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24/04/2018
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Lancei a 2ª edição do O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília pelo selo Pedra na Mão, que pertence a editora e
livraria Briquet de Lemos, em Brasília.
Nessa nova edição há reprodução de duas reportagens sobre o rock de Brasília, ambas de 1983. Uma do Correio Braziliense, que também é a primeira entrevista de Renato Russo; e a outra é do Jornal do Brasil, assinada pelo grande Jamari França.
Edição limitada. Peça por e-mail. R$50,00 (com despesa postal inclusa - território nacional)
Segue trechos de alguns capítulos para degustação.
E para acompanhar a leitura indico:
The Jam - In the City
The Stranglers - Rattus Norvegicus
PIL - First Issue
Buzzcocks - Another Music in a Different Kitchen
The Cure - Japanese Whispers
J
COLINA
Gutje - Rolou um
boato de que tinham chegado à cidade duas meninas punks de Nova York. Por isso,
ficou todo mundo curioso pra saber quem eram, então eu e Loro descemos na
rodoviária e fomos andando até o final da Asa Sul e voltamos, procurando as
meninas. Ficamos lá andando entre as quadras. Aí, voltando, passamos embaixo de
um bloco e ouvimos um punk rock saindo de uma janela, paramos em baixo e
começamos a gritar nome de bandas punks, pois não sabíamos os nomes das
meninas.
Ana Rezende - Fui
morar no Canadá, passei seis meses lá e voltei para Brasília, a Helena
(Rezende) ficou mais tempo fora, em Nova York. Eu voltei em meados de 1979 e a
Helena uns seis meses depois. Eu conheci o pessoal da Turma antes. Quando fui
viajar, não conhecia ninguém, só a Bebel e o Dado, que eu conheço desde
pequena, pois também morei na 104 Sul. Mas nessa época não tinha a Turma,
éramos muito pequenos. Quando me mudei para a 106 Sul, conheci a Chris Brenner,
ela morava no mesmo bloco que eu. A Helena mandava uns discos e umas roupas de
Nova York. Eu e Chris escutávamos esses discos na maior altura. Tem até uma
história de alguém que estava passando embaixo do bloco e escutou a música,
subiu e conheceu a Chris, deu um toque de uma festa que ia rolar e eu fui. Cheguei
à festa e estava tocando o Gutje e o Flávio, era um revezamento, eles deviam
estar tocando covers. Foi nessa festa que eu e a Chris conhecemos o pessoal e a
partir daí começamos a sair com eles.
PLAYBOYS
André Mueller - O Jarrão era outro cara que queria
bater em todos os punks, então nós morríamos de medo dele. Teve um réveillon
que o Philippe empurrou o irmão desse cara na piscina, e tinha caco de vidro
nela. O cara levou uns pontos. Tinha uma brincadeira da Turma que era chegar a
um desconhecido na rua e começar a falar com ele como se fosse um grande
conhecido. Por azar, o Philippe foi fazer essa brincadeira justo com o cara que
ele tinha empurrado, o cara o reconheceu e falou com o Jarrão que falou pra
todo mundo ficar em fila que ele ia bater em todos, aí o Renato falou que ele
tinha que brigar com o sistema, na mesma hora o Jarrão falou: "Teu nome é
Sistema!" e deu uma bordoada no Renato.
CAUBÓIS
C.C - Essa época skinhead, foi uma
época foda, saíamos pra dar porrada mesmo. Éramos muito radicais, tinha umas
pessoas que não gostavam de ficar com a gente, foi uma época que nós só
ouvíamos Dead Kennedys. Adotamos uma postura meio racista, o próprio Negrete
era um cara muito racista, talvez um dos mais racistas. Por várias vezes nós
pegávamos o carro de alguém e íamos lá em cima, no Setor Hoteleiro, e descíamos
andando, passávamos ao lado de um travesti e dávamos porrada, tipo o filme
“Laranja Mecânica”. Escolhíamos bem nossa vítima e, às vezes, até eu ficava
impressionado, parava e via que não sobrava nada. Me lembro uma vez que nós
demos tanta porrada num travesti que ele ficava no ar tomando as bordoadas e
chutes. Alguém veio por trás do cara e deu uma porrada na cabeça, de coturno e
ele começou a cair no chão, mas antes de cair outro veio e deu dois chutes no
cara que ele subiu e mais alguém meteu-lhe um sopapo com um cinto cheio de
prego, aí o travesti caiu no chão, isso estava acontecendo embaixo de um poste.
A porrada na cabeça do travesti foi cena de cinema. Na época do Radicaos, em
1984, eu saia pra brigar, essa foi uma época muito radical.
