9 de junho de 2011

Série Coisa Fina 6: The Hurting (Tears For Fears)


Muita gente vira a cara para artistas pop, principalmente os da década de 1980, quando muita coisa nessa área, hoje, soa datada... há casos que até dá vergonha para quem escuta. Nesse universo pop de bandas com sintetizadores pouca coisa se salva. The Hurting, primeiro disco do Tears For Fears, não só se salva, como é uma verdadeira obra prima.
 
Disco conceitual, com experimentalismos e toques de pós-punk, de bom gosto na produção, nos timbres, as composições. Tudo é bem executado, difícil dar crédito individual. As frases do baixo tocado com palheta são maravilhosas, da mesma forma que os violões (com seus acordes cheios) e as guitarras - os efeitos e timbres casam perfeitamente com tudo. A bateria é um caso a parte já que ela não se repete nas faixas e tem a química perfeita entre a execução, o som tirado no estúdio e a mixagem (mesmo quando há elementos eletrônicos). Até os teclados são impecáveis, sem excessos e o mais importante: não soam datados. É um disco iluminado e inspirador.

As composições são de Roland Orzabal, que nas letras escreveu quase que uma biografia de sua difícil infância, além de se influenciar pela terapia do grito primal – coisa que John Lennon tentou quando era um ex-Beatle nos anos 1970.

E não é por ser um disco de banda pop que nele só há músicas para as FMs. Nada disso. Como disse, é um disco conceitual, e nele há suas esquisitices (no bom sentido) como “The Prisioner”, “Ideas as Opiates” e “Memories Fade”. São pequenas obras primas como o gran finale "Start of The Breaking Down", grande canção com ótima linha de baixo e uma bateria monumental!

The Hurting foi lançado em março de 1983, chegou ao número 1 nas paradas inglesas, mas nos EUA o sucesso foi menor.
--------------
Quase tudo do The Hurting que achei no You Tube é com a banda ao vivo, é muito bom também, mas sugiro escutar o disco para entender o primor da produção.

The Hurting


Ideias as Opinates


Suffer the Children


Watch Me Bleed


Change


Start of the Breakdown

Nenhum comentário: