Eu recebo muita coisa nova através de e-mail. Links para o site oficial da banda pra escutar o som, link para My Space (tempos atrás), link para SoundCloud, releases, biografias, vídeos no You Tube. Não vou dizer que vejo ou ouço tudo, mas tento ouvir. Faço isso pra saber como andam as coisas, e é só decepção.
Criei o programa Ultrasom, que teve duas temporadas na MTV em 1997 e 1998. Também já falei disso aqui, recebia toneladas de fitas e CDs (nessa época ainda tinha cassete). Dava pra ter uma bela noção do que acontecia no país em relação ao rock e pop. Era super difícil escolher duas bandas em ao menos 300 ouvidas (na verdade, bem mais que isso). Percebo que hoje continua igual.
Quem me conhece ou conhece o blog sabe que não sou desses que ficam falando das novidades, que faz a lista dos melhores do ano, as grandes revelações, blá blá blá.
Pergunto a você amigo(a): há quantos anos você vê nomes sendo exaltados como a grande nova revelação e há quantos anos nada acontece? Quantos artistas ganharam prêmios de revelação do ano e aconteceram de fato?
O que de significante surgiu no cenário rock e pop brasileiro após a geração 90 (Raimundos, Skank, Pata Fú, Planet Hemp, O Rappa, CSNZ, mundo livre s/a, e depois Charlie Brown Jr. e CPM22). Pronto. É uma geração que contribuiu com pelo menos dois discos, que teve músicas nas rádios, clipes na MTV e até chegou na poderosa Globo.
Depois disso não aconteceu nada significativo. Jornalistas especializados volta e meia continuam apontando nomes que podem despontar, e nada! Insistência inútil. A MTV e o Multishow fazem seus prêmios de música porque isso dá um bom retorno financeiro, com publicidade, e não por conta de um cenário efervescente, como o de 1994 a 1998. Não há mais sentido nessas premiações.
Rock não é para brasileiro. O brasileiro gosta mesmo é de pagode, música romântica, forró, axé, essas coisas. O que aconteceu de rock nos anos 1980 e 1990 foi algo isolado, dentro do gueto dos jovens. Os 80 foram cheios de novidades, na música, no cinema, na moda, no comportamento. O contexto era completamente outro. Os 90 também foram consequência de um contexto social e econômico daquele momento. Se não fosse o Real, provavelmente a MTV teria acabado ainda nos 90 e essa geração 90 não teria acontecido da forma como aconteceu.
Antes dessas duas gerações, o que teve de rock e pop no Brasil, e que invadiu a mídia da mesma forma, foi apenas na década de 60, com a jovem guarda. Nos 70, apesar de ter muitas bandas incríveis, discos que são clássicos absolutos, festivais (fracassados ou não), shows, lançamentos, o rock não chegou ao grande público, não foi para a televisão ou rádio. Ainda assim (que me perdoem os fãs, mas sendo realista) a geração 60 foi moda que não teve força para passar a década.
Não sei o motivo, mas percebi que ao mesmo tempo um monte de gente resolveu falar sobre a ausência do rock na grande mídia. Muitas pessoas reclamando da falta de atenção e apoio. Mas, sendo realista novamente, o que fazer se não há nada de bom sendo feito? Recentemente teve essa turma da "nova MPB" que surgiu tocando em diversos lugares de SP, sendo exaltada pela mídia - que deu uma força legal, eram vários nomes, parecendo uma turma mesmo. E o que aconteceu? Quem dessa turma despontou pra valer, que tem agenda cheia, cachê alto, toca nas rádios, nas TVs, com músicas super conhecidas pelo grande público? Na verdade ninguém (gosto demais da Tulipa). Imagine então com o rock!
Para fazer rock brasileiro é preciso também ter o diferencial do texto. Escrever por escrever qualquer coisa para acompanhar a melodia, então melhor escutar rock internacional. É preciso conteúdo que faça sentido, que tenha uma mensagem, com começo, meio e fim. Na verdade boas letras fazem a diferença para qualquer estilo, tanto para o cantor romântico ou banda pop, quanto para uma banda de hardcore ou cantora de MPB.
Cara, esquece, nada vai acontecer. Não teremos rock nas paradas nacionais nem hoje, nem amanhã. Se você quer fazer um som, se tem uma banda de rock ou pop, então toque por prazer, sem qualquer pretensão de mega blaster sucesso, nem nada disso. Não sonhe em viver de rock. Você nunca vai chegar ao patamar de bandas como Legião, Titãs, Paralamas, Barão, que podiam lotar ginásios e até estádios, e que conseguiram fazer uma obra absolutamente significativa.
Cara, esquece, nada vai acontecer. Não teremos rock nas paradas nacionais nem hoje, nem amanhã. Se você quer fazer um som, se tem uma banda de rock ou pop, então toque por prazer, sem qualquer pretensão de mega blaster sucesso, nem nada disso. Não sonhe em viver de rock. Você nunca vai chegar ao patamar de bandas como Legião, Titãs, Paralamas, Barão, que podiam lotar ginásios e até estádios, e que conseguiram fazer uma obra absolutamente significativa.
É triste isso? Não, não é triste. É natural. O que a nova geração poderia escrever que não foi escrito? Qual som poderia fazer e que ainda não foi feito? É a mesma coisa com outros estilos, como pagode, romântica, funk, mpb, e outros populares. É tudo mais do mesmo. Porém, o brasileiro gosta disso, e não de rock.
Já temos bastante coisa boa que foi feita no passado, falo de obras atemporais. Não existe motivo de se ter ansiedade pelo novo. Tem pra todo mundo e todos os gostos. Se surgir algo fenomenal, ok. Se não surgir, ok também.
Resumindo, pelamordedeus, você que tem mania, pare de reclamar da falta de rock nas paradas, pois não existe nada de bom no front! Aproveite o que já existe de maravilhoso!
Resumindo, pelamordedeus, você que tem mania, pare de reclamar da falta de rock nas paradas, pois não existe nada de bom no front! Aproveite o que já existe de maravilhoso!
Um comentário:
Paulo.
Infelizmente tenho que concordar com você, mesmo porque o nosso país a juventude não é culta e a maioria são bobos alegres, frutos o sistema político, e a minoria não consegue concretizar um grande artista, mas existe espaço...
como você diz tem muita banda ruim mesmo, eles não sabe que, como precisa de um bom guitarrista, baterista, baixista etc; precisa principalmente de um ótimo poeta.
Lex....
Montes Claros MG.
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