmo furá-la na cara dura vale. Fazer fila dupla de carros (em escolas particulares!), dirigir alcoolizado, pagar suborno para conseguir vantagens das mais diversas (quem tem dinheiro para pagar suborno, pobre trabalhador?).
O brasileiro rico, fino e europeu tem essa educação exemplar. É só lembrarmos o que aconteceu com o filho da atriz Cissa Guimarães: se quem tivesse morrido não fosse filho de famoso, o pai do culpado teria pago a polícia numa boa e nada teria acontecido.
Brasileiro gosta de opinar sobre tudo, mesmo não tendo conhecimento de nada. Brasileiro não estuda, não lê, tem preguiça de conhecimento e ainda quer opinar sobre tudo! Até mesmo sobre os problemas mundiais.
O mundo está cagando e andando para o Brasil, o país não tem nada de bom a oferecer para o Planeta. Não ajuda em nada, pelo contrário, destrói a rica natureza e biodiversidade que tem.
Brasileiro é arrogante, principalmente o brasileiro rico, fino e europeu. Mora em um país subdesenvolvido, de 3º mundo (ainda com doenças que já foram erradicadas em vários países desde 17896 a.C.), e ainda assim gosta de pensar que está no 1º mundo. Reclama de tudo, mas na hora de fazer a sua parte, tira o cú da reta, porque a culpa é sempre dos outros.
O brasileiro rico, fino e europeu é o que há de mais egoísta na nossa sociedade. O brasileiro rico, fino e europeu é o que elogia os europeus e suas regras, mas que no dia-a-dia vive quebrando regras.
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