Foi em junho de 1958 que os irmãos Tony e Celly Campello lançaram o primeiro compacto. Tem gente que confunde a primeira geração do rock brasileiro com a jovem guarda, mas são duas coisas diferentes, apesar de alguns pioneiros terem gravado músicas durante a JG.
Muitos clássicos foram lançados. Alguns: Novos Baianos F.C. (40 anos do lançamento), Ronnie Cord com “Biquini de Bolinha Amarelinha”, RDP ao Vivo, Gang 90 compacto “Perdidos na Selva” e “Lilik Lamé”, Eduardo Araújo Pelos Caminhos do Rock, Raul Seixas o ao vivo Único e Exclusivo e Metrô Linha 743, Lulu Santos Tempos Modernos, Titãs Cabeça Dinossauro, Rita Lee & Tutti Frutti Fruto Proibido, Cólera Pela Paz em Todo Mundo.
De toda essa lista o que faz o coração doer é saber que o compacto da Gang 90 nunca foi relançado. É uma relíquia. Foi lançado pelo selo Hot, que era de Nelson Motta e, das duas músicas gravadas, “Lilik Lamê” é versão de “Christine” da Siouxsie and the Banshees. Apesar de ter sido lançado em 1981, é super bem gravado. Pra acompanhar os vocais da Gang, a gravação juntou um verdadeiro timaço de músicos que estavam no auge: Gigante Brazil (bateria), Lee Marcucci (baixo), Guilherme Arantes (teclados) e Wander Taffo na guitarra. Fazer da Gang 90 um coletivo, essa era a ideia de Júlio Barroso. Também em junho, em relação a Gang 90, a nota triste fica a lembrança da morte do próprio Júlio, que aconteceu no dia 6, quando ele caiu de seu apartamento. Um vacilo que a princípio foi visto como suicídio (e até hoje tem quem ache ser isso). Seu “sofá de colchões" ficava na altura da janela e, ele doidão no apartamento, em um movimento errado - até mesmo dormindo, caiu. Ele não iria tirar a própria vida, foi um acidente lamentável.
Foi quase como Joy Division: na hora que a banda estava começando a desfrutar de um certo sucesso (músicas em novela), acontece essa perda. Mas ao contrário de Ian Curtis, Júlio Barroso estava feliz, compondo, fazendo planos e aproveitando a boa fase da banda. Se vão mais de três décadas sem Júlio, um cara de ideias avançadas, que fez muito mais do que apenas trazer as novidades de Nova York. Até porque a Gang não era algo comercial. Tinha sim suas canções pop, mas não eram o carro chefe da banda. Tinham coisas, digamos, bastante diferentes. É só escutar 'Essa Tal de Gang 90 & Absurdettes' e o 'Rosas e Tigres'.
O curioso dessa lista de lançamentos do mês (mesmo eu cortando pela metade), é que não existe nenhum artista dos anos 1990, apenas 1960, 70 e 80. Mas todos grandes clássicos que marcaram e todos com músicas atemporais.
O Barão Vermelho lançou o 1º sem Cazuza e seis meses antes Cazuza havia lançado Exagerado, o 1º solo. Os dois são ótimos, até acho o do Barão melhor gravado, mas acontece que o público do Barão com Cazuza também ficou perdido por um tempo e os dois primeiros discos de ambos acabaram não tendo o mesmo valor que outros. O 1º do Barão tem, por exemplo, “Torre de Babel” e “Declare Guerra”; e o 1º de Cazuza tem “Codinome Beija Flor” e “Mal Nenhum”.
No início dos anos 1990 rolou a estreia de Chico Science & Nação Zumbi no Espaço Oásis, em Olinda. Estreou numa época em que reinavam as bandas que cantavam em inglês. É interessante pensar que nesse período, mesmo com o rock brasileiro no chulé, havia bandas que acreditavam ser possível uma renovação e cantavam em português. Tinha o próprio CSNZ e mundo livre s/a em Pernambuco; Skank e Pato Fú em Minas; Raimundos e Maskavo Roots em Brasília; Planet Hemp no Rio. Todas ainda começando.
Em junho de 1983 aconteceu o 3º Festival de Águas Claras e como todo festival organizado no Brasil, pecou por uma série de problemas. Se até hoje a organização de grandes festivais gigantes como Rock in Rio, Lolapallooza, SWU é um lixo, imagine então de festivais independentes realizados entre 1970 e 1980. Valia mais pela aventura.
Em junho de 2001 duas notícias que saíram no mesmo dia abalaram o rock brasileiro: a morte de Marcelo Fromer (Titãs) e a saída de Rodolfo do Raimundos. Por coincidência foi também o dia em que meu livro O Diário da Turma 1976-1986 foi lançado. Mudou tudo para as duas bandas. Raimundos que estava no auge e finalmente ganhando dinheiro, viu tudo ruir. Titãs que já tinha quase vinte anos de carreira se abalou com a morte do guitarrista que era unanimidade na banda.
Em junho de 1968 a banda Os Incríveis ganhou disco de ouro impulsionado por uma das músicas mais chatas de todos os tempos: “Era Um Garoto Que Como Eu Gostava de Beatles e Rolling Stones”. Essa música insuportável o Engenheiros do Hawaii conseguiu regravá-la e fez o péssimo favor de recolocá-la nos rádios. Credo!
Foi em junho que o Kiss tocou no Maracanã com a abertura do Herva Doce. No mesmo dia, mas cinco anos mais tarde, a Legião Urbana deu o fatídico show no estádio Mané Garrincha em Brasília. Foi um grande ponto de mudança para a banda.
Nesse mesmo mês, com um ano de diferença, o Titãs lançou dois discaços: Televisão e Cabeça Dinossauro. Eu, particularmente, prefiro mil vezes o Televisão, que foi produzido por Lulu Santos. Não que eu não goste de Cabeça Dinossauro.
Em 1995, Os Paralamas do Sucesso foi proibido de tocar a música Luiz Inácio (300 Picaretas) no show de lançamento do disco Vamô Batê Lata, em Brasília. A proibição partiu do então deputado e procurador geral da câmara José Bonifácio de Andrada. Esse fato ajudou ainda mais nas vendas do disco (principalmente em Brasília). O processo acabou sendo, claro, arquivado. Foi ridícula essa tentativa de censura em pleno anos 1990. O interessante é que a música surgiu depois da declaração do picareta do Lula hahaha. O Lula Deputado, o mais faltoso deles.
Nasceram Meire Pavão, Dé (ex-baixo Barão Vermelho), Erasmo Carlos e Wanderléia (mesmo dia), Mú e Ary Dias (ex-A Cor do Som), Toca Ogam (Nação Zumbi), Cebolinha (ex-batera e fundador Made in Brazil) e Lee Marcucci (mesmo dia), Haroldo (Skank), Cely Campello e Fê Lemos (mesmo dia), Dinho (Os Mutantes), Sérgio Reis, Bruno Fortunato (Kid Abelha) e Jão (RDP) (mesmo dia), Bacalhau (Ultraje à Rigor), Raul Seixas e Otto (mesmo dia) e os guitarristas Dado Villa-Lobos e Tony Bellotto.
Morreram Mingo (vocal Os Incríveis), Tico Terpins (Joelho de Porco), Eddy Teddy (líder, voz e guitarra Coke Luxe).
Um comentário:
Puta postagem boa do caralhoWW!!!!
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