19 de fevereiro de 2013

Os Erros São Nossos

No carnaval fiquei quietinho em casa como sempre. Essa festa nunca me agradou, desde pequeno, e essa negativa vai além de minha memória, pois já aos três anos não gostava de ir aos bailinhos.

Assistindo as matérias sobre a lei seca no carnaval fiquei filosofando sobre a nossa burrice. A burrice do ser humano. Há coisas na vida que não precisam ser ensinadas, instintos que naturalmente nascem com a gente, como saber que não é permitido matar, pegar sem pagar, enfim.

Sabemos que não é permitido beber e dirigir. Todo dia vemos mortes e mais mortes causadas por essa combinação, e mesmo assim insistimos. Todo mundo sabe que fumar faz mal, mas fuma. Em países como Brasil e EUA há uma média de 20 mil casos de câncer de pulmão por ano. Mesmo assim a pessoa fuma (eu mesmo fumei por 25 anos).

Mesmo com tanta campanha dando o alerta do perigo de beber e dirigir, e com tanta publicidade negativa do cigarro, ainda sim o ser humano faz tudo ao contrário.

Todos nós sabemos que é errado matar. Seja qual for a situação. Então por que matamos? Você já imaginou se fosse proibido no mundo fabricar armas de fogo? Exércitos sem metralhadoras, bazucas, granadas e mísseis. Genial!

Vou mais a fundo e pergunto: Você já imaginou se o mundo resolvesse fazer a coisa certa? Mesmo existindo diferenças entre culturas, tradições, regiões, etc, é possível diminuir, e até mesmo eliminar, nossos erros. Pô, é difícil entender que pensando de forma coletiva estaremos pensamos em nós?

No Brasil, a burocracia é exemplo de recurso para praticar o mal, ou seja, cometer erros. Com tantas dificuldades para tudo, as pessoas procuram atalhos, e atalho na burocracia não significa coisa boa. Porém, natural do animal buscar o atalho diante de um caminho difícil. Então por que não diminuir a burocracia? Por que não facilitar a vida de todos?

Deus não tem nada a ver com isso. Deus não tem culpa se países resolvem entrar em guerra ou se a corrupção é praticada. Discussão difícil essa porque todo mundo tem uma opinião muito pessoal sobre esse assunto. Mas não foi obra de Deus as mortes acontecidas em Santa Maria. Aquilo ali foi assassinato coletivo devido a uma sucessão de erros causados pela ganância e corrupção. Nesse caso deveriam ir para a cadeia ao menos uns dez sujeitos, incluindo o prefeito da cidade.

A morte de Steve Jobs deveria servir de reflexão profunda para todos nós, pois é um exemplo claro (e universal) de que o dinheiro e os bens materiais não nos servem para nada. Não há razão para nossa ganância e nosso egoísmo (em TODOS os sentidos), e são eles que nos fazem cometer os erros que insistimos em repetir e, pior, alimentar. O que adiantou para Jobs o poder, o dinheiro e as relações que tinha diante de sua doença?

Somos idiotas mesmo! Idiotas em querer parecer malandro, idiotas em sentir inveja, idiotas em insistir em alimentar o lado negativo das coisas, idiotas em querer levar vantagem em tudo, idiotas por tratar o semelhante como rival e idiotas em criar leis que nos levam a cometer mais e mais erros. O próprio ser humano cria barreira entre seus semelhantes. Ele mesmo cria dificuldades para viver. Parece que tudo perdeu a razão. Qual é o objetivo do ser humano? Ninguém mais quer saber. Tudo é dinheiro. Insisto: Qual é o objetivo do ser humano?

Hoje vivemos em uma Era onde tudo é pasteurizado, robotizado, sistematizado. Tudo pelo lucro, pelo dinheiro. A época romântica de praticamente tudo acabou: Carnaval, trios elétricos, Copa do Mundo de Futebol, música, festivais religiosos, Olimpíadas, cinema, programas de televisão.

Em qualquer veículo de notícias o que predomina são notícias ruins. Mortes, assassinatos, guerras, conflitos, assaltos, tragédias familiares, roubo de dinheiro público, sequestro, bomba, tráfico, etc. Por quê? É o que todos querem ver. Uma grande empresa de comunicação americana até tentou fazer um jornal só com boas notícias que durou poucos meses. Isso é prova cabal do quando alimentamos o próprio mal que nos incomoda. Queremos ver desgraça, ver o outro se dar mal. É isso aí! Vamos beber e dirigir, comprar revólver para deixar em casa, pagar o despachante para livrar os pontos da carteira de motorista. Vamos fazer como a moça saudável de uns 22 anos que vi no ônibus que, obrigada a ceder do lugar preferencial para uma garota grávida, a chamou de folgada; ou a menina no shopping que me xingou só porque pedi a ela as duas cadeiras onde estavam deitados seus dois cachorrinhos. Pedi as cadeiras para duas senhoras de 70 anos se sentarem.

Diante de todo esse egoísmo do ser humano, não dá para colocar a culpa em Deus. Os erros são nossos. O pior cego é aquele que não quer ver.


Nenhum comentário: