O carioca Sérgio Murilo foi um dos principais nomes da 1ª
geração do rock brasileiro, que muitos se referem como o período pré jovem
guarda. Em 1960, depois de lançar compactos e participar de coletâneas, lançou
seu 1º disco. Desse disco fizeram sucesso “Marcianita”, “Estúpido Cupido” e
“Mudou Muito”. Ainda em 1960, e antes desse LP, Sérgio havia lançado outro
grande sucesso, “Broto Legal”. Da jovem guarda dá pra destacar lançamento do 2º
disco de uma banda não muito conhecida do grande público, o The Brazilian
Bitles. Nesse disco, o Vol. 2, o grande destaque é o mega sucesso “Pára Pedro”.
Foi o mês em que Sepultura embarcou para sua primeira turnê
internacional. Foram quase 60 shows entre Europa e EUA. Essa turnê foi bastante
significativa não só para o próprio grupo, mas também para a nova cena rock que
estava nascendo no Brasil. No final dos 1980 o país estava em um buraco sem
fundo e não havia perspectiva de qualquer melhora para o rock brasileiro,
ao contrário. Não à toa começaram a surgir dezenas de grupos que
cantavam em inglês e muitos deles impulsionados pelo recente sucesso
internacional do próprio Sepultura. Um dos problemas dessa geração é que, apesar de se
acharem gringros, nenhum desses grupos teve a mesma coragem dos mineiros. Foi uma
onda passageira (também impulsionada pelo grunge) que nem chegou na praia pra
morrer.
Não tem como não destacar o aniversário do grande e inigualável Próspero Albanese, o mentor por trás do Joelho de
Porco, que surgiu em outubro de 1966. No Joelho ele foi baterista, guitarrista e
vocalista. Em 1968
ele acompanhou, tocando berimbau, Os Mutantes no Festival da Record, onde
estava concorrendo com a música “2001”. Em 2009 se apresentou com o Joelho
de Porco na Virada Cultural de SP para fazer a despedida oficial do grupo, que
já havia parado há anos. Em 2013 ele lançou o 1º trabalho solo.
Foi no dia 17 de setembro que aconteceu a tragédia da morte
do cameraman da Record envolvendo integrantes do Casa das Máquinas. Há uma reportagem da
época que transcrevi aqui no Sete Doses de Cachaça. Como sempre acontece no
Brasil, ninguém foi punido. Quer saber o que aconteceu com a família da vítima?
Há relato de um dos filhos da vítima nos comentários da publicação.
No mesmo dia e ano dessa tragédia, aconteceu o primeiro show
do Patrulha do Espaço com Arnaldo Baptista. Dessa parceria nasceu o
maravilhoso disco de estúdio Elo Perdido, recheado de clássicos e letras
maravilhosamente incríveis.
Coincidência ou não foi em setembro que Blitz lançou seus
dois primeiros discos (com a diferença de um ano), os mais importantes de sua
discografia, e também de suma importância na história do rock brasileiro. Há
aqui no blog postagem a respeito do primeiro disco e de seu impacto na cultura
jovem brasileira. A linguagem, as gírias, a postura, a forma de
composição, o visual. Tudo era novidade. Foi uma verdadeira revolução, uma
verdadeira mudança de comportamento. “Você Não Soube Me Amar”, “O Romance da
Universitária Otária”, “Vai, Vai Love”, “Mais Uma de Amor (Geme Geme)”,
“Weekend”, “Bete Frígida”, “A Dois Passos do Paraíso” e “Ridícula”. Esses são
alguns dos clássicos desses dois discos.
Ao mesmo tempo em que Blitz lançava seu 1º disco, Legião
Urbana estreava ao vivo. O show aconteceu em Patos de Minas (MG) e foi
pessimamente retratado no filme lançado sobre Renato Russo (muito ruim por sinal). Foi também
o primeiro show da Plebe Rude fora de Brasília. Aliás, foi a Plebe quem convidou
a Legião para o show. Apesar dessa estreia, Renato Russo já era um “veterano”
nos palcos improvisados de Brasília, tanto à frente do Aborto Elétrico, quanto
como O Trovador Solitário.
O Barão Vermelho foi outro que em setembro lançou dois
importantes discos de sua discografia: o primeiro e Maior Abandonado. Só
clássicos: “Posando de Star”, “Down em Mim”, “Billy Negão”, “Rock'n'Geral”,
“Ponto Fraco”, “Baby Suporte”, “”Por Que a Gente é Assim” e “Bete Balanço”.
Barão e Blitz apareceram para a grande mídia praticamente no
mesmo momento, dois grupos cariocas completamente diferentes e que iniciaram a carreira juntos.
Também em setembro, mas com a separação de quase 5 anos,
dois grupos paulistanos ultra significativos passaram por momentos delicados.
Primeiro foi o Titãs com a saída conturbada de Nando Reis. Minha opinião é que,
com a morte de Marcelo, Titãs deveria ter parado. Já fez o que tinha que
fazer. O outro é o Ira! que passou maus bocados com a saída de Nasi. Coisa feia
rolou e ninguém tem nada a ver com isso.
Até hoje escuto Mudança de
Comportamento frequentemente. Depois da baixaria, Nasi e Edgard voltaram a se falar,
e reativaram o Ira! com outra formação. Assim como o Titãs, o Ira! já
fez, com louvor, a sua parte.
Para finalizar quero destacar mais dois fatos. Assim como Legião, no mesmo ano, setembro foi o mês em que o Agentss estreou. Foi o primeiro grande grupo de tecnopop brasileiro e deixou apenas dois compactos
gravados. O primeiro de 1982, que é mais que um clássico, mas uma referência, com “Agentss” e
“Angra”; e o 2º já por uma grande gravadora, mas que não teve o impacto
do 1º.
A nota triste do mês fica por conta da morte do incrível
Gigante Brazil, um dos grandes bateristas brasileiros. Tocou com Gang 90,
Marisa Monte, Jorge Mautner, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Itamar Assumpção
(Banda Isca de Polícia). Gigante era uma grande figura. Foi uma enorme perda
para a música.
Alguns lançamentos:
Estraño (Nenhum de Nós), Os Fabulosos The Youngsters (The
Youngsters, banda acompanhou Roberto Carlos no disco clássico É Proibido Fumar,
quando ainda se chamava The Angels), Cuidado! (Lobão), Lado
B Lado A (O Rappa), Chaos AD (Sepultura), Independência
(Capital Inicial), Feijoada
Acidente? (RDP), Kingzobullshit (De Falla), Os Grãos
(Paralamas), Astronauta Tupy (Pedro Luis
e a Parede, clássico que escrevi a respeito aqui no blog).
Alguns aniversários:
Arnaldo Antunes, Avellar Love (João Penca), o canhoto Mingau (ex-RDP, Inocentes, Vértigo, Dinho Ouro Preto, Edgard Scandurra,
atualmente Ultraje a Rigor), Igor Cavalera (ex-Sepultura), Roger Moreira (Ultraje), Wander Wildner e Rodolfo (ex-Raimundos) no mesmo dia, Vanusa,
Paulo Ricardo (RPM), Xandão (O Rappa) e Renato de Barros (Renato e Seus Blue
Caps).
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