6 de novembro de 2012

Baboseiras Sobre Shows Internacionais

A venda de ingressos para os shows de Lady Gaga em países da América do Sul tem sido um fiasco. O motivo? Diversos, mas o que acredito mais é no fato dela não ter vindo quando estava no auge de sua popularidade.

Também tem o fato de Lady Gaga ser produto de marketing, já que sua música não traz nada de novo para o cenário passado, presente e futuro. Usar roupa de bife, pra mim, não significa nada. Ela é novidade efêmera, portanto, deve trabalhar em dobro enquanto ainda está na mídia, para arrancar o máximo de dinheiro possível dos fãs consumidores (os tais Little Monsters, certo?).

Muitos artistas gringos só olham para a América do Sul apenas quando estão em franca decadência, ou sumidos ou reativados. Por que o Stone Temple Pilots só veio ao país agora? Verdade é que muitas delas vem pra cá, acabam gostando e colocando o Brasil e Argentina na rota de shows.

Citei STP, mas são diversos artistas que se aproveitam da baixa na Europa e EUA e começam a olhar outros mercados. Para grande parte desses artistas vir pra cá significa diversão: sexo, drogas & rock’n’roll. Está fora da rota da turnê, por isso muitas vezes a América do Sul fica por último.

Não que isso tudo seja ruim. Pelo contrário, muitas vezes joga a favor. Muitas bandas fizeram grandes shows aqui. Memoráveis para o público e para o artista, exatamente por conta dessa descontração. Eu estava lá no Ibirapuera no memorável show do Metallica, o último da turnê do ...And Justice For All. Na verdade a banda já estava de férias e veio sem cenário e até sem bateria!

Há os artistas corajosos que apostaram no país ainda nos anos 1970 e 1980. Alice Cooper em 1974, Van Halen em 1982, além de Ramones, The Cure, Echo and the Bunnymen, PIL, Big Audio Dynamite e Sting, tudo em 1987.

Mas tem casos, claro, que irritam. Tem artistas que no auge esnobam o Brasil e depois, no aperto, acham ótimo vira pra cá com declarações incríveis como “maravilhoso estar aqui. Os fãs brasileiros são loucos! Faz muito tempo que queria vir pra cá, mas só agora deu certo. Blá blá blá...”

Não engulo também os preços dos ingressos. É um roubo. Última vez que estive em um grande festival foi no Hollywood Rock que rolou Red Hot Chili Peppers (1992?). Morumbi lotado e, no fim, os seguranças foram tirando todos a força. Resultado foi que no túnel de saída com todos esmagados, saí do chão e perdi o controle de mim mesmo por alguns segundos (que pareceram uma eternidade). Foi horrível e prometi nunca mais ir a nenhum show de grande porte. Com ingressos na mão não fui ver Stones no Pacaembú. Depois rolou apenas um Iron Maiden no Palestra Itália e os shows e festivais que fui profissionalmente.

Você paga caro, é difícil comprar, é tratado como gado, estacionamento caro, consumo de tudo é caro, a saída é tumultuada. Ufa! Valorizo meu (suado) dinheiro.

Para apelar agora há promoções para os ingressos de Lady Gaga. Ou seja, é a prova de que os shows poderiam e deveriam ser mais baratos. Uma vez fui convidado para ser o curador de um grande festival de rock brasileiro e vi que a estratégia é estabelecer 100% de lucro já no valor da meia entrada.

O público de Lady Gaga é praticamente formado por adolescentes. Dos 11 para os 13, 12 para os 15 ou dos 13 para os 16 anos, tudo muda. Digo isso porque o primeiro disco de Lady Gaga foi lançado em 2008. 2012 é apenas o 5º ano de carreira dela, porém seu público mudou muito nesses anos. Tenho uma filha pré-adolescente e sei bem o quanto as coisas mudam de um ano para o outro.

Sempre foi assim, mas hoje, por conta da tecnologia, as novidades são cada vez mais instantâneas (que digam os sites de notícias).

Lady Gaga é mais do mesmo. Quanto vale o show?

Que venha a próxima novidade!

2 comentários:

Only Good Song disse...

Eu pago R$ 10 por causa daqueles 5 kgs de carne de segunda (rs)
Eu também não me sujeito a pagar 300 pilas por um show, que por sí já não veleria. Some-se ao dissabor de se ter o carro estragado pelo flanelinha, a carteira e o relógio batido e a cerveja quente.....enfim, há mais contra do que a favor.
Um dos poucos grupos que vieram ao Brasil no auge foi o Queen, na turnê do "The Game" e na esteira de "love of my Life". Até então, era como vc falou: só gente em franca decadência.
[]s
Eu tô acrescentando seu blog na lista dos meus.

Paulo Marchetti disse...

Opa! Bem lembrado o Queen. Valeu a visita e a divulgação!!!
abraço