APARTAMENTO
Pedro
Ribeiro - Moramos eu, Dinho, Dado e Tavo na 213 Sul,
aí quando acabou o contrato, não quiseram renová-lo porque éramos muito
bagunceiros. Lá rolava de tudo. Moravam quatro caras e tinham três quartos e
outro nós fizemos na sala, para o Dado, e o chamávamos de Inferno Azul, porque
era feito com divisória de madeira, pintada de azul. Tinha de tudo, qualquer
pessoa que quisesse cheirar ia pra casa, Renato virou várias noites lá, muita
gente virou noite lá. Virou uma espécie de point. Íamos dormir e ficavam os
caras lá, era tipo uma reunião permanente. Voltava da escola tinha gente, ia
pra escola encontrava gente na sala ou na cozinha, virado. Nunca tiveram
festas, mas era essa zona sempre. O pessoal não tinha o que fazer então ia pra
lá. Depois disso, nos mudamos para a 410 Norte. Aí morava eu e Dinho num prédio
e no prédio ao lado, Dado e Tavo. No final de 1984 eu saí de lá e fui para o
Rio para trabalhar com o Paralamas e o Dinho foi para São Paulo com o Capital
Inicial.
Dinho -
Meu pai é casado com a mãe do Dado e, em 1983, eles foram embora de Brasília e
eu, Dado, Tavo e Pedro fomos morar juntos na 213 Sul. Nessa época eu ensaiava
de manhã, trabalhava a tarde e estudava a noite. Nossos pais davam pouca grana
pra nos ajudar, então tínhamos que nos virar pra pagar o aluguel.
Ficamos
morando lá durante um ano. Foi nessa época que começamos a cheirar cocaína,
muita cocaína. Isso não era legal, pois éramos moleques e ficávamos muito
loucos. A quantidade era muita. Nunca mais vi tanta cocaína como naquela época.
Depois
disso fomos morar em outra quadra e em apartamentos diferentes. Esse não foi um
período muito bom pra nós, ali eu não era muito feliz. Éramos moleques, não
sabíamos o que queríamos de nossas vidas e estávamos sozinhos na cidade, foi
barra!
ROCKONHA
Loro Jones - A primeira Rockonha foi legal, mas
a segunda foi aquela roubada. Antes da festa, a polícia já estava pronta para
invadi-la. Quando fomos, passamos por uma blitz, logo no início da estrada.
Estava todo mundo, eu, Helena, Gutje, Fê, Geruza, o carro estava lotado, tinha
gente até no porta malas. Estávamos todos bebendo dentro do carro, a maioria
era menor de idade, mas mesmo assim passamos pela barreira policial e nem
desconfiamos de armação, algumas pessoas acharam esquisito o fato deles não nos
pararem, mas fomos em frente. Chegando perto, já não dava pra fugir porque a
polícia estava na porta mandando entrar e estacionar. Já saímos do carro com a
mão na cabeça. O sinal para a invasão policial eram aqueles fogos
sinalizadores, o pessoal da festa viu aquilo e achou legal pensando que fazia
parte, de repente, tinha guarda gritando: "Mão na cabeça" e foi
aquele negócio de liberar as coisas ali mesmo no chão. Foi todo mundo de ônibus
para o batalhão de choque de Sobradinho, no caminho ainda tinha gente
dispensando coisa pela janela. Chegando lá, ficou todo mundo em fileira no
pátio do batalhão e os menores foram para um auditório. Eu saí porque sou filho
de militar. Teve um cara que voltou ao local da festa, no dia seguinte, e achou
até narguilé (uma espécie de cachimbo) no chão.
FESTAS
Fê Lemos - Depois da festa que dei na
minha casa, acordei de manhã, na beira do lago, com o sol nascendo. Foi uma
festa estranha porque estava todo mundo disperso, tinha fogueira, rolava Joy
Division. Quando olho pra piscina, vejo a mesa da sala e as cadeiras, montadas
lá dentro. Eu não fiquei puto, mas tive que tirá-las de lá e eram pesadas, nem
lembro como fiz.
Eu cheguei a fazer
uma cópia da chave do carro do meu pai, uma Variant, pra roubá-la e ir procurar
festas. Ia eu, Gutje, Loro, Renato, Flávio e empurrávamos o carro pra fora da
Colina, pra não fazer barulho e só depois eu dava partida. Quando me mudei pro
Lago Norte, era obrigado a passar por quase toda a cidade pra poder chegar em
casa e, por isso, eu dava carona pra todo mundo. Meu carro sempre tinha, no
mínimo, dez pessoas.
Durante um tempo, todas as fitas que
levávamos pras festas, eram gravadas dos meus discos.
RENATO RUSSO
Adriane -
O Renato tinha uma mania esquisita de gravar as conversas com as pessoas que
iam à casa dele. Uma vez eu fui lá com o Eduardo e mais alguém e o Renato
começou a fazer algumas perguntas filosóficas, parecia que ele estava
manipulando a conversa. Eram poucas pessoas que sabiam disso e, pra elas, ele
mostrava algumas das gravações. O dia em que eu o flagrei gravando nossa
conversa, ele se explicou, pediu desculpas e desgravou à fita na minha frente.
Eu fiquei sem reação porque estávamos conversando sobre coisas íntimas,
infância, problemas e outras coisas desse tipo. Foi aí que percebi que ele
manipulava as conversas.
Babú -
Tente perceber uma coisa nas letras do Renato: ele fala o que as pessoas querem
escutar e, pra ter essa percepção, tem que ter informação de outras pessoas em
sua volta, então eu acho, que ele fazia uma espécie de laboratório com essas
gravações.
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24/04/2018
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Capa da 1ª edição lançada em 2001 (fora de catálogo) |
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