Quando escrevi ‘Mais do Mesmo 1’ imaginei que fosse o único, e pensei a mesma coisa quando publiquei o ‘Mais do Mesmo 5’. Afinal é mais do mesmo!
Eis aqui eu com meu caderno rabiscando o ‘Mais do Mesmo 6’. Será o último? Já não direi mais “dessa água não beberei”.
Também, de tempos em tempos surge alguma coisa que me inspira a escrever mais do mesmo. Dessa vez foi uma matéria sobre o novo livro do crítico musical Simon Reynolds, onde ele diz que atualmente a cena musical imita o passado recente, dos anos 1990, principalmente. Mas é preciso analisar algumas coisas...
Filosofia gera filosofia...
Se hoje voltarmos para o lançamento de Nevermind, vamos para 20 anos atrás. Mesmo se voltarmos para o 1º do Oasis ou o 1º do Pavement, voltaremos 17 e 19 anos, respectivamente. Passado recente, pra mim, é de 10 anos pra cá e olha lá!
A geração de hoje que tem 20 anos, nasceu com o Nevermind. Com 15 anos, em 1985, eu estava no Filhos de Mengele, querendo imitar Ramones, Clash e Sex Pistols, que haviam lançado seus 1º discos 8 anos antes.
O que tivemos entre os anos 1940 e 1980 nunca mais teremos. As novidades vieram de todos os lados, não só na música: cinema, literatura, artes em geral, comportamento, moda.
Por isso, durante todos esses anos cada novo artista, cada nova banda, imitava seus ídolos, mas sempre com algo diferente, com uma assinatura própria. Isso era possível. Ainda nos 1980 surgiram coisas que ainda não existiam como Metallica, Slayer, as bandecas poser, e mais um monte de coisas que surgiram em 1979 e que estouraram nos 1980.
Mas aí na virada de 1980 para 1990 começou a surgir sonoridades já conhecidas, já ouvidas. O grunge era cheio de referências do passado como a folk music, o punk rock e o heavy metal / hard rock dos anos 1970.
O presente sempre se espelhou no passado, não há novidade nisso. Pra sempre teremos mais do mesmo. Normal. Fiquemos sempre com o original e sua imitação mais criativa. Isso já basta.
É a velocidade dos acontecimentos que determina a distância do passado?
